Aos 21 anos, Tomás Paçó já ganhou uma Champions, um Mundial e um Europeu, para além de todos os títulos possíveis em Portugal. Ele e Zicky são um caso à parte na Seleção, o que é curioso, porque conhecem-se desde os seis anos, quando eram vizinhos em Olival Basto.

Nesta entrevista ao Maisfutebol, o jogador da Seleção recorda o trajeto desde que era miúdo, sempre ao lado do irmão gémeo, Bernardo Paçó, que também joga no Sporting e com que é confundido por colegas, treinadores e até, uma vez, pela namorada do irmão.

É com o gémeo que Tomás ainda hoje divide o quarto na casa dos pais, agora na Charneca da Caparica, o que não o chateia muito porque gosta. A família é aliás muito unida, com frequência junta trinta elementos em casa e até faz vídeos para apoiar os dois manos.

Esta conversa passa, claro, pelo recente título Europeu, pelo golo na final e que deu início à remontada, pela transparência que faz de Jorge Braz um homem especial e pelo sentimento de chegar ao topo do mundo aos 21 anos. «Quero marcar o meu nome no futsal», garante.

Acha que poderia ser o que é hoje se não tivesse um rinque em frente à sua casa?

Acho que sim, eu sempre tive a paixão de jogar futebol e futsal. Mas aquele rinque ajudou muito, admito que sim. Via os jogos na televisão e depois tinha a sorte de poder ser só descer as escadas, entrar no rinque e tentar replicar aquilo que via os jogadores fazer na televisão. Acho que isso ajudou muito a ser quem sou hoje, sem dúvida.

Era capaz de passar uma tarde só a jogar com o seu irmão, não é?

É verdade. A nossa rotina era sempre a mesma. Eu e o meu irmão acordávamos às sete ou oito da manhã, tomávamos o pequeno almoço, jogávamos um bocadinho de playstation, na altura era a Playstation 2, saíamos de casa logo ali pelas nove ou dez da manhã, diretos ao rinque, a jogar à bola. A minha irmã ia à janela e gritava ‘venham almoçar’. Nós íamos almoçar, passado um pouco íamos outra vez para o rinque jogar à bola, com os nossos amigos todos do bairro. Depois fazíamos uma coisa que eu adorava e que me deixa muitas saudades, que era sair do rinque e ir ao Minipreço comprar bolachas para lancharmos todos juntos. Íamos para um sítio atrás do meu prédio, um jardinzinho que dizíamos que era só nosso, era a nossa ‘casa secreta’, ficávamos ali a lanchar, depois íamos outra vez jogar à bola e só voltámos para casa lá para as oito horas para ir jantar.

Saudades dessa altura em que era criança?

Muitas, muitas saudades. Eram tempos muito bem passados.

No entanto, o Tomás tinha uma vantagem: mesmo quando não estava lá mais ninguém, nunca estava sozinho...

É verdade, tinha sempre o meu irmão. Eu até brincava com ele, por causa de um desenho animado que víamos na altura, que éramos o Oliver e Benji. Eu era o Oliver, porque jogava à frente, e o meu irmão era o Benji Price, porque era guarda-redes. O meu pai até brincava comigo: ‘Olha, tens que fazer o remate canhão para ver se o teu irmão defende’. Nós ficávamos lá horas, eu a rematar e ele e defender.

E não jogavam um contra o outro?

Sim, às vezes, para ter mais piada e para o meu irmão não estar sempre a defender, fazíamos baliza a baliza, a chutar de um lado para o outro do rinque. Isso ajudou-nos muito, até ao meu irmão para jogar com os pés. Safa-se muito bem e tudo começou ali.

Porque é que não gosta de ficar na equipa dele?

Já foi pior, já foi pior. Acho que acontece com toda a gente, é sempre mais fácil criticar quem nos é mais próximo. Eu critico muito mais o meu irmão do que se for o Guitta ou o Gonçalo na baliza. Porque é o meu irmão. ‘Tens de estar no máximo’ ou ‘porque fizeste isto?’. Por isso quando éramos miúdos chateávamo-nos muito. Se ele sofria um golo ou inventava com os pés, começava logo a mandar vir com ele. Eu queria ganhar sempre.

