Terminou a Liga, temos vencedores e há quem mereça os parabéns.

Nota especial para Vitor Pereira e para os estreantes na I Liga, Paulo Fonseca e Marco Silva, que gravaram em letras garrafais o nome na história dos clubes, mas também no futebol português.

O Porto. Justo campeão. Nunca deixou de acreditar e não falhou nos momentos decisivos. Sem derrotas. Extraordinário.

Vitor Pereira. O treinador campeão. Olhado com desconfiança desde o início, foi por vezes contestado mas tem, em 60 jogos na Liga em 2 anos, apenas uma derrota. Este ano não sabe o que é isso. Apenas dois na história (Jimmy Hagan e AVB) sabiam o que é ganhar sem derrotas. Vítor Pereira é o terceiro. Diz tudo.

O Paços de Ferreira. Brilhante. Fantástico. Paulo Fonseca liderou o clube para um patamar de sonho. Alcançou aquilo que poucos se atreveriam a pensar. Um terceiro lugar com direito a ouvir o hino da Liga dos Campeões.

O Estoril. Surpreendente e histórico. Marco Silva é o rosto do Projecto, um dos grandes responsáveis pela fantástica caminhada da II Liga até à Europa.

O Rio Ave. Nuno Espírito Santo comandou uma equipa de qualidade, dando-lhe identidade. Andou sempre lá em cima, sofreu uma quebra mas conseguiu reagir e lutou até ao fim pela Europa.

A propósito destes três jovens treinadores, estreantes na Primeira Liga, escrevi no primeiro artigo para o «Maisfutebol» a 2 de Outubro de 2012: «Ser treinador obriga a tomada de decisões constantes e aquelas que são feitas para o jogo e durante o mesmo, definem muitas vezes uma forma de estar. Por isso gostei de ver as equipas de Nuno Espírito Santo (Rio Ave), Paulo Fonseca (Paços de Ferreira) e Marco Silva (Estoril). Pela postura que apresentaram, sendo todos estreantes na I Liga mas com vontade de a tornar melhor, sem medo e complexos». O Estoril estava em 6º, o Paços em 7º e o Rio Ave em 13.º. Os resultados falam por si, confirmaram que é possível ter sucesso com a postura que apresentaram. É bom termos estes jovens treinadores na nossa Liga.

No outro lado, houve também quem tivesse falhado.

O Benfica. Falhou nos momentos cruciais.

Jorge Jesus. Foi um dos derrotados da época. Na noite de consagração do adversário directo, não deu os parabéns aos vencedores e a um colega de profissão que venceu a Liga sem derrotas. Muito mal.

O Braga. Salvador queria mais e apostou em Peseiro. Teve um orçamento para jogar a Liga dos Campeões e falhou. Nem a Taça da Liga lhe serve de consolo. Salvador já anunciou mudanças e sem Liga dos Campeões o orçamento vai baixar. Terá Peseiro o lugar garantido? E a qualidade e exigência são para manter?

O Sporting. A pior época da história com quatro treinadores. Foram meses deprimentes e dolorosos para todos os sportinguistas, que tiveram em Jesualdo, na parte final, alguém que conseguiu atenuar um pouco e indicou um caminho. Fez o que pode mas não foi suficiente e sai com o dever cumprido. Que esta época sirva de exemplo para as decisões futuras.

Olhanense. O pior ataque, sendo a única equipa com uma média inferior a um golo marcado por jogo. Mesmo assim, a aguentar-se na Liga. Veremos até quando.

O Moreirense foi um dos que desceram. A esperança durou até ao início da segunda parte no jogo da Luz. A história repete-se. O ano passado foi o Feirense e agora mais um clube cumpridor desce e olha para cima e vê incumprimento.

O Beira-Mar foi o último. Os 55 golos sofridos ajudaram a marcar o destino.

Os salários em atraso voltaram a ser notícia. É um problema que se arrasta e a LPFP e o seu Presidente não têm marcado a posição que se pretende. Os clubes parecem não se preocupar e os controlos efectuados aparentemente representam pouco ou coisa nenhuma. Ainda não li nem ouvi declarações da Liga ou do seu presidente relativo ao segundo controlo financeiro de 15 Abril. A época já terminou e aparentemente tudo está bem. Este é o pensamento de quem dirige.