Pedro Pinto é dos portugueses mais conhecidos no mundo do desporto, sobretudo desde que apresenta os sorteios da UEFA. Antes disso, porém, já tinha sido o rosto do desporto da CNN Internacional e depois foi também o diretor de comunicação da própria UEFA.

Uma carreira longa, que o levou a muitos sítios e lhe rendeu várias histórias para contar aos netos. Desde os jogos da NBA vistos debaixo do cesto, quando se voluntariou para segurar os cabos da câmara, até às entrevistas com as maiores estrelas do futebol.

Hoje está dedicado à agência de comunicação que abriu, a Empower Sports, mas não esquece a entrevista em que Federer não conseguia parar de rir, por exemplo. Da mesma forma que não esquece a tensão nas galas da UEFA entre Real Madrid e Barcelona.

«Ali cortava-se à faca.»

Qual é a primeira memória que tem do futebol?

O Bélgica-Argentina, jogo de abertura do Mundial 82. Estava no Algarve de férias com a família. Tenho uma ligação especial ao Brasil de 82, com Sócrates, Zico, Júnior, Falcão, Éder, adorei essa equipa. Lembro-me do Brasil-União Soviética com um golo incrível de fora da área do Éder. Tinha sete anos e essa é a minha primeira memória. Mas tenho a certeza que antes disso o meu pai, que nem era grande adepto de futebol, me levou a ver jogos do Benfica.

Era normal ir ao Estádio da Luz?

Eu lembro-me de ir ao Estádio da Luz ver jogos, mas não tenho memória de nenhum em especial. O primeiro jogo que me recordo claramente de ver no estádio foi, em meados dos anos 80, um jogo com o Liverpool da Taça dos Campeões Europeus, que o Benfica perdeu por 4-1. Eu estudava num colégio inglês e era adepto do Liverpool, sobretudo porque gostava muito do Ian Rush.

E nessa altura tinha o hábito de fazer torneios de subbuteo, não era?

Eu era viciado no subbuteo. Fazia todos os jogos, de todas as jornadas, do campeonato inglês. Já nessa altura adorava o campeonato inglês. E depois fazia os jogos dos Mundiais, dos Europeus...

Mas replicava os jogos?

Sim, sim, replicava. O que acontecia na vida real, eu replicava no subbuteo. Fazia os relatos e gravava tudo naqueles gravadores de cassete. Outra coisa, jogava os jogos do Matchday, no Spectrum, e comentava tudo enquanto jogava. Foram as minhas primeiras gravações.

Já nessa altura havia o bichinho do jornalismo.

Eu sempre joguei à bola, mas nunca me destaquei, portanto nunca pensei que pudesse ser jogador de futebol. Mas sabia que gostava de fazer alguma coisa relacionada com o desporto. Lembro-me que mais tarde também simulava com os meus amigos entrevistas a jogadores e programas de resumo, que gravava numa pequena câmara de vídeo que tinha.

Quando é que percebeu que era mesmo isso que queria fazer?

Muito mais tarde. Só quando fui para os Estados Unidos e comecei a escrever sobre desporto no jornal da universidade. Já em Portugal adorava futebol e basquete, lia tudo, seguia tudo, estudava as estatísticas, mas só na universidade é que ganhei a paixão por retratar tudo o que via e sentia.

Vai para os Estados Unidos antes da RTP.

Sim, sim, eu fui para os Estados Unidos em 92. Fiquei até 96 e no último ano tive a possibilidade de fazer um curso de broadcasting de televisão e rádio, um curso muito prático, e é através desse curso que me surge a possibilidade de fazer um estágio na NBA. O curso tinha um protocolo com os Charlotte Hornets e disponibilizava estudantes para serem assistentes de câmara nos jogos da NBA. Eu, depois de ir ao primeiro, pedi para ir sempre. Passei praticamente um ano, entre duas meias épocas, a ir aos jogos dos Hornets em casa.

E o que é que fazia durante os jogos?

