Sabia que os jogadores de Barcelona e Real Madrid trocam mensagens de telemóvel entre si? E o que dizem? Gerard Piqué revelou ao site «The Players Tribune» que criou um grupo no WhatsApp (aplicação de troca de mensagens), em que juntou atletas dos dois clubes que jogam juntos na seleção espanhola.

«Quem lê os jornais pensa que nos odiamos, mas, na verdade, damo-nos muito bem e enviamos mensagens uns aos outros a falar de táticas, filosofias de jogo e até dos livros que lemos… Acham? Estou a brincar! A única coisa que fazemos e gozar uns com os outros sobre os nossos clubes».

«É o máximo. Parecemos crianças. E é particularmente engraçado para mim agora porque temos 15 pontos de vantagem sobre o Real Madrid. Tenho enviado mensagens muito criativas», contou.

«A temporada passada, quando o Real Madrid ganhava tudo, eles estavam muito bem e não paravam de nos picar quando nos encontrávamos na seleção. Cada vez que venciam um jogo colocavam uma foto nas redes sociais a flexionar os músculos, colocavam emojis de troféus e escreviam #HalaMadrid. Lembram-se?», continuou Piqué.

Mas esta temporada o ambiente é diferente e as fotos são mais sombrias. ‘Três pontos hoje. Temos que continuar a trabalhar duro’. Então eu pergunto-lhes: ‘Então, por que estão tão sérios?’ e ponto um emoji a chorar e outro a rir», contou o defesa do Barcelona, que disse ainda que o grupo tem um nome especial: PARABÉNS.

Leia também: «Quase me borrei todo com Roy Keane»

«Eu posso gozar com eles porque são meus companheiros na seleção. Podemos odiar-nos nos clubes, mas jogamos pelos menos país, temos o mesmo sonho, e é algo que de me orgulho muito», explicou, adiantando que vestir a camisola da «Roja» é «um sonho de criança, desde que viu Luis Enrique sangrar sobre a camisola no mundial de 94».

«Sinto muito orgulho por vestir a camisola no mundial, de quaro em quatro anos. Talvez isto surpreenda quem vê a televisão de Madrid, porque dizem que sou um traidor e que quero dividir o país por causa do meu apoio ao direito dos catalães de votarem no referendo sobre a independência», disse ainda Piqué.

O defesa do Barcelona adiantou que não quer «ser um político» e que «nunca disse como votaria». «O que eu acredito é que 7,5 milhões de pessoas da minha Catalunha natal têm o direito de votar sobre esta questão de forma pacífica».

«Para mim é uma questão complicada porque o momento mais feliz da minha vida foi quando venci o Mundial com Espanha, mas ser catalão está no meu sangue. É a minha gente, a minha herança, a minha terra. E se 80 por cento dos catalães querem poder votar, acho que devem ser ouvidos», explicou.

Gerar Piqué disse ainda que são muitos os que lhe perguntam como é jogar com Messi durante tantos anos. «É difícil explicar. É um extraterrestre. Não é deste planeta. É o único jogador que me lembro de ter visto a primeira vez, tinha ele 13 anos, e ter dito para mim: 'Este miúdo vem de outro sítio. Não é humano. É um assassino, é o melhor que já vi na vida».