Guimarães é a primeira cidade portuguesa a receber o título de Cidade Europeia do Desporto, atribuído pela ACES Europe (Associação das Cidades e Capitais Europeias do Desporto). Mais de 100 eventos terão lugar na cidade berço este ano, desde acontecimentos desportivos, congressos e conferências.

Amadeu Portilha, Presidente da Comissão Executiva de Guimarães CED 2013 e Vereador do Desporto da Câmara Municipal de Guimarães, explicou ao Maisfutebol tudo o que esta iniciativa envolve.

O que motivou a candidatura de Guimarães a Cidade Europeia do Desporto?

«A atribuição deste título já tem alguma importância em alguns países da União Europeia [principalmente Inglaterra, Espanha, Itália, de onde são as cidades que normalmente concorrem] e em Portugal ninguém tinha concorrido, ou pelo menos, não tinha havido uma candidatura do princípio a fim.

Tínhamos dois grandes objetivos. O primeiro era prolongar de alguma forma este lastro de notoriedade nacional e internacional que Guimarães tinha conseguido com a Capital Europeia da Cultura 2012. E, por outro lado, considerámos que era chegada a altura de celebrar a excelência do desporto em Guimarães».



Qual é a importância do desporto em Guimarães?

«Guimarães é, neste momento, uma das cidades a nível nacional mais bem preparadas para a realização de grandes eventos. Temos um conjunto notável de infraestruturas, como o Pavilhão Multiusos que tem uma lotação máxima de 10 mil espectadores, que nos permite acolher eventos de grande dimensão.

É um concelho que tem uma projeção muito grande do desporto ao nível nacional. Somos uma cidade com mais de 300 instalações desportivas, com mais de 100 clubes, com cerca de 10 000 atletas federados, com atletas, dirigentes e clubes de referência, a nível nacional e internacional ¿ temos atletas convocados para os Jogos Olímpicos, para as Seleções Nacionais - somos uma cidade onde se praticam 47 modalidades, muitas delas no topo dos campeonatos nacionais: futebol, andebol, basquetebol, voleibol, futsal. No futebol, temos duas equipas na I Liga. Só Guimarães, Lisboa e o Funchal é que têm duas equipas a este nível...

Qual é o investimento feito para este ano de iniciativas?

«Temos um programa ambicioso, que é condicionado pela circunstância de não vivermos tempos de grande disponibilidade financeira, mas isso nunca nos atemoriza.

Esta iniciativa tem, para já, um orçamento de cerca de um milhão de euros. Do orçamento municipal recebemos cerca de meio milhão de euros, mais 100 mil euros da Secretaria de Estado do Desporto e depois há os patrocínios, as parcerias comerciais, a bilheteira, a venda de livros e catálogos.

Estamos em contactos e em negociações no sentido de podermos encontrar uma possibilidade de financiamento através dos fundos comunitários, o que aumentaria o orçamento para dois milhões ou 2,5 milhões.

Esse valor adicional seria, uma parte para apoiar a ambiciosa programação que temos para este ano, e uma outra parte para um património mais material. Um dos grandes objetivos que nós temos é a construção de uma academia de ginástica desportiva. Em Guimarães há muitas piscinas, muitos pavilhões, muitos campos de futebol, complexos de ténis, mas temos essa lacuna na ginástica desportiva».

Caso esse financiamento não chegue, toda a programação está garantida?

«Iremos ter algumas dificuldades. Teremos que encontrar fontes de financiamento alternativas».

O que pretendem que fique de herança da CED 2013

«Queremos, em final de 2013, ter mais gente a praticar desporto e atividade física do que no final de 2012. Induzir na cidade e no concelho o prazer pelo desporto.

E queremos lançar outras modalidades. É que Guimarães, sempre que lançamos uma modalidade é uma loucura. Há três anos foi o râguebi e já temos um clube e mais de 150 atletas, com dois internacionais. No ano passado lançámos a escolinha de patinagem e já temos um clube com mais de 100 atletas».