Nasceu em França, filho de mãe francesa e pai português. Com 21 anos chegou aos relvados lusos, para representar o Beira-Mar. Depois de quatro épocas em Aveiro, seguiu-se uma curta experiência na Bélgica, antes do regresso, para o Estoril.

Na Amoreira, Yohan Tavares não mais travou a sua afirmação no futebol português, sendo até à data totalista absoluto da equipa estorilista e do campeonato. Em final de contrato, o jogador contou ao Maisfutebol a ambição de cruzar a Linha e dar o salto.


Yohan, é capitão do Estoril e o único totalista da equipa esta época. A que se deve este sucesso até agora?
Tenho de agradecer a confiança daqueles que trabalham comigo. Não há milagres, tento ser o mais profissional possível, começando nos treinos, e depois em casa comer e descansar bem. Depois é o esforço que se faz durante a semana, e é uma recompensa do treinador colocar-me a jogar.

Depois de regressar a Portugal estava à espera de se afirmar tão rapidamente no Estoril?
Não estava à espera de ser opção em tão pouco tempo, porque quando cheguei vinha de lesões, tanto do Beira-Mar como depois pelo Standard Liège. Não fiz o último mês de campeonato, e depois vieram as férias. Acabei por fazer a primeira semana de treino no Standard, mas as coisas não correram bem. Foram três jogos horríveis, estava completamente perdido em campo. O futebol era diferente também. Por isso, quando cheguei aqui não pensei em ser titular. Para mim foi bom, porque comecei a época do zero e foi um alívio. Pouco a pouco comecei a trabalhar com a estrutura, o plantel e a equipa técnica, que me dava confiança desde o início, e comecei a ganhar o meu lugar e fiquei lá.
Tem feito uma dupla bastante interessante juntamente com Diego Carlos. Tendo em conta que é a primeira vez que alinham juntos, qual é o segredo para esse entrosamento?
Eu e o Diego completamo-nos, de certa forma. Ele é jovem, muito forte fisicamente e rápido. Eu talvez preencha as características mais táticas. A minha maior qualidade é o estado de espírito. Sou um guerreiro, treino como jogo e jogo como treino.

Que objetivos estabelece para esta época?
Os meus objetivos são sempre os mesmos. Eu gosto de jogar o mais possível, sempre que estiver bem quero jogar e ajudar a equipa. Já o dissemos muitas vezes que o nosso objetivo este ano é a manutenção, porque este ano é um ano diferente dos outros. A chegada dos jogadores aconteceu muito tarde. Não sabíamos quem ficaria à frente ou atrás.


E a seleção é um dos objetivos?
Para qualquer jogador profissional isso é um objetivo. Não sou selecionador para saber quem merece ou não ser convocado, mas gostava. Tenho dupla nacionalidade, por isso fazer parte de uma das duas seleções era um orgulho, tenho de estar preparado.

O clube vive atualmente um momento algo conturbado no que respeita à SAD, que pertence à empresa Traffic. Os jogadores têm consciência disso? Isso tem alguma influência no vosso trabalho diário?

É normal o jogador falar disso no balneário, mas quando entramos em campo já não queremos saber de nada disto. Trabalhamos juntos, pouco importa o nome do senhor que está à frente. Temos um objetivo e todos os jogadores, os que jogam mais ou os outros, querem ganhar todos os jogos e fazer o máximo de pontos possível.

Termina contrato no final da presente temporada? Está à espera de dar o salto?
Já falaram comigo, porque gostavam que ficasse, mas eu tenho muita ambição e se conseguir dar o salto eu vou dar. Em Portugal acho difícil, porque os grandes clubes gostam de comprar jogadores muito jovens e muito caros, e eu não me enquadro nisso. Mas se houver alguma proposta, não vou dizer que não. Portugal é um país que gosto muito, com um campeonato que gosto também.