Chaves, para lá do Marão. Terra de gente arreigada, genuína, respeitadora de costumes e tradições. Terra nobre, de génese e herança romanas.
Aquae Flaviae, enfeitada pelo castelo altaneiro e banhada pelas águas do Tâmega. Figuras familiares e primárias ao novo conquistador da cidade: Eduardo José Borges Machado, Edu no mundo do futebol.
Autor dos dois golos da equipa na invasão à Figueira, trampolim e projector dos sonhos de uma região abandonada pelos deuses da bola. Poucas horas após a celebração, e ainda de coração acelerado, Edu deu-se a conhecer ao
Maisfutebol. Visivelmente desconfortável por ostentar o rótulo de herói.
Tulipa elogia o novo herói de Chaves
«Fui o alvo das atenções de centenas e centenas de pessoas. Chegámos a Chaves e o centro estava cheio, cheio, como nunca tinha visto», conta o jovem, transmontano de gema, nado e criado nas ruas estreitas de uma cidade recheada de história. «Agora só peço duas coisas: que o Desportivo consiga a manutenção na Honra e que eu possa ajudar os meus colegas na final da taça.»
No Chaves «desde os 8/9 anos»
O futebol é um lugar estranho. Receptivo à surpresa e ao lançamento de novas figuras. Edu é uma dessas personagens. Até à noite onírica da Figueira tinha somente 19 minutos de jogo nas pernas. Num ápice, todos o querem conhecer.
«Comecei a jogar no Chaves com 8/9 nove anos. Só vesti esta camisola e jogo cheio de paixão. Prefiro jogar na frente, sobre as alas, porque adoro ter espaço e correr», responde Edu, quando instado a traçar um auto-perfil.
D. Chaves: a UEFA nos anos 80, o abismo e o renascer no Jamor
Apresentações feitas, vamos em frente. Afinal, que indicações recebeu de Tulipa antes de entrar? «Sinceramente, nem me lembro bem. Estava nervoso, só tinha olhos para o jogo. Sei que me pediu para ir sem medo. Quando fiz o meu primeiro golo, o do empate, senti que o Jamor já não nos fugia. Ainda não caí na realidade.»
«F.C. Porto? Vamos ao Jamor com ambição»
Remar, remar, em direcção a uma final histórica. E logo nos verdes anseios da primeira temporada de nos seniores. «É fantástico, inesquecível. Tenho muito a aprender. Esta alma transmontana enche-me de optimismo. Vamos ao Jamor com ambição, mesmo que seja contra o F.C. Porto», avisa Edu.
A partir de agora, a indicação impõe-se: atenção a este menino, um produto nacionalíssimo, sem
ic's nem
ov's no nome. Eduardo José Borges Macedo.
Taça Portugal
14 abr 2010, 15:39
Edu, uma alma transmontana: «Ainda não caí na realidade»
O Maisfutebol foi conhecer o novo herói flaviense
Rui Silva
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