Era assistente de câmara, portanto, fazia tudo para ajudar o cameraman. Os jogos geralmente eram às sete e meia da noite. Nós chegávamos às quatro e meia, jantávamos, depois montava a iluminação, os tripés para as câmaras, ajudava a colocar os microfones, fazia teleponto e segurava os fios quando o camaraman entrava no campo durante as interrupções do jogo.

E isso permitia-lhe ficar debaixo do cesto durante o jogo?

Exato, quando a bola rolava ficava debaixo do cesto e foi uma experiência inacreditável. Ainda hoje digo que, apesar de não me terem pagado, foi dos melhores trabalhos que tive. Eu era fanático da NBA, por isso ter oportunidade de ver o Michael Jordan ou estar frente a ele quando era entrevistado no final do jogo, ter a oportunidade de ver o Magic Johnson, o Karl Malone, o Charles Barkley, o Hakeem Olajuwon, o David Robinson foi incrível. Foi aí que me apaixonei pela produção de televisão. Curiosamente nessa altura também fui produtor de áudio em jogos de golfe, ou seja, andava atrás dos jogadores de golfe a apontar aquele microfone direcional para se ouvir a tacada. Foi outra experiência fantástica.

Portanto, foi um espectador privilegiado dos voos do Michael Jordan?

Vi-o a voar algumas vezes por cima de mim, sim. E mais: o basquete nos anos 90 era muito físico. Havia batalhas autênticas. O Jordan era um jogador muito atlético, atacava o cesto inúmeras vezes por jogo e levava verdadeiras tareias. E sim, caiu várias vezes à minha frente, por faltas que sofria quando voava para o cesto para afundar. Ele era uma força da natureza.

O que lhe ficou mais na memória desses tempos na NBA?

Muitas coisas, muitas coisas. Curiosamente quem jogava em Charlotte nessa altura era o pai do Steph Curry, o Dell Curry, que era um lançador de triplos fantástico. Então cheguei a conhecer o Steph Curry, quando ele era miúdo, uma criança.

Como é que acontece o regresso a Portugal?

Eu voltei em 96, quando acabou o meu curso, e pela mão da Teresa Paixão, do departamento infanto-juvenil, fiz uns testes e entrei na RTP.

Mas antes disso enviou várias cassetes com o que fazia nos Estados Unidos.

Sim. Na parte final do curso comecei a apresentar um programa muito local, que devia ser visto por sete pessoas, um gato e um cão, que passava às duas da manhã e era sobre o meio ambiente na Carolina do Norte. Conheci a pessoa que fazia o programa e ele precisava de um pivot. Não pagavam, claro, tudo à borla. Mas gravei ainda uns pivôs e aproveitei esses pivôs para os enviar para a RTP, quando percebi que não ia ficar nos Estados Unidos. Ainda tive oportunidade de ficar como guionista num canal de televisão, mas não me patrocinavam o visto, que ainda era muito caro, por isso mandei cassetes e currículos para a RTP.

E foi parar ao Caderno Diário.

Fui parar ao Um Dó Li Tá que era um programa que apresentava com a Vera Roquete. Depois ainda fiz o Sempre a Abrir. Depois, sim, fiz o Carderno Diário e ainda fiz o Hugo, que foi o primeiro programa em direto para mim. Durante esse tempo tentei várias vezes entrar para o departamento de desporto da RTP, mas não me deram a mínima hipótese.

Deixou lá vários currículos, não foi?

Várias vezes, várias vezes. A secretária do diretor de informação era uma querida e ficava cansada de me ver passar lá de dois em dois meses a perguntar se podia falar com alguém da direção. Para mim fazia todo o sentido tentar entrar em desporto. Por mais respeito que tivesse pelo que estava a fazer, que me pagava as contas, eu não estava em televisão para apresentar programas, estava em televisão para fazer desporto.

Já tinha muito claro que queria fazer desporto, portanto?

Cem por cento. Não queria fazer outra coisa. Por isso é que mandava currículos para a CNN. Eu via o World Sports na CNN Internacional, via satélite, conhecia muito bem as modalidades norte-americanas, acompanhava o futebol internacional, por isso liguei para lá para tentar falar com alguém da redação de desporto. Para mim foi um choque quando me passaram a um dos produtores executivos do World Sports, quando na RTP não conseguia falar com ninguém.

