A equipa principal do FC Porto não vence títulos desde 2013 mas o futuro é promissor. A curto ou médio prazo. Os juniores sagraram-se bicampeões nacionais, a equipa B venceu a última edição da II Liga.

Fernando Fonseca faz parte da geração de 1997, uma geração que superou a concorrência interna por dois anos consecutivos. Rúben Neves é da sua idade, embora tenha chegado ao patamar mais alto de forma precoce.

O FC Porto abriu entretanto caminho para André Silva, João Costa, Rui Pedro. As oportunidades vão surgindo e há talento para justificar essa aposta. Fernando aponta outros nomes com grande potencial.

Você faz parte de uma geração bicampeã de juniores, é uma geração que dá garantias para o futuro?

«É uma geração de muita qualidade. Lembro-me perfeitamente que no primeiro ano ninguém acreditava em nós. Nas palestras dizíamos sempre que, tudo bem, podem achar que são melhores que nós, mas têm de jogar contra nós e prova-lo lá dentro. Fora de campo, é deixá-los falar.»

Se tivesse de destacar por exemplo três jogadores da sua geração, quais seriam?

«Um já está lá, o Rúben Neves, que é um dia mais velho que eu. Ora bem, isso não é fácil…Se for a pensar na minha equipa de sub-17, digo já quatro que podem chegar ao topo: Jorge Fernandes, João Cardoso, Luís Mata e Bruno Costa. Mas de outros anos, há Rui Pires, há o Rui Pedro que já lá chegou, há o Verdasca. São meus amigos e são pessoas que, se trabalharem muito, têm talento para lá chegar.»

Atrás de si vem outro lateral direito de grande futuro, o Diogo Dalot. Qual a sua opinião sobre ele?

«Não vou mentir, não é por ser da minha posição que vou falar mal. Não, é um grande jogador, venceu o Europeu e isso diz tudo. É um bicho, como lhe chamo. Ele é mais ofensivo, mais tecnicista, eu mais defensivo, mais de entreajuda. São estilos diferentes mas, em minha opinião, na lateral direita o FC Porto está seguríssimo para o futuro.»

O FC Porto tem formado avançados como Gonçalo Paciência, André Silva, agora Rui Pedro. O Fernando conhece-os, que opinião tem deles?

«O Rui Pedro é mais um jogador de imprevistos. Quanto ao André, admiro-o muito pela sua capacidade de trabalho, está sempre a correr. Admiro isso. Se ele está lá na frente sozinho a correr, isso faz com os outros queiram ajudar. Quanto ao Gonçalo…adoro o Gonçalo, não há palavras. É uma pessoa com que quero voltar a jogar, que merece tudo. Está ali um jogador que pode dar muito, que podem contar com ele. Num momento está a fazer um pontapé de bicicleta, no outro está a chutar de fora, de pé esquerdo, de pé direito, nunca sabes o que ele pode fazer.»

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