Simon Vukcevic, o regresso ao futebol português cinco anos depois. Extremo do Desp. Chaves elogia Jorge Simão e diz que «não é bom pensar na Europa», em entrevista ao Maisfutebol

Avisou que era mais um para ajudar no Desp. Chaves e não a estrela principal. Não foram palavras de circunstância e, apesar de somar apenas 152 minutos divididos por seis jogos, o montenegrino diz-se pronto para ajudar a qualquer momento.

Nascido na antiga Jugoslávia, internacional pela Sérvia e Montenegro e, posteriormente, também internacional pelo Montenegro, Simon Vukcevic mostra-se surpreendido com a carreira que o Chaves está a protagonizar na Liga, sexto classificado logo abaixo dos lugares europeus.

Calmo, com um discurso fluente, rubricou um contrato válido até ao final da época e está sozinho em Chaves. A família ficou na Sérvia e é junto da natureza que gosta de passar os tempos livres. Em entrevista ao Maisfutebol elogia Jorge Simão e aborda o jogo da próxima sexta-feira com o FC Porto, a contar para a Taça de Portugal.

PARTE I: «Errei ao não renovar com o Sporting, estraguei a minha carreira»

O que sentiu quando o telefone tocou com uma proposta para regressar a Portugal? O balanço destes primeiros meses é positivo?

Faço um balanço bom, tem de ser bom. Sinto-me muito bem, já tinha estado cá quatro anos, nada de novo. Sinto-me bem e isso é o mais importante. Quando apareceu a proposta não pensei muito. Falámos um pouco, acertámos os pormenores e aceitei sem pensar muito. O que me seduziu a vir para cá, sinceramente, é vir para a I Divisão, porque sei que aqui o futebol é muito bom, como já estive aqui quatro anos, conheço tudo e, por isso, não tive dúvidas.

Está surpreendido com a carreira do Desp. Chaves?

Sim, sinceramente estou. Graças a Deus está tudo a correr bem, jogamos bem, a equipa está bem. O mister [Jorge Simão] trabalha muito bem e esperamos que assim continue, porque no final é que se fazem as contas e esperamos continuar assim até ao fim.

Jorge Simão é um dos motivos do sucesso?

Na minha opinião, sim, sem dúvida nenhuma. Gosto muito do trabalho dele, faz um trabalho muito sério, com método, e isso está-se a notar e está a dar resultados. Mas queremos melhorar e continuar a evoluir.

Recentemente Jorge Simão referiu que o Chaves pode crescer e chegar a patamares mais altos, dando como exemplo o Sp. Braga. Concorda?

Não sei. Não gosto muito de pensar num futuro tão alargado, porque se perdemos dois ou três jogos seguidos é logo tudo posto em causa. Da forma como estamos a trabalhar podem acontecer coisas boas, mas o melhor é pensar dia a dia, um jogo atrás do outro, e depois logo se vê.

«Não é bom pensar na Europa»

No balneário do Desp. Chaves fala-se da Liga Europa?

Não, nada disso. Nem é bom pensar nisso. Queremos continuar bem, queremos que este momento continue e queremos fazer as coisas bem, focados. Como já disse, não gosto de fazer muitos planos. Pensamos no próximo jogo.

Próximo jogo é com o FC Porto, para a Taça de Portugal. O que se pode esperar do Desp. Chaves?

É o próximo jogo e, de acordo com o que eu penso, não depende se vamos jogar com o Benfica, o Braga, o Feirense ou o V. Setúbal, temos de fazer tudo para ganhar e sair do campo sabendo que demos tudo. Depois vamos ver, também há onze jogadores do outro lado e nunca se sabe o que pode acontecer. Vamos trabalhar e, se eu jogar, vou dar o meu melhor. Vamos ver, tenciono fazer o que o treinador pede. Claro que não vamos ameaçar o Porto, mas também não vamos com medo. Jogamos o nosso jogo.

O que ainda espera a nível pessoal para esta época?

Espero jogar mais, claro, mas há outra coisa mais importante: estamos todos aqui em função do Chaves. O Chaves está muito bem, os jogadores que jogam na minha posição estão muito bem, e, por isso, quando a equipa está bem, num bom momento, não há razão para mexer. Por isso, tenho é de fazer por estar em forma, disposto, para um minuto que seja em que eu possa ajudar. Quando cheguei disse que era um de 25 jogadores e continua a ser assim, porque acima de tudo está o sucesso da equipa.

Como é que a equipa tem reagido a este castigo do treinador?

Claro que é melhor ele estar lá, eu no jogo prefiro ouvi-lo a falar, a dar indicações. Sinto-me mais tranquilo, mas não gosto de entrar nestas coisas. Com a minha experiência penso que nunca ganhei nada com queixas, apenas se fica chateado. Isso não me interessa, preocupo-me em fazer o meu trabalho. Todos falhamos, ninguém falha de propósito.