O treinador Víctor Sánchez del Amo despediu-se esta quarta-feira do Bétis, considerando que sai devido aos «problemas políticos» que vive o clube de Sevilha. Numa longa conferência de imprensa, o treinador, que foi despedido de três clubes num espaço de um ano, lamenta ainda não ter tido mais tempo para rentabilizar o trabalho que estava a fazer.

O Bétis, apresa de ter dez pontos acima da linha de água, está a fazer uma temporada muito abaixo das expetativas e, na última jornada foi goleado pelo Leganés (0-4). «Salvar o clube nesta condições já era um feito, embora não haja nada para festejar», referiu.

O treinador diz que não sabe se sai pela pressão dos adeptos e que terá de ser a direção a avançar com explicações. «Quem tem de explicar é quem tomou a decisão. Estávamos com muitas ilusões para a próxima época pelo crescimento que temos visto em alguns jogadores. Não nos podemos esquecer o risco que é contratar quinze jogadores. É preciso tempo», referiu.

Víctor pedia, acima de tudo, tempo. «A planificação não foi nossa e o ambiente complicado já existia. Contratualmente pedimos uma pré-temporada porque era a única forma de conseguirmos dar um salto de qualidade. Tivemos o máximo empenho desde o início. Levamos daqui uma aprendizagem tremenda. Sentimos confiança no nosso trabalho até ao último instante», prosseguiu.

O treinador falou ainda em psicologia. «Tentámos superar essa pressão com dois psicólogos que fizeram uma palestra sobre a gestão do medo. Foi com isso que preparámos o jogo de vigo, onde garantimos a permanência. A partir dessa vitória o plantel soltou toda a pressão. Nunca houve falta de atitude», destacou ainda.

Em jeito de balanço, o treinador acaba por dizer que entende a decisão da direção. «No final do último jogo, entendemos perfeitamente a decisão. Depois desse jogo existe um estado de crispação que se vive no clube fruto da irregularidade e o problema político do clube», referiu.

A fechar a conferência de imprensa o treinador revelou ainda que é sócio do Bétis desde dezembro.