Ligou para lá, falou com um produtor e depois?

Disse quem era, o que fazia, foquei-me na experiência que tinha de Estados Unidos, foquei-me na experiência em Portugal de apresentação e a fazer peças de desporto e ele disse-me para enviar o currículo e uma cassete. Então fiz versões em inglês de tudo o que fazia de desporto na RTP. Tinha uma boa relação com as pessoas, que me ajudaram muito, e foi um processo de um ano a ser bastante persistente e a enviar cassetes para a CNN.

E depois como aconteceu o convite para ir para a CNN?

Eu cheguei a casa um dia e tinha uma mensagem no atendedor de chamadas. Fiz o que sempre fazia quando chegava e via a luz verde a piscar, carreguei no play e fui fazer as minhas coisas. Vi que havia uma mensagem em inglês e fui ouvir mais atentamente. Era o chefe de desporto da CNN Internacional a dizer que tinha aberto uma vaga e se eu tinha disponibilidade para ir ao Estados Unidos fazer um casting. Fui e o casting correu-me muito, muito bem.

Estava tranquilo?

Não, estava supernervoso. Não estava nada tranquilo. Apesar de às vezes conseguir disfarçar bem, em vários momentos da minha vida tive grande ansiedade, até mesmo no ar. O que vale é que consigo disfarçar e as pessoas não percebem.

Então e eles gostaram do seu casting?

Sim, gostaram do meu casting e ligaram-me a oferecer o lugar. Foi dos momentos mais felizes que tive profissionalmente. O mais difícil, pensei eu, estava feito. Mas depois chegou a notícia de que não me iam patrocinar o visto de trabalho, que era de facto muito caro. Tinha algumas poupanças e felizmente consegui pagar o visto. Então em agosto de 1998 fui trabalhar como pivot da CNN. Curiosamente não disse a ninguém, só disse que ia trabalhar para os Estados Unidos, não disse que ia para a CNN. Não sabia se ia correr bem ou se teria de voltar passados dois meses, preferi não entrar em grandes detalhes.

Mas aparecia na televisão, não era uma coisa que se pudesse esconder.

Sim e quando as pessoas me viram foi um choque. ‘O miúdo do Hugo está na CNN’. Mas vivi um sonho, sobretudo no primeiro ano. Fizeram reportagens comigo e até ao programa do Herman José fui. Foram cinco anos e meio fantásticos em Atlanta.

A primeira entrevista que fez foi com o Ronaldo Fenómeno.

Sim. Depois do Mundial 98, em que houve aquele grande mistério em relação à saúde do Ronaldo, a CNN garantiu uma entrevista com ele. Só que o Ronaldo não falava inglês e o único jornalista que falava português na casa era eu. Mandaram-me para Milão. Para rentabilizar a viagem, disseram-me que o principal era a entrevista ao Ronaldo, mas depois ia fazer entrevistas a vários jogadores para preparar um especial sobre o Inter. Falei com Simeone, Paulo Sousa, Zamorano, Roberto Baggio, Djorkaeff, enfim, uma constelação de estrelas. Mas os dias iam passando e não conseguíamos agendar a entrevista com o Ronaldo. Ele estava lesionado, não treinava e o próprio Inter não sabia muito bem onde ele estava.

Voltar a Atlanta sem a entrevista ao Ronaldo não era opção?

Era, era. Nós tínhamos viagem marcada para segunda-feira. Mas a CNN tinha investido naquele serviço para entrevistar o Ronaldo e regressar sem a entrevista era um escândalo. Continuámos a pressionar o Inter, eles respondiam que era amanhã, e depois amanhã, e depois amanhã, mas o Ronaldo nunca vinha. Na véspera antes da viagem, o produtor teve uma conversa muito dura com a diretora de comunicação do Inter, os dois chocaram de uma maneira muito feia. À noite o Inter levou-nos a sair à noite, levou-nos à discoteca Hollywood que era a número um da cidade. Foi uma grande experiência, mas continuávamos sem entrevista. Então na manhã de segunda-feira fomos para o centro de treinos do Inter, a contar as horas para ir embora. Às duas da tarde tínhamos de ir para o aeroporto, houvesse ou não Ronaldo.

