O secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, disse esta quarta-feira que não ter nada a ver com as informações relevadas segunda-feira pelo New York Times, que escreveu que ele tinha transferido milhões de euros para as contas de Jack Warner, antigo vice-presidente da FIFA e ex-presidente da CONCACAF.

«Não tenho qualquer razão para dizer que não devo continuar como secretário-geral, não tenho nenhuma responsabilidade, não tenho nada a apontar-me, não tenho de provar que sou inocente», disse o francês em entrevista à rádio France Info.

Na segunda-feira, o New York Times noticiou que Jérôme Valcke, secretário-geral da FIFA, autorizou transferências bancárias no valor de 10 milhões de dólares (cerca de 9,1 milhões de euros) para contas controladas por Jack Warner, um dos implicados no escândalo de corrupção do organismo, quando este era presidente da CONCACAF.

«Num determinado momento, no seguimento de uma decisão do governo sul-africano, a FIFA recebeu uma carta que pedia para retirar do orçamento do comité de organização do Mundial 2010 uma soma de dez milhões de dólares, para que fosse dirigida ao programa Diaspora Legacy. Estes fundos deviam ser geridos pelo presidente da CONCACAF Jack Warner, pelo que esta foi enviada para as contas indicadas por Jack Warner», alegou Valcke.

O secretário-geral da FIFA esclareceu que não poderia ter transferido dinheiro por não ter o poder de autorizar pagamentos.

«Essa carta partiu do presidente da comissão de finanças, quando os sul-africanos confirmaram a decisão de retirar os dez milhões e Jack Warner, que era vice-presidente da comissão de finanças, aceitou. O visto de Julio Grondona [presidente da comissão de finanças] foi carimbado e a decisão foi validada», acrescentou.

Valcke era considerado o braço direito do presidente demissionário Joseph Blatter e poderá estar de saída da FIFA: «No início de 2016 haverá um novo presidente da FIFA e normalmente um presidente escolhe o seu secretário-geral», concluiu.