É curioso que o seu primeiro treinador diz que já na altura era muito agressivo sobre a bola e competitivo.

Acho que herdei isso do meu pai. Fico passado quando não ganho. Seja no futsal, na playstation ou nas damas. Estou sempre a jogar damas com o Zicky, ainda não lhe ganhei uma única vez, mas quando perco fico doente. Detesto, detesto. Mas até nisso estou melhor. Antigamente até chorava quando perdia, agora já me controlo melhor.

Tendo um irmão gémeo que é igual, naturalmente que já trocaram de lugar sem ninguém saber...

Sim, aconteceu quando jogávamos no GROB, em Olival Basto. Até foi a minha mãe que perguntou: ‘Olha lá, vocês já alguma vez trocaram?’. Olhei para o meu irmão e pensámos logo ‘bora lá fazer isso’. Vesti as calças de guarda-redes, tudo, ele foi para a frente, mas não durou muito: rapidamente notaram a diferença, porque eu sou mesmo muito mau à baliza. Notaram logo que aquele não era o Bernardo.

Alguma vez pensou jogar outra coisa que não o futsal?

Ainda experimentei o hóquei em patins, mas fiz só dois treinos e deixei, também experimentei o futebol no colégio, mas percebi rapidamente que era o futsal que queria seguir.

A experiência no futebol foi apenas no colégio?

Fiz ainda uns treinos de futebol no Sporting, mas também não deu em nada.

Era no futsal que era melhor jogador?

Sim, no futsal era melhor, mas sobretudo o futsal é diferente. No futebol passa-se muito tempo sem a bola e eu não gostava disso, queria estar sempre em contacto com a bola, o futsal também é mais intenso, por isso desenvolvi rapidamente uma paixão pelo futsal.

Como é que o futsal entra mais a sério na sua vida?

Quando se dá a criação de uma equipa dos miúdos que jogavam no rinque em frente à minha casa, em Olival Basto. As pessoas do GROB dizem que vão criar uma equipa e nós entrámos.

Tinha o quê, nove anos?

Sim, nove anos. No final desse ano fomos viver para Angola. O meu irmão até tinha recebido já uma proposta para ser guarda-redes de futebol de onze no Sporting, mas a minha mãe não o quis deixar cá, não queria separar-nos. Fomos para Angola, passado um ano voltámos e o meu irmão diz que eu voltei a saber jogar à bola, porque antes não dava dois toques. Fizemos mais um ano no GROB e depois chamaram-nos para o futsal do Sporting. Aí tornou-se mais sério, mas ainda não era mesmo a sério. Começou a sê-lo mais ou menos nos juvenis, quando comecei a ter mais tempo de jogo. Nos juvenis de segundo ano fiz a pré-época com os seniores e tive um contrato de formação melhor. Aí percebi que isto podia ser a minha vida e não apenas um divertimento.

Foram para Angola viver com o vosso pai, que já estava a trabalhar lá: como é que esse ano o influenciou como jogador e pessoa?

Mudou muito. A vida em Angola é completamente diferente. É outra realidade. Há pessoas a viver na rua que nos pedem dinheiro para um pão e essa diferença foi um bocado chocante para mim na altura. Nós íamos às vezes, por exemplo, para a Ilha do Mussulo e quando parávamos para descansar, ou comer alguma coisa, apareciam crianças com sacos de plástico com água, a vender essa água, para fazerem dinheiro para poderem comprar alguma coisa. Isso mudou muito a minha perspetiva, o amor a coisas básicas como ter uma casa, viver com a minha família, os meus pais não terem dificuldades em fazer uma vida normal.

E o que aconteceu para voltar de lá a saber jogar à bola?

