O Sporting conquistou o título europeu que há muito lhe escapava no futsal: a antiga UEFA Futsal Cup, agora denominada Liga dos Campeões. Venceu-a há pouco mais de uma semana, na temporada de estreia do novo troféu.

Dieguinho foi um dos responsáveis pela conquista do título europeu e esteve em destaque nas meias-finais diante do Inter Movistar, do português Ricardinho. O Sporting venceu por 5-3 e o pivot brasileiro apontou três golos.

Em entrevista ao Maisfutebol, Dieguinho falou sobre esta última conquista e, como não está cansado de vencer, apontou ao objetivo que se segue: o campeonato nacional que, a ser conquistado, virá em jeito de tetracampeonato.

Passou pouco mais de uma semana da conquista da Liga dos Campeões no Cazaquistão. Ainda está a viver um sonho?

Estou, claro, e vai demorar a passar. Foi uma luta muito grande para conseguir esta taça. Temos de comemorar e comemorar, mais e mais. Para a conseguir passámos por muitas coisas. Foram dois anos de muita frustração e no terceiro, finalmente, fomos lá e conseguimos alcançar este grande objetivo do Sporting.

O Dieguinho está «apenas» há três épocas no Sporting, mas tem noção de que era o título mais desejado do clube, e em particular do futsal leonino, há muitos anos?

Tenho, mas não era só do Sporting. É o título mais desejado por todos os clubes na Europa. E nós conseguimo-lo numa altura ainda mais especial porque agora se chama Liga dos Campeões. Por isso, vem com esse gostinho mais especial ainda. O Sporting andava há muito tempo a lutar por conquistá-lo. E, é como o ditado diz, ‘água mole em pedra dura, tanto bate até que fura’. Alguma vez ia acontecer e foi agora. Voltámos ao Cazaquistão, onde sofremos a derrota mais dura da história do Sporting [7-0 diante do Inter Movistar], e desta vez conseguimos.

Tem 30 golos esta época, quatro hat-tricks. Tinha marcado três golos ao Eléctrico, ao Viseu, ao Rio Ave e agora ao Inter Movistar na meia-final. Foi o hat-trick mais importante da época e, talvez, da carreira?

Acho que sim, creio que foi o hat-trick mais importante da minha carreira. Temos andado a brincar, que passei o Messi e o Cristiano Ronaldo, mas é uma brincadeira - eles são incomparáveis. Foi muito importante marcar contra o Inter, um adversário que nos andava a incomodar há dois anos e que não nos deixava vencer este troféu lindo [aponta para a Taça, que esteve presente durante a entrevista], mas, mais do que ter marcado três golos, foi termos vencido o Inter e termos chegado à final e, depois, trazer a Taça.

Depois de derrotarem o Inter Movistar na meia-final, acreditaram que o título estava mais perto de alcançar? Estavam na final e o adversário das más memórias já tinha ficado para trás…

Não, mas acho que sentimos um pouco de alívio, sim, pelo que se tinha passado nos últimos dois anos. Mesmo assim, sabíamos que na final estaria um adversário muito forte que não tinha chegado ali por acaso [o Kairat Almaty, anfitrião e que tinha deixado o Barcelona pelo caminho]. Sabíamos que tínhamos de estar concentrados tão concentrados quanto eles, ou até mais, para ganhar aquele jogo e foi isso que fizemos. Não deixámos que a vitória sobre o Inter nos subisse à cabeça em nenhum momento. Nunca pensámos que depois de ganhar ao Inter, ganhávamos a prova. Fomos para a final com o mesmo objetivo e a jogar com a mesma intensidade, ou até mais, para sairmos dali campeões.

E este era o título que faltava para o Sporting não deixar dúvidas a ninguém? Nos últimos anos ganha quase tudo em Portugal, mas andava a falhar na Europa…

Não, mas agora já não falta mais. Dizíamos que era o único troféu que faltava no museu e agora já não falta. Está aí para se juntar a todos os outros e à linda história do Sporting. Trabalhávamos há muito para o conquistar, mas infelizmente no desporto é assim: nem sempre ganha quem trabalha e quem merece mais.

Depois de conseguido esse objetivo, já só pensam no tetracampeonato?

Com certeza. Não nos cansamos de ganhar. Sabemos que quem ganha, não ganha sempre, mas sempre que ganha é muito bom e nós vamos em busca de mais esse objetivo. Temos de comemorar a conquista da Champions, mas não é por termos conquistado a Champions que não queremos ganhar o campeonato. Vamos atrás do tetra e desse feito que que nunca ninguém conseguiu em Portugal - ganhar o tetra. Vamos à procura de fazer história, mais uma vez. Vamos dar o nosso máximo e o nosso melhor para o conquistar.

Dieguinho após marcar um dos golos na Luz, no quarto jogo da final do campeonato da época passada

O Benfica este ano, pelo que fez na primeira fase do campeonato, é o grande favorito?

Não. A meu ver o Sporting, em qualquer prova que entre, é sempre um grande candidato, tal como o Benfica. São, teoricamente, as duas equipas mais candidatas ao título, mas o desporto é jogado. Temos de entrar na quadra e dar o nosso melhor. Se isso não acontecer não vamos lá chegar. Somos um candidato muito forte, como o Benfica também o é, mas não conheço o trabalho deles, não sei como trabalham, por isso falo apenas no Sporting: trabalhamos para isso e vamos lá chegar para ganhar.

O Dieguinho já jogou em dois dos melhores campeonatos do mundo - o brasileiro e o russo. Que opinião tem sobre o nosso?

Acho que de há uns anos para cá cresceu muito e comprovamos isso com o título europeu que Portugal conquistou e agora com o título europeu que o Sporting conseguiu. Na minha opinião, o campeonato português não fica atrás de nenhum e é dos melhores do mundo.

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