«Todos querem uma fotografia com o homem da camisola do Franco»

Como tem sido a sua vida no clube após aquela conferência de imprensa?
«Sinto muito apoio, mesmo! Primeiro dos meus companheiros, que têm sido incansáveis, do staff do clube, dos adeptos e da população de Jaén».

Já foi abordado por adeptos na rua?
«Sim, já me cruzei com vários adeptos e o efeito tem sido precisamente o oposto daquele que as pessoas pensam. Não passo despercebido e todos querem uma fotografia com o homem da camisola do Franco».

Fazem-lhe algum pedido especial?
«Vários: desde jogar com a camisola por baixo do equipamento, festejar com a camisola ou com um gesto particular...».
 

A verdade é que todo este imbróglio acabou por dar origem a uma campanha publicitária de angariação de sócios. De quem foi a ideia?
«A campanha surgiu graças a uma ideia do diretor e Comunicação, José Olmo, e do diretor desportivo. Isto só comprova que em Espanha pensa-se mais o futebol do que em Portugal e procura-se sempre o lado positivo da questão».

É, portanto, um clube com recursos diferentes da generalidade do futebol português?
«A estrutura do clube é enorme. Aqui um jogador sente-se mesmo jogador e é valorizado. Em Portugal oferecem-se condições absurdas aos jogadores e há vários estratagemas utilizados pelos clubes para não pagarem alojamento ou alimentação. Em Portugal, tirando os três grandes, tudo é muito complicado…».

Foi também por isso que resolveu emigrar novamente?
«O que me levou a escolher a II Divisão B espanhola foi o cumprir de um sonho que tinha desde criança: jogar em Espanha. Os outros dois objetivos que tinha já os cumpri: jogar na I Liga [Olhanense] e na Liga dos Campeões [Liga dos Campeões Africana pelo Recreativo do Libolo].

Como estão a correr os primeiros treinos com os novos companheiros?
«Ainda não tive oportunidade de me estrear porque ainda não tivemos nenhum jogo. Cheguei duas semanas depois dos meus companheiros e estamos mais focados na parte física para recuperar o tempo perdido».

Entretanto, já participou na apresentação oficial da equipa aos adeptos. Como foi a sensação?
«A apresentação aos adeptos aconteceu na Catedral de Jaén e foi espetacular. Tive inúmeras demonstrações de apoio ao ponto de o autocarro ter de sair para o estádio e as pessoas não me deixarem ir porque queriam tirar fotos. Foi bom sentir-me o CR7 daquele dia. Tenho a consciência que tudo é momentâneo, mas tem sido muito intenso. Os meus colegas também se riem muito com tudo isto».

 

Tem a consciência de que há o reverso da medalha? Os jogos fora de casa não vão ser fáceis…
«Sei que vou passar mal em alguns estádios, mas tenho sido muito apoiado pelos nossos adeptos. Sou abordado no trânsito para me darem força. Tem sido incrível».