Terça-feira, 29 de novembro de 2016. Um avião fretado pela equipa brasileira da Chapecoense despenha-se na aproximação a um aeroporto na periferia da cidade colombiana de Medellín.

O desastre custa a vida a 71 das 77 pessoas que seguiam a bordo. Entre jornalistas, membros da tripulação, dirigentes e treinadores, 19 jogadores perdem a vida na véspera do dia em que se ia jogar a 1.ª mão da final da Taça Sul-Americana, diante do Atlético Nacional.

Entre as vítimas mortais estavam dois jogadores com quem Marçal conviveu quando estava na formação do Grêmio de Porto Alegre, no Brasil.

«Conhecia o Willian Thiego e o Dener. O Willian era central e o Dener defesa esquerdo. Tinham filhos muito novos. Convivi com eles diariamente, morámos praticamente no mesmo alojamento», recorda Marçal ao Maisfutebol.

«Tenho boas lembranças deles. Eram pessoas exemplares, guerreiras e saídas de famílias pobres. O Willian estava com pré-acordo com o Santos e o Dener tinha equipas como o Flamengo a brigar por ele. Ainda tinham muito para dar», lamenta.

A tragédia não deixou indiferente. Um por por todo o Mundo, multiplicaram-se as homenagens às vítimas do desastre. Um Guingamp, clube de Marçal, foi um dos muitos clubes que se juntaram à onda de solidariedade e o lateral brasileiro recorda que os dias seguintes não foram fáceis mesmo para quem assistiu a tudo à distância de um oceano. «Foi uma semana muito complicada para trabalhar. Senti o que aconteceu não só como jogador, mas também como amigo e pai.»

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