Mais de uma década no Benfica valeu a Rúben Pinto a convivência com muitos dos jogadores portugueses que agora estão nas bocas da Europa. Na hora de recordar o que de melhor assistiu na formação encarnada, o médio não teve dúvidas em apontar um nome.

Atualmente no Belenenses, Rúben disse não perder um único jogo dos «amigos» no velho continente, com o sonho de conseguir afirma-se finalmente e alcançar o mesmo patamar.

A formação das águias vista pelos olhos do antigo capitão, em entrevista ao Maisfutebol.


Foi colega de vários jogadores nas equipas secundárias do Benfica. Bernardo Silva, Nélson Oliveira, Danilo Pereira. Como vê a carreira deles?
Acima de tudo estou muito feliz por eles, acho que merecem, não só pela qualidade mas também pela pessoa humana que eles são, são pessoas extraordinárias. Tento acompanhar todos os jogos que possa. Quando não vejo é mesmo porque não posso, uma vez que me dá gozo vê-los jogar, e saber que eles estão bem. Estão bem porque merecem.

Não causa estranheza eles não terem sido aposta no Benfica como o Rúben?
Acho que eles pensam exatamente como eu, ou seja, querem contradizer aquilo que foi feito na altura. O Benfica teve de tomar uma decisão e eles tiveram de seguir os seus caminhos e hoje também contradizem aquilo que foi feito. Não se pode apontar o dedo ao Benfica, porque tem jogadores de grande qualidade, são sempre plantéis muito grandes, e as decisões têm de ser tomadas. Mas tanto eu como a estrutura do Benfica está feliz pelo sucesso deles de certeza.

Os três já chegaram à Seleção. Gostava de seguir as mesmas pisadas?
Claro que sim, e se tudo correr bem vou seguir as mesmas pisadas que eles, mas sempre com os pés bem assentes na terra e com a cabeça limpa. O futebol vive do momento, e eles estão num grande momento e estão em grandes equipas também. Tenho sempre na minha cabeça que o meu momento vai chegar e, para isso, vou ter de trabalhar, porque as coisas não caem do céu. Um dia vou chegar ao patamar onde eles estão.

E acredita que esse salto pode acontecer no Belenenses?
Claro, senão não tinha vindo para aqui. Acho que é um grande clube, com uma grande história. As competições europeias são também uma montra para todos nos poderem ver e valorizarmo-nos a nós e ao clube.

Qual lhe parecia ser o jogador com mais potencial na formação encarnada?
Sempre vi o Bernardo como um grande jogador. Não era só para mim, mas também para os meus colegas que trabalhavam comigo todos os dias, o Bernardo era craque, estava à vista de todos. Tem uma qualidade fora de série, é um craque mesmo, mas também havia outros com uma grande qualidade e que podem, e serão seguramente grandes jogadores, como é o caso do João Cancelo, do Ivan Cavaleiro, e muitos outros.

Desta nova «fornada», qual acha que irá dar o salto mais rapidamente?
Tenho acompanhado e estão todos a trabalhar de igual forma, mas tudo depende do momento, lá está. Depois é a aposta do treinador. Se for aposta dará o salto, se não for é mais difícil. Sinceramente estão todos num grande pé de igualdade. O Nélson Semedo tem feito uma época espetacular. Embora tenha tido agora uma lesão, isso não o vai afetar de qualquer maneira, porque também é um grande jogador e vai dar a volta por cima. O Gonçalo Guedes também é um grande jogador e tem tido um percurso muito bom. Estou feliz por vê-lo jogar e ser aposta, e vejo que é mais um jogador da formação que o Benfica está a aproveitar.