E houve Ronaldo?

De repente aparecem as pessoas do Inter a gritar «ele chegou, ele chegou, ele está aqui». Foi mesmo in extremis. O nosso camaraman contratado em Itália já tinha ido embora e fizemos a entrevista com uma pequena câmara de mão que tínhamos trazido de Atlanta. O Ronaldo impecável, sempre foi uma pessoa cinco estrelas, mas foi uma entrevista muito atribulada.

Depois tem também aquela entrevista mítica com o Roger Federer.

Sim, essa é um clássico. Nós fomos passar meio dia com o Federer e fazer os bastidores de um contrato de patrocínio. Estava combinado que ele ia dar uma entrevista em inglês para a CNN Internacional e depois íamos aproveitar as respostas para a CNN em espanhol. Depois colavam as respostas dele em inglês com as minhas perguntas em espanhol. Ele só tinha de ficar sentado a ouvir as minhas perguntas. Só que de cada vez que eu fazia uma pergunta em espanhol, ele desmanchava-se a rir. E um segmento de cinco minutos demorou uma hora. Tivemos de fazer dois intervalos, para ele se acalmar, e acabámos por perder o voo de regresso.

Percebeu porque é que ele não conseguia evitar o riso?

O que me dizem é que eu, quando falo espanhol, mudou um bocadinho o timbre da minha voz. Acho que ele, se calhar, não me associava àquela voz e àquela língua. Mas foi uma entrevista épica. Curiosamente na Suíça ainda há pessoas que me abordam para falar dessa entrevista. Porque ninguém o via assim a rir-se muito, ele é uma pessoa geralmente séria e tímida. Acho que até para ele acabou por funcionar bem essa entrevista.

Entretanto, no meio disso, deixou os Estados Unidos e regressou a Portugal. Porquê?

Eu fiquei muito afetado pela reação americana ao 11 de setembro. A atitude em relação aos estrangeiros mudou imenso, eu estava numa zona muito conservadora e a mentalidade naquela altura era muito Trump: anti-diversidade e anti-informação. Eu tive duas ou três experiências negativas, de ser insultado por estar a falar português com a minha mãe, que estava de visita. Havia uma grande propaganda de fechar o país e de que a culpa era dos estrangeiros. Nada daquilo fazia sentido, não me sentia à vontade e achei que era boa altura para regressar.

Faz dois anos na Sporttv e regressa à CNN, não é?

Regresso à CNN em 2006, mas vou trabalhar para Londres. Curiosamente fui contratado para produtor e correspondente, não era para ser pivot.

E é nessa altura que surgem os convites para apresentar as galas da UEFA?

Não. Eu fui convidado para apresentar o sorteio do Euro 2004, no Pavilhão Atlântico, depois vou para a Sporttv e quando estava na Sporttv comecei a fazer os sorteios da UEFA. O primeiro da Champions que eu faço é em 2005, após o FC Porto ter sido campeão europeu. Eles precisavam de alguém que falasse português e chamaram-me. Desde 2005 até agora só falhei quando era diretor de comunicação da UEFA, porque achei que não fazia sentido.

E é nos sorteios que está mais nervoso?

Muito, muito. Na televisão não vês a audiência, não vês o público, e eu fico sempre mais nervoso quando vejo o público. Quando olhas e vês o Ronaldo, o Messi, o Neymar, o Iniesta, o Xavi, o presidente da UEFA, o presidente do PSG, enfim, aquelas estrelas todas, sentes um bocadinho a responsabilidade de não poder errar. Eu coloco sempre expetativas altas e fico mais ansioso. Ainda hoje fico, e já levo mais de quinze anos a fazer isto. As pessoas perguntam-me: ‘é pá, porque é que ficas nervoso?’. Fico, pronto. Assumo a responsabilidade e fico nervoso.

