O sotaque português prolifera no plantel do modesto Doxa Katokopia, actual nono classificado da liga cipriota. Além de João Comboio, há mais oito jogadores lusitanos na equipa: Neto (ex-Mafra), Nuno Rodrigues (ex-Lixa), Torres (ex-Atlético), Saavedra (ex-Odivelas), Pedro Duarte (ex-Estoril), Margaça (ex-Mafra), Milton (ex-Freamunde) e Spencer (ex-Maia).
Perante tal invasão, a pergunta impõe-se: quais os motivos que levam os responsáveis do clube a apostar em tantos jogadores portugueses? A resposta de João Comboio ao Maisfutebol é desconcertante.
«Um dos meus colegas, o Nuno Rodrigues, dá-se muito bem com o nosso treinador e influencia-o. Recomenda-lhe vários jogadores de Portugal e por isso viemos tantos para aqui», explica-nos, bem disposto.
Arbitragens que dão «vontade de rir»
Mas nem tudo são rosas. O aparente paraíso cipriota perde encanto na altura de se falar da arbitragem. Na opinião de João Comboio, neste ponto Portugal está 20 anos à frente do país mediterrânico.
«Só nos dá vontade de rir. Há jogos vergonhosos. Sempre que defrontamos os maiores clubes - o Anorthosis, o Omonia ou o Apoel - já sabemos o que vai acontecer. Mas temos melhorado, mesmo assim. O meu balanço é claramente positivo.»
A terminar a conversa, mais uma reclamação: «As televisões exageram nas repetições dos lances. Há programas desportivos que são passados apenas a criticar o trabalho dos árbitros», conclui João Comboio, defesa central do Doxa e um dos maiores aventureiros do futebol português.