Não sei, não sei. Eu lá passava os dias a jogar, mas aqui também passava. Faltava às aulas para jogar num campo de terra batido vermelha, saía de lá todo sujo de vermelho. Não sei, só se lá eram melhores jogadores do que cá e me fizeram evoluir, mas não sei o que é que o meu irmão viu.

A sua mãe acabou por decidir voltar para Portugal um ano depois, mas gostou de estar lá?

Quando se é mais novo, a nossa adaptabilidade é maior, somos mais abertos a novas experiências e foi fácil adaptar-me. Havia amigos dos meus pais que também já estavam lá e tinham uns filhos mais velhos do que eu, com quem andava sempre. Fiz grandes amizades e adorei a experiência.

Voltou a Portugal, voltou ao GROB e como é que se dá a passagem para o Sporting?

Foi muito simples, foi só assinar um papel [risos]. Num dos últimos jogos do campeonato distrital, com o GROB, veio um olheiro, que era o Pedro Miguel, falar com os meus pais. Pediu para eu e o meu irmão virmos fazer treinos de captação ao Sporting, fizemos dois ou três treinos e ficamos.

Mas então o Sporting já andava de olho em vocês.

Já, sim. Estavam a fazer a primeira equipa de infantis de futsal e andavam a ver miúdos para entrar. Portanto, já nos conhecia.

Lembra-se desses treinos de captação?

Não. Lembro-me mais de outros pormenores. Por exemplo, quando entrámos no elevador para subir para o campo, apareceram dois gémeos, também iguais, em que um era guarda-redes e o outro era jogador. Nunca me esqueci disso. Eram os Stácios, que jogaram comigo algum tempo. Outro exemplo, cheguei ao balneário e vi o Ricardo Pinto, que é mesmo da minha idade. Era meu adversário e tínhamos uma grande rivalidade. Depois viemos para aqui e demo-nos sempre super-bem, ficamos muito amigos até hoje.

O Sporting sempre esteve na sua vida?

Sempre, sempre. Tirando a minha mãe, a minha família é toda do Sporting. A minha irmã é louca pelo Sporting, o meu pai é louco pelo Sporting, os meus tios são loucos pelo Sporting. Sempre vi jogos do Sporting e sempre apoiei o Sporting.

Desde miúdo que vinha a Alvalade?

O meu primeiro jogo foi contra a Naval, em que o Liedson marcou um golo com as costas. Foi a minha estreia. Eu tinha feito anos e de prenda viemos a Alvalade, fomos jogar bowling ao Alvaláxia, que na altura ainda existia, e depois fomos a Alvalade ver o jogo.

As festas da sua família para ver o Sporting já são até mediáticas...

Exatamente, tenho até tios e primos que vêm do Alentejo para se juntar toda a gente e fazerem lá as suas brincadeiras. Nós temos um grupo de toda a família no whatsapp e há sempre uma mensagem antes dos jogos, inventam canções novas para os nossos jogos e dão-nos muito força.

A sua família está sempre pronta para fazer a festa?

Sempre, sempre. Na minha família não há descanso. Pode mesmo ser um pretexto muito pequenino, vem logo umas trinta pessoas fazer a festa com tudo.

Voltando ao seu trajeto, nem sempre foi fácil, que momentos mais duros é que recorda?

Eu só comecei a jogar mais nos juvenis. Nos iniciados e infantis tinha tempo de jogo, mas não era aquele jogador que o treinador punha a jogar quando as coisas estivessem difíceis. Mas isso também me fez crescer e ser o jogador que sou hoje, porque via os outros jogadores a jogar e pensava que também queria estar ali. Foi uma fase difícil, mas que me ajudou a crescer.

Nessa altura o Zicky torna-se um apoio importante?

Eu e o Zicky temos uma longa história. Ele com seis anos deixa a Guiné e vem viver para Olival Basto. Nós jogávamos no rinque com todos os outros amigos.

O Zicky faz parte desse grupo que joga no rinque?

