O treinador do Real Madrid e ex-selecionador de Espanha Julen Lopetegui concedeu uma entrevista nesta segunda-feira à Onda Cero, centrada, sobretudo, na polémica saída da seleção a dois dias da estreia da Roja no Mundial da Rússia, frente a Portugal.

Contudo, a longa conversa que o também ex-treinador do FC Porto passou também pela realidade que encontrou nos merengues, onde já não teve a oportunidade de trabalhar com Cristiano Ronaldo, que saiu neste Verão para a Juventus sem que Lopetegui tenha sequer conversado com o português.

Mas vamos por partes. Primeiro, o assunto que dominou a conversa, depois de já ter sido o assunto mais badalado em Espanha durante e depois do Mundial.

E no que diz respeito à saída da seleção, há uma certeza que se pode tirar das palavras de Lopetegui: não existe ponta de arrependimento.

«Simplesmente, tomei uma decisão que voltaria a tomar, da forma mais honesta e da qual não me arrependo nada», começou por dizer.

Garantindo estar totalmente focado no seu trabalho no Real Madrid e desejando um futuro «fenomenal» à seleção agora orientada por Luis Enrique, Lopetegui sublinha «não ter vontade de olhar para trás».

«Não tenho nenhuma preocupação com isso. Continuo a pensar que fiz o que era correto quando disse que sim ao Real Madrid. Eu disse sim e voltaria a dizer. Não vou olhar para trás para explicar mais nada».

De resto, o técnico basco optou por não revelar o que foi conversado com os jogadores da seleção antes e depois da decisão federativa de o afastar do comando, Lopetegui assumiu apenas que foi uma «situação emocional inesperada e forte» e que «é possível» ter soltado uma ou outra lágrima.

Já quanto à chegada ao Real Madrid, o treinador diz que a primeira preocupação foi transmitir a sua ideia de jogo, garantindo então que não chegou a falar com Cristiano Ronaldo antes da saída do português para a Juventus.

«Quando cheguei ele já tinha mostrado o interesse em sair e o clube, pela importância que ele teve para a equipa, queria facilitar e conceder-lhe esse desejo que ele tinha. Eu respeitei essa estratégia que já estava decidida», revela.