«Imaginação, criação e sabedoria». Não são adjectivos, mas, para Ricardo Formosinho, são as três palavras que melhor definem José Mourinho como treinador. Colega do actual treinador do Chelsea no quarto nível do curso de treinadores, o setubalense, de 48 anos, estagiou este ano uma semana no clube londrino, antes do jogo da 18ª jornada da Premier League, com o Norwich, que os «Blues» venceram por 4-0. Nas horas que passou a assistir às sessões orientadas pelo «amigo», Ricardo Formosinho tirou muitos apontamentos e percebeu que «em cada jogador, Mourinho tem um amigo».
«Fiquei maravilhado. Não foi surpresa para mim constatar que ele é um criativo, mas foi uma surpresa observar alguns modelos de treino que ele criou. A verdade, é que não basta assistir aos treinos que o Zé ministra, juntamente com o Rui Faria, é preciso compreendê-los. Quando cheguei, ele ofereceu-me um bloco e pediu-me para tirar apontamentos. Depois dos treinos, no seu gabinete ou à hora da refeição, tirava as minhas dúvidas e tinha sempre de acrescentar mais uma ou duas páginas com as suas respostas. Percebi que os treinos que ele prepara vão muito além do que se pode ver a olho nu», refere ao Maisfutebol.
A relação que Mourinho tem com os seus jogadores foi outras das coisas que impressionou Ricardo Formosinho. «Em cada jogador ele tem um amigo. Seja com o Drogba, com o Lampard, com o Ricardo Carvalho ou com o jovem Nuno Morais, que saiu do Penafiel e está na segunda equipa do Chelsea, o Zé mantém o mesmo relacionamento. Lá, vemos jogadores que ganham muito dinheiro por semana a terem um comportamento social, pelo menos dentro do clube, de fazer inveja a muita gente. A cultura da humildade, da classe e da vontade de ganhar sempre mais foi levada para o Chelsea por José Mourinho. Não sou eu que o digo, são os próprios ingleses que o reconhecem», considera Ricardo Formosinho.