O fim dos empréstimos entre clubes da mesma divisão seria bom para o futebol, mas mau para os jogadores. Fazer a alteração em cima do joelho, como queriam alguns clubes, seria péssimo para todos.

Não duvido que impedir os empréstimos entre clubes da mesma divisão seja um contributo válido para a credibilidade da prova. Por razões que me dispenso de enunciar, tão evidentes são.

Para os jogadores, pelo contrário, seria mau. Sobretudo para os mais jovens. Os exemplos de empréstimos que resultaram bem são tantos que também não é preciso lembrá-los.

Logo, terminar com os empréstimos seria uma solução possível, mas, como tudo, carecia de ser estudada, analisada, discutida e por fim explicada.

Como muitas vezes sucede no futebol português, foi tudo feito sem rigor, sem tempo, sem capacidade. Votado à pressa, sem que houvesse discussão.

O futebol português vive um período especialmente delicado do ponto de vista financeiro. Acabar com os empréstimos teria implicações diversas. Medidas deste tipo, com impacto em orçamentos, não podem ser decididas à pressa.

Por isso, foi muito útil a decisão do Conselho de Justiça, ao anular o que, mal, tinha sido aprovado em assembleia geral da Liga. Resta agora esperar que os clubes que estavam interessados em avançar com a questão promovam a discussão e sustentem as suas ideias. Com a tranquilidade, e profundidade, que estes temas merecem.