O «dia mais negro» na história e um clube com 139 anos. Foi assim que adeptos e meios de comunicação social escoceses definiram a formalização de pedido de administração judicial por parte do Hearts, o histórico clube de Edimburgo.

A medida segue-se a um acelerar da degradação financeira do clube, que na semana passada colocou todo o plantel à venda.

Fraser Wishart, diretor executivo da federação escocesa, admitiu que a preocupação daquele organismo é limitar o impacto da decisão junto de jogadores e staff, mantendo, ao mesmo tempo, a porta aberta para a possibilidade de o clube continuar a competir no escalão principal, mesmo sem poder contratar jogadores: «O Hearts tem de manter um mínimo de qualidade no seu grupo mas não pode trazer nomes novos», frisou o dirigente.

Os jogadores já foram informados da medida, consequência de um período de gastos excessivos, que coincidiu com a chegada do milionário Vladimir Romanov, cujo projeto ambicioso levou o Hearts aos primeiros lugares do futebol escocês e à vitória na Taça da Escócia, há um ano. Para já, é certo que o Hearts se tiver condições para alinhar na Premier League, vai sofrer uma penalização de 15 pontos, o que torna a luta pela permanência num objetivo ainda mais exigente, isto assumindo que a administração judicial consegue evitar que o clube feche portas.

Ian Murray, presidente da Fundação Hearts, assumiu perante os adeptos estar perante «o dia mais negro da história do clube», acrescentando ter esperança de que estas dificuldades permitam «clarificar a situação financeira e a definição de propriedade no clube». Recorde-se que há um ano foi o Glasgow Rangers a passar por situação semelhante, que levou o histórico clube a uma refundação, e a retomar atividade na terceira divisão escocesa.