Contratado por 2,21 milhões ao Saint-Étienne em 2018, Saidy Janko esteve apenas 19 dias no FC Porto antes de sair por empréstimo para o Nottingham. Na presente temporada o helvético nem sequer teve oportunidade de se mostrar a Conceição. Ironia do destino, o lateral pode jogar pela primeira vez no Dragão quinta-feira… com a camisola de um outro clube: o Young Boys.

Em entrevista ao Maisfutebol a dois dias do jogo da Liga Europa, o defesa de 23 anos explica o curto período na Invicta e reitera o desejo de um dia jogar de azul e branco.

Pelo meio, Janko recorda os primeiros pontapés na bola e aborda a mudança para o Manchester United com apenas 15 anos. Em Old Trafford tornou-se amigo de Joel Pereira e ficou encantado com Nani.

II parte - 
Janko reencontra FC Porto: «Soube pelos jornais que podia sair»
 

Legenda


 

Maisfutebol - O seu pai nasceu na Gâmbia, a sua mãe tem passaporte italiano, mas o Janko é suíço.
Saidy Janko - O meu pai nasceu na Gâmbia, mas viveu em vários países. Chegou à Suíça com 18 anos. A minha mãe é suíça, mas tem passaporte italiano por causa dos meus avós. Já eu nasci na Suíça.

MF - Quando começou a jogar futebol?
SJ - Comecei a jogar com sete ou oito anos no Inter Club Zurigo. Mais tarde, mudei-me para o FC Zurique, o principal clube da cidade.

MF - Sempre jogou como lateral-direito?
SJ - Não (risos). Joguei como lateral-direito e como extremo. Posição preferida? Lateral-direito, mas só se tiver autorização para subir muitas vezes.

MF - Até que idade jogou no FC Zurique?
SJ - Joguei até aos meus 17 anos, depois fui para o Manchester United.

MF - Como se proporcionou a mudança para o Manchester United?
SJ - Foi incrível. Ganhámos um torneio aqui em Zurique. O Manchester United observou-me e uma semana depois o meu agente disse-me que o clube me queria.

MF - Qual foi a sua reação?
SJ – (risos) Inicialmente não acreditei, achei que o meu agente estava a brincar. No entanto, ele mostrou-me a carta que o Manchester United tinha enviado para o FC Zurique e fiquei extremamente contente.
 

Em 2018, Saidy Janko trocou o Saint-Étienne pelo FC Porto, assinando contrato até 2022.


MF - Foi sozinho para Inglaterra com 15 anos?
SJ - Fui sozinho e vivi com uma família de acolhimento, extremamente simpática. O plano era começar a jogar na equipa de sub-19, mas isso não aconteceu. Joguei sempre pela segunda equipa [ndr: foi eleito futebolista do ano da equipa sub-23].

MF – E chega a fazer um jogo pela equipa principal frente ao MK Dons para a Taça da Liga [ndr: derrota por 4-0]:
SJ - Foi o Van Gaal quem me deu a oportunidade de me estrear quando tinha 18 anos. Aproveitei, mas sabe como é o Manchester United… É um grande clube, cheio de dinheiro e capaz de comprar qualquer jogador.

MF - Como foi trabalhar com Louis van Gaal?
SJ - É um treinador muito rígido. É como um professor. Por vezes, ele pode parecer assustador, mas é um treinador muito focado e que adora ir ao pormenor. Todos têm de fazer exatamente o que ele pretende.

MF - Apenas jogou uma vez pela equipa principal do Manchester United. Porquê?
SJ - Talvez fosse demasiado jovem e não estivesse pronto. Sei que tinha talento, mas o clube decidiu comprar novos jogadores, o que complicou a minha situação.

MF - Em Manchester conviveu com Nani.
SJ - Treinei imensas vezes com o Nani, uma delas no primeiro treino que fiz em Manchester. Ele era inacreditável nos treinos. A primeira vez que o vi treinar pensei 'uau!'.

MF – Para além do Nani, o Janko tornou-se amigo do Joel Pereira.
SJ - É um dos meus melhores amigos. Ele cresceu perto de Neuchâtel e já tinha ouvido falar de mim, mas não nos conhecíamos. Quando cheguei a Manchester, o Joel recebeu-me muito bem, mostrou-me tudo e chegámos a sair várias vezes para jantar. Foi bastante simpático e rapidamente tornamo-nos bons amigos.

MF – O Janko acabou por sair do Manchester United ao fim de dois anos, passou pelo Bolton e Celtic antes de chegar ao Saint-Étienne, clube pelo qual fez uma boa época.
SJ - Desfrutei muito. Foi a época na qual joguei mais. No entanto, quando recebi a chamada do FC Porto pensei ‘tenho de ir!’. Existiam outros clubes interessados, mas o FC Porto foi a equipa mais rápida a mostrar interesse. Decidi que não ia esperar por mais nada, caso contrário, acabaria por ficar no Saint-Étienne.