E histórias dos sorteios, imensas, não?

Lembro-me de uma, em que íamos premiar o Chelsea depois ter vencido a Champions de 2012, e quando a gala começou o avião privado do Chelsa ainda não tinha chegado. Sendo que, depois de aterrar em Nice, o helicóptero ainda demora mais vinte minutos a chegar ao Mónaco. Quando começámos a gala não sabíamos se íamos ter premiados ou não. Entretanto eles chegaram e nem se sentaram: foram diretamente para o palco. Foi um timing incrível [risos]. E depois tivemos galas de verdadeira tensão entre jogadores do Barcelona e do Real Madrid em palco.

A sério?

Sim, muito, muito. Naqueles anos de Mourinho em Madrid e Guardiola em Barcelona, aquilo era pesado. Um ambiente muito pesado. Cortava-se à faca. Queriam todos muito ganhar os prémios.

Também deve ter havido tensão no último sorteio da Champions, que teve de ser repetido...

Já realizei dezenas, para não dizer mais de cem sorteios. São feitos sempre vários testes e ensaios, e foi o que aconteceu em dezembro. Não houve qualquer indício de um problema com o software. Quando o sorteio foi feito em direto o computador também não deu nenhuma indicação de que estava bloqueado. O sorteio realizou-se, os resultados foram anunciados e só depois é que a UEFA, falando com os técnicos da empresa de software, se apercebeu que o sistema tinha bloqueado. Falou-se com os auditores e decidiu-se repetir o sorteio, que era a coisa certa a fazer.

Como é que reagiu a tudo isso?

Foi um dia muito stressante. Nunca tinha acontecido uma coisa igual. Aliás, nesse mesmo dia fizemos o sorteio da Liga Europa e da Liga Conferência e não houve problemas. Mas quando a UEFA teve conhecimento do bloqueio temporário do software, retificou a situação. Não ia validar um sorteio em que houve uma qualquer irregularidade e realizou-se o sorteio novamente.

É por causa dos sorteios que depois vai para diretor de comunicação da UEFA?

Em 2013 decidi sair da CNN em Londres porque queria iniciar a minha atividade como assessor de imprensa de atletas. Saí da CNN, estava a tratar da minha empresa e em agosto fui ao Mónaco apresentar o sorteio da Champions. Na véspera há sempre um jantar para executivos da UEFA, eu estava lá e estava a falar com o Michel Platini sobre uma notícia qualquer quando ele me disse: ‘Ah, se não estivesses na CNN, eu contratava-te’. Eu respondi-lhe que por acaso tinha saído da CNN. Ele não disse mais nada. Passado para aí meia hora o Platini veio ter comigo, levou-me para um canto e perguntou-me: ‘Mas tu considerarias vir para a UEFA?’. Depois explicou-me que queria uma pessoa nova, que mudasse o perfil de comunicação e que devíamos trabalhar juntos. Eu disse que não lhe ia responder naquela noite, mas que podíamos conversar. Tivemos mais duas ou três conversas por telefone, até que fui à Suíça, fizeram-me uma proposta e aceitei.

Depois acaba por viver um período muito conturbado da UEFA.

Muito conturbado, quando o Platini é suspenso. Estamos sem presidente durante vários meses. Fui diretor de comunicação durante o Euro 2016 quando a UEFA não tinha um presidente. Depois entrou o Aleksander Ceferín, com quem tenho uma relação fantástica. Acho que ele tem feito um trabalho muito valioso, tanto na luta contra a Superliga como na luta contra o projeto do Mundial de dois em dois anos da FIFA. Acho que ele tem batalhado imenso na defesa de um futebol aberto a todos. Mas foram anos muito desgastantes.

É por isso que deixa a UEFA e regressa a Portugal?

Eu tinha estado fora de Portugal durante onze anos consecutivos e decidi que, continuando com uma boa relação com a UEFA, era a altura certa para voltar e criar o meu negócio, como tinha pensado antes de Platini falar comigo. Apoiámos os atletas, os treinadores e os clubes no aspeto comunicacional, tem corrido bem e quero continuar a investir nesta área.