Jackson Martínez e Steven Defour foram nesta sexta-feira os mais recentes jogadores da Liga portuguesa a garantirem a presença no Mundial 2014 com o apuramento da sua seleção. Foram os últimos, depois de alguns outros já apurados há semanas. O médio belga e o avançado colombiano aumentam o leque de jogadores certos no próximo Campeonato do Mundo oriundos do campeonato português – um leque com uma marca argentina.

O médio belga juntou ao apuramento conseguido a titularidade nesta vitória dos diabos vermelhos sobre a Croácia. Wilmots deu a titularidade a Defour três vezes ou deixou-o no banco sem utilizá-lo. Mas tem no médio do FC Porto um dos certos para o Mundial do Brasil. Com 40 internacionalizações angariadas desde 2006, o jogador de 25 anos tem sido sempre chamado a esta nova seleção belga não só para os jogos a doer, mas tem sido presença certa também nos amigáveis.

Jackson Martínez, pelo seu lado, não saiu do banco da Colômbia no empate com o Chile, mas é também uma segunda escolha de José Pekerman muito certa para o Mundial. Das suas 22 internacionalizações, Jackson fez seis nesta campanha da Colômbia. O também portista Quintero esteve com Jackson no banco da Colômbia e, apesar de ser novo nestas chamadas, passou a fazer parte das opções. Para estas já começou também a ser falado o sportinguista Fredy Montero, mas a experiência de Pekerman está ainda por acontecer.

Marca na Argentina

Como outra das seleções que já está apurada com a marca portuguesa através de jogadores do nosso campeonato está a Agentina do sportinguista Marcos Rojo e do benfiquista Ezequiel Garay; aos quais se pode juntar o portista Nicolás Otamendi.

Rojo e Garay são primeiras opções para o selecionador Alejandro Sabella e os compatriotas rivais em Lisboa têm números muito semelhantes na sua equipa nacional. O defesa do Sporting tem 17 internacionalizações com metade feita nesta fase de qualificação para o Mundial. O central do Benfica tem o mesmo número de jogos neste apuramento da zona sul-americana no total das suas 16 internacionalizações.

Otamendi não foi opção na maioria dos jogos da já apurada Argentina, mas o último encontro do defesa portista pela sua seleção (15 jogos pela alvi-celeste) foi precisamente o primeiro desta campanha. Nesta mesma situação de ter feito o primeiro jogo deste apuramento sem nunca mais ter sido chamado está Salvio (mas este apenas com cinco jogos pela Argentina). Enzo Pérez está também em situação semelhante, mas, por entre os seus seis jogos pela equipa nacional, o jogo feito no apuramento da Argentina ainda só tem um ano de distância.

Brasil mais longe

O Brasil, como país anfitrião, teve o apuramento garantido e uma fase inteira de qualificação para escolher todas as opções. A relação atual com o campeonato português dos convocáveis brasileiros já esteve, porém, mais perto.

Luiz Felipe Scolari ainda nunca chamou qualquer jogador que atue em Portugal para representar a seleção canarinha. E, além da Taça das Confederações, já fez dez jogos de preparação. Os internacionais brasileiros «de Portugal» situam-se – se calhar com algum significado para as contas de Felipão – entre quem já lá esteve e quem ainda não consegue ser presença assídua. Ou seja, entre jogadores como Luisão e outros como os portistas Danilo e Alex Sandro.

O defesa do Benfica de 32 anos tem no currículo 44 presenças na seleção brasileira, num período entre 2001 e 2011. Os jovens laterais portistas, em contraste, só a partir de 2011 é que começaram a ser chamados à seleção principal do Brasil. Mas ainda só representaram o escrete seis vezes e essa representação parou um anos depois, antes da entrada de Scolari.

Numa posição mais avançada entre os «portugueses» que não são primeiras opções, mas têm feito parte das contas do seu selecionador está o benfiquista Ola John. O holandês apenas tem uma internacionalização pelo seu país, feito num jogo amigável, mas já foi sob a orientação de Louis van Gaal, o selecionador que já apurou a Holanda. E que nesta fase de apuramento chamou o médio benfiquista para dois jogos de apuramento – mesmo que o tenha deixado no banco em ambos.

Ola John tem esta caraterística peculiar. Tem sido quase nada utilizado pelos selecionadores da Holanda, mas tem sido chamado várias vezes desde 2012, tendo Bert Marwijk incluído o extremo de 21 anos nos 36 pré-convocados do Europeu do ano passado.

Em contraponto

Em contraponto com este caso de jogadores estrageiros em Portugal, Carlos Queiroz foi o primeiro elemento ligado ao nosso país a estar apurado para o Mundial. O Irão conseguiu o apuramento em Junho deste ano, numa qualificação que ficou famosa, além do objectivo conseguido, pela polémica entre o técnico português e os adversários da Coreira do Sul. Com o Irão, Queiroz conseguiu o seu terceiro apuramento de uma seleção para um Campeonato do Mundo.

À procura da sua primeira fase final de um Mundial – depois de ter estado no Euro 2012 – Fernando Santos é o outro selecionador português com hipóteses de estar no Brasil, ao comando da seleção da Grécia. A questão é se será via apuramento direto, ou se é necessário um play-off para consegui-lo.