Depois de Santiago Cañizares é a vez de David Albelda, capitão do Valência, se insurgir contra o afastamento do jogador da equipa principal do clube. Emocionado e num tom crítico e bastante revoltado, Albelda afirmou estar «lixado» com o que se passou, referindo que «os dirigentes do clube não têm categoria» para o humilhar e que «apesar de confiar nas mudanças de ciclo», não se conforma com a forma como tudo se processou.
«Vou-me embora com a consciência tranquila, por ter dado o melhor e ter estado sempre disposto a ajudar. Parto muito lixado porque não esperava isto, depois de tudo o que vivi, mas tenho dias pela frente para o assumir. Não me humilham porque sempre me recordarei do Valência de forma carinhosa. Fui um tipo humilde, que ajudou e que deu tudo», explicou o médio-defensivo. Albelda aproveitou ainda para dizer que «depois de ganhar o que ganhou e ter feito crescer o clube» pode «morrer tranquilo».
O número seis ché, começou a conferência de imprensa a dizer que não queria chorar, mas quando foi aplaudido pelos jornalistas, ainda deixou cair umas lágrimas. «Esta vai ser a conferência de imprensa mais dura da minha carreira», sublinhou adiantando depois que «em dois meses, um treinador por muito bom que seja, não pode julgar ninguém», referindo-se a Ronald Koeman que decidiu afastar os históricos do clube Cañizares, Ângulo e o próprio Albelda.
O jogador mostrou-se aborrecido por não ter recebido uma justificação válida por parte do treinador quando lhe foi comunicado o afastamento: «Custa-me pensar que tenha sido um tema desportivo porque não me deram explicações. Koeman disse-me que não confiava na minha liderança nem fora nem dentro de campo e respondi que ele estava há vinte dias aqui e que não me conhecia bem. Não sabe o que me custou chegar até aqui.»
Por fim, Albelda reiterou o desejo de estar presente no Euro-2008 e explicou que, para isso, terá de jogar num clube fora de Espanha: «Ainda me faltam três anos de bom futebol e a minha carreira não acabou aqui.»