Sim, sim, ele faz parte do grupo. Fazíamos muita coisa juntos. Entretanto deu-se a separação quando eu fui para Angola e ele se muda para Santo António dos Cavaleiros. Foi aí que ele começou a jogar no PSAC. Reencontrámo-nos aqui no Sporting e começámos a dar-nos bem outra vez. E claro, ele foi um apoio muito importante para mim. Tal como foram o Neves, o meu irmão, o Ricardo Pinto. Havia jogadores que não jogavam tanto, mas houve sempre enorme entreajuda e um grande sentimento de amizade. Nunca vimos isto como ‘sou melhor do que tu’ ou ‘vou fazer isto primeiro que tu’. Não, nada disso, éramos um grupo de amigos que se queria divertir e ganhar jogos. Isso ajudou muito ao meu crescimento.

Foi assim que ultrapassou essa fase mais complicada?

No fundo sempre gostei de vir para aqui. Queria jogar mais, claro, mas sempre gostei de vir, dee estar com os meus amigos, esquecer a escola, entrar no balneário e fazer partidas, e divertir-me com os meus amigos.

E o que significa ter jogadores na equipa e na seleção com quem joga há dez anos?

Significa muito, muito. Acho que toda a gente consegue ver. Eu já sei tudo, tudo, tudo o que o Zicky faz. Com um simples olhar percebo: ‘ok, tu vais fazer isto, vou meter a bola ali’ ou ‘ok, o Zicky tem ali a bola, já sei que se a perder ele vai fazer isto e eu tenho de fazer aquilo’. Da mesma forma quando o meu irmão agarra a bola, já sei que a primeira coisa que faz é olhar para aquele sítio à procura de alguém a correr e que eu tenho de correr por ali. Isso ajuda-nos a ligar muito o jogo e ajudou-nos até a impormo-nos na seleção.

Como foi a chegada à seleção?

O Zicky foi chamado antes de mim e quando chegou a minha primeira convocatória ele já lá estava. Eu estava um bocado nervoso e ele era o meu confidente. Ia para o quarto e desabafava tudo com ele. ‘É pá, estou bué nervoso, este treino não me correu nada bem’. E ele dizia sempre: ‘Não te preocupes, estamos aqui todos para o mesmo, diverte-te e aproveita’. Mas também o Erik, o Pany, toda a gente que eu já conhecia me ajudou e a equipa é espetacular.

O golo que marcou na final deste Europeu foi o mais importante da sua vida?

Ui... Não sei. Sinceramente não ligo muito aos golos. Ligo mais às exibições que faço, ao cortar a bola, ao defender, porque essas são as minhas características. Claro que marcar um golo é sempre bom e este golo foi muito importante. Mas não consigo dizer que tenha sido o mais importante da minha carreira. Honestamente, dou pelo menos o mesmo valor à assistência que fiz na final da Champions para o Zicky fazer o golo que deu início à remontada. Tanto o golo como a assistência foram muito importantes.

Portanto, não adormece à noite a pensar no golo que marcou na final do Euro?

Não, adormeço à noite a pensar que sou campeão da Europa e campeão do Mundo. Não ligo aos golos. Até digo mais: se me dissessem que podia não marcar e ganhar a final por 3-0, descansadinho, trocava o meu golo por ganhar a final descansadinho.

Porque é que toda a gente elogia tanto o Jorge Braz?

Porque ele é uma pessoa à parte. É como o João Matos diz: ele acredita mais em nós do que nós próprios. A confiança que nos dá antes dos jogos, tudo aquilo que nos transmite, toda a gente sente e é capaz de ir para dentro de campo dar a vida por ele. Antes desta final, ele disse-nos: ‘Ei, atenção, estou completamente orgulhoso pelo que vocês fizeram, não é por ganharmos ou perdermos que vou ficar mais orgulhoso, vocês são espetaculares, fizeram exibições espetaculares e não vai ser este jogo que vai estragar o que quer que seja’. A confiança que nos transmite e a transparência com que o faz... Ele diz tudo o que sente, não há teatros, tudo aquilo que tem a dizer ele vai dizer, seja bom ou não. Quando tem que nos rasgar, ele vai rasgar-nos, e quando tem que nos elogiar, ele vai elogiar-nos. É isso que nos marca.

