Em 1997, a volante Emily Lima era convocada pela primeira vez para a seleção brasileira.

Nesse mesmo ano, Luiz Felipe Scolari estreava-se como treinador no Palmeiras.

Dezasseis anos depois, Emily, agora com 32, começou o percurso como treinador dos sub-17 do Brasil.

Paulista, Emily Lima é a primeira mulher a chegar ao cargo de treinadora de uma equipa oficial da CBF. Vai comandar a seleção feminina sub-17, a mesma na qual jogou há 16 anos.

Curiosamente, na sua primeira convocatória, Emily vai chamar para os sub-17 do Brasil meninas nascidas a partir de 1997 (ano marcante para ela).

Os seus primeiros grandes desafios são o Sul-Americano e o Mundial do próximo ano: «Eu me espelho, sempre me espelhei no Felipão. Desde nova, quando ele ganhou tudo, adoro o Felipão. Agora, vou conhecê-lo. Estou preparadíssima, empolgada. Quero começar logo», afirma Emily, citada pela «Folha de São Paulo».

Filha de portugueses, Emily representou a seleção feminina portuguesa por quatro anos, durante as seis temporadas que atuou na Espanha (é naturalizada).

Tem Scolari, atual selecionador brasileiro, como referência e manter-se-á como treinador da equipa feminina da Juventus.

E como é que ela é a treinar, a liderar? Emily faz auto-retrato curioso: «Sou chata, pego no pé, a jogadora tem que se doar 100% em campo. Mas, fora, consigo ter o grupo comigo. Bato um papo, me preocupo com cada uma. Com uma treinadora a menina consegue falar coisas que para um homem não falaria. Tem essa abertura, de falar até que está com cólica, e eu entendo».