[artigo atualizado: original de 2015]

O Sporting defronta o Astana na quinta-feira, em jogo da primeira mão da Liga Europa. Embora a equipa cazaque seja relativamente desconhecida dos portugueses, tem no banco alguém cujo nome é fácil de recordar.

É ele Stanimir Stoilov, antigo internacional búlgaro, agora treinador. Vai estar no banco da formação cazaque, mas durante dois anos espalhou talento pelos relvados lusos, ao serviço do Campomaiorense, formando uma dupla implacável com Jimmy Hasselbaink. Nessa altura era o olhar de um português que o seguia do banco.
 

Stoilov


«Entrei no clube apenas à 12ª jornada. Lembro-me de lá ter chegado e encontrar o Stoilov, e reparar que era um jogador muito acima da média. No aspeto técnico era muito bom, vindo da escola dos países de Leste. Sabia tudo taticamente, compreendia muito bem o que tinha de fazer. Tinha uma elevada capacidade técnica, era um esquerdino que era uma mais-valia e marcava muitos golos».

As palavras são de Diamantino Miranda. Ao Maisfutebol, o treinador falou dos tempos em que orientou o avançado no clube alentejano, entre 1995 e 1997. Na primeira época desceram de divisão, juntamente com Tirsense e Felgueiras, treinado por Jorge Jesus. Na segunda subiram à primeira liga. Duas épocas bastante diferentes, onde o búlgaro deixou marca e golos, 19 em 52 jogos.

«Foi de facto muito importante para nós. Ele e o Jimmy Hasselbaink faziam uma dupla incrível. Na segunda liga, um jogador como ele fazia muita diferença», afirmou. 

Um craque sem tempo para brincadeiras

Um talento à solta dentro dos relvados, mas um jogador de trato difícil. Segundo as palavras de Diamantino, partilhar o balneário com Stoilov era sinónimo de respeito, mais do que de companheirismo.

«Era muito introvertido, muito frio. Não era um jogador de sair, de conviver. Não suportava as brincadeiras dos colegas, porque não compreendia como jogadores profissionais podiam ter aquela leviandade. Mas era acarinhado pelo grupo, sempre foi, sobretudo pelo seu estatuto», revelou.

Stoilov (em baixo à esquerda) no plantel do Campomaiorense (1995/96)

Já sobre a escolha de Stoilov pelos bancos, Diamantino disse não ter ficado surpreendido, uma vez que, enquanto jogador, já apresentava características muito técnicas.

«Percebia-se que ele entendia tudo como jogador, era muito inteligente e não era necessário falar com ele aquilo que falava com os outros. Compreendia facilmente tudo o que se transmitia e dominava muitas coisas melhor que os colegas. Quando se passa de jogador para treinador tenta-se sempre ir beber algo dos nossos antigos treinadores, mas não sei se foi buscar alguma coisa a mim», sublinhou, admitindo também que gostaria de reencontrar o seu antigo jogador no Estádio da Luz.

Stoilov


«Gostava de revê-lo e congratulá-lo pela carreira que tem vindo a fazer, não só quando foi selecionador da Bulgária, mas também agora no Astana. Para mim é um orgulho ver antigos jogadores meus a treinarem boas equipas e na Liga dos Campeões», referiu.

Para já, e depois de perder na Luz (0-2) e de empatar em casa com o Benfica (2-2), em 2015, o Astana prepara-se para defrontar o Sporting, em jogo da Liga Europa.

Um novo jogo, dois destinos diferentes. Falta saber quem sairá mais feliz do encontro de quinta-feira.