Ele consegue retirar o melhor de cada jogador?

É isso mesmo, é isso mesmo. Cada jogador tem as suas características, somos todos jogadores diferentes, com personalidades muito diferentes, e ele sabe como tem que falar com cada um, ou como vai mexer mais contigo. Até mesmo no jogo, ele pensa ‘ok, o jogo está assim, vou precisar deste para fazer isto’. Pode puxar da experiência de um jogador mais velho para conseguir um determinado objetivo ou puxar da irreverência de um jovem para introduzir outra coisa no jogo.

Qual é a sensação de já ter ganhado tudo aos 21 anos?

Não sei, é o que os mais velhos dizem: ‘Vocês não têm noção do que é que vocês fizeram’. E eu concordo com isso, eu não tenho noção, porque para mim é do género ‘ok, ganhei mais um troféu’. Claro que é muito bom ganhar o Europeu, ganhar o Mundial, ganhar tudo o que havia para ganhar. Há jogadores que estiveram dez anos para ganhar um Europeu ou estiveram dez anos para ganhar uma Champions. O meu irmão chegou aqui e ganhou uma Champions, eu e o Zicky chegámos aqui ganhámos uma Champions, um Mundial e um Europeu, logo no primeiro ou segundo ano de seniores. Estamos a viver um sonho, essa é que é a verdade.

E o que vem a seguir ao topo do mundo?

É o que eu digo sempre: um jogador de alto rendimento tem de estar sempre no topo e não quero sair do topo. Claro que sei que vamos ter dias em que as coisas não vão correr tão bem e vamos ter de estar preparados para isso, mas o desporto é assim, o desporto é feito de momentos. Ontem ganhámos isto, amanhã se perdermos já não somos ninguém. Quero marcar o meu nome no futsal e para isso tenho que estar sempre no topo.

Faz algum tipo de trabalho para alimentar essa mentalidade?

O Zicky tem um mental coach e trabalha muito nessa área. Eu não tenho, mas comecei no Mundial e continuei agora no Europeu a falar muito com o psicólogo que temos na seleção, o Jorge Silvério. Falei e falo muito com ele durante os estágios. Sobretudo no Mundial, porque era a minha primeira competição importante ao serviço da Seleção Nacional, eu ia falar muito com ele, ficava mais tranquilo, ele dava-me exercícios para relaxar. Neste Europeu fiz a mesma coisa e foi muito bom. Acho que a parte mental é muito importante para os atletas de alto rendimento.

Como é que um miúdo de 21 anos entra no balneário com estes títulos todos e fala com atletas mais velhos que não ganharam tanto?

A pessoa que entra no balneário é precisamente a mesma. Só tenho mais uma medalha.

Mas é uma medalha especial...

Claro que é, claro que é. Mas não muda nada em mim. Se pudesse partilhar com todos os meus colegas, eu partilhava. Se pudesse dar medalhas a todos os meus colegas, eu dava. Claro que na brincadeira fico mais inchado. ‘Então, como é que é? Já ganhei isto e tu?’ Mas só na brincadeira.

Para terminar, o Tomás é um miúdo de 21 anos que já ganhou tudo, mas ainda dorme no quarto com o seu irmão...?

[Risos] É verdade e temos que tratar disso. Sou um rapaz que tem uma Champions, um Europeu e um Mundial e também ainda não tem a carta. Para vir treinar ou acordamos às seis da manhã para vir à boleia com o meu pai, que trabalha aqui perto, mas os treinos são só às nove ou às dez, ou fico em casa da minha avó, que vive aqui mais perto. Portanto temos de tratar disso, da carta e do quarto. Mas sou novo e gosto de estar em casa dos meus pais.