Estórias Made In é uma rubrica do Maisfutebol que aborda o percurso de jogadores e treinadores portugueses no estrangeiro. Há um português a jogar em cada canto do Mundo. Este é o espaço em que relatamos as suas vivências. Sugestões e/ou opiniões para djmarques@mediacapital.pt ou rgouveia@mediacapital.pt

O caminho de Mário Lemos voltou a cruzar-se com o Maisfutebol depois da carreira do jovem treinador português ter dado uma verdadeira cambalhota nos últimos meses. Há dois anos, o treinador algarvio, em conversa com Pedro Cunha, contava os primeiros passos da aventura em Daca, na qualidade de adjunto da seleção bengali.  Entretanto, o nosso protagonista passou a treinador principal, foi treinar um clube na Malásia e regressou ao Bangladesh pela porta grande, para treinar o maior clube do país, o Abahani Limited Dhaka, o Benfica lá da terra. Retomámos, portanto, a conversa que iniciámos há dois anos, com novos capítulos da fantástica carreira deste treinador de 34 anos.

Começamos por recapitular os primeiros episódios desta aventura de um treinador natural de Albufeira que começou a dar os primeiros passos, aos 20 anos, no Ferreiras, em 2007, antes de levantar voo. Ao longo dos últimos anos, trabalhou essencialmente com a formação, passando pelos Estados Unidos, Tailândia e Coreia do Sul, até 2018, altura em que chegou, pela primeira vez, à tumultuosa Daca, capital do exótico e luxuriante Bangladesh, na qualidade de adjunto da seleção daquele país. Foi por esta altura que deu a primeira entrevista ao Maisfutebol e nos falou das dificuldades em que sentia em trabalhar numa seleção que está nos últimos lugares do ranking da FIFA e que não fazia um jogo há três anos, num país em que a modalidade rainha, bem acima do futebol, continua a ser o críquete.

Entretanto, Mário Lemos emancipou-se a nível profissional e teve a primeira experiência como treinador principal, na Malásia, antes de regressar ao Bangladesh pela porta grande, para treinar o maior clube do país que fica encravado entre a Índia e Myanmar. Num país com seis horas de diferença horária em relação a Portugal, encontrámos Mário Lemos a preparar-se para mais uma época, desta vez com a família, que tinha acabado de chegar, ao seu lado.

Há dois anos era treinador ajunto da seleção do Bangladesh, o que é que aconteceu entretanto?

- Foi tudo muito rápido. Fui para treinador adjunto da seleção a convite de Andrew Ord, um treinador australiano com quem já tinha trabalhado na Tailândia. Mas estive lá um tempo curtíssimo, foram apenas três meses. O Ord acabou por regressar à Tailândia, para treinar uma equipa da I Divisão, e eu continuei aqui, mas, de repetente, do nada, apareceu-me, uma proposta para treinar na I Divisão da Malásia.

Foi treinar o Negeri Sembilan, em Kuala Lumpur…

- Sim, um clube da Superliga da Malásia mas que não estava nas melhores condições, estava no último lugar e eu já era o terceiro treinador naquela época. Na altura foi uma questão de dias em que tive de decidir e acabei por aceitar e ir.

É mais um país neste seu percurso, como correu essa experiência?

- Agora quando olho para trás é que vejo onde é que me fui meter. Não estava nada à espera daquele convite e não é que não me sentisse preparado, mas cheguei ao país e dois dias depois já tinha um jogo. Não conhecia os jogadores, não conhecia o campeonato. Tentei aprender tudo em poucos dias, conhecer o plantel, o campeonato, mas foi tudo em cima do joelho, demasiado rápido. Mas o campeonato é muito bom, o país também é bom para se viver, gostei bastante, mas foi uma situação muito complicada porque era um clube que estava no último lugar, uma equipa que estava desmotivada, os jogadores não estavam bem fisicamente e eu já era o terceiro treinador. Tentámos fazer um milagre, conseguimos fazer melhor, mas não deu para salvar a equipa. Acabámos por descer de divisão.

Já tinha estado em vários países, mas a Malásia marca o início da sua carreira como treinador principal, não é assim?

- Sim, nesse aspeto, foi marcante porque, antes disso, só tinha sido adjunto e trabalhei quase sempre com a formação. Quando passei para a seleção, apesar da experiência não ter corrido bem, abriu-me as portas para o futebol profissional. Desde aí tenho estado sempre na I Divisão. Portanto, a Malásia foi um marco importante para mim.

Desceu de divisão na Malásia, mas voltou ao Bangladesh pela porta grande.

- É verdade. Eles queriam que eu voltasse. O Abahani é um dos maiores clubes do Bangladesh e, como trabalhei na seleção, já conhecia o team manager [diretor desportivo] do Abahani e muitos dos jogadores do plantel. Foram eles que me pediram para voltar: “mister, volta, volta”. Não tive os melhores resultados no Negeri, mas para mim era importante continuar na I Divisão e trabalhar no Abahani era o ideal naquele momento.

Esse convite resulta do estatuto que construiu ao serviço da seleção, deixou uma boa imagem no país?

- Sim, deixei uma boa imagem, os jogadores gostavam de mim, o diretor desportivo também gostava muito de mim e foi ele que me trouxe de volta.

Um regresso mais fácil, uma vez que já conhecia bem Daca, não?

- Sim, bem mais fácil, conhecia o país, conhecia os jogadores e, ao contrário da Malásia, já estava mais preparado, já sabia o que ia encontrar. Não houve aquele choque que houve na Malásia.

A informação que nos chega do futebol do Bangladesh é escassa, mas fiquei com a ideia que já tinha conquistado um título.

- Nesse ano em que voltei, o Abahni tinha ganho a Taça do Bangladesh e depois ficámos em segundo no campeonato, mas acabámos por fazer história. Fomos a primeira equipa do Bangladesh a conseguir chegar aos quartos de final da AFC Cup [correspondente à Liga Europa na Ásia]. O máximo que um campeão do Bangladesh tinha feito na AFC Cup tinha sido quatro pontos na fase de grupos, mas nós fomos até aos quartos de final. Foi a primeira vez que um clube do Bangladesh ganhou a uma equipa coreana nos quartos de final. Ganhámos 4-3 em casa ao April 25 SC [maior clube da Coreia do Norte], mas depois na Coreia perdemos 2-0.

Está no clube com mais títulos no Bangladesh, pode-se dizer que é uma espécie de Benfica do Bangladesh?

- É um Benfica local, é um grande aqui do país, um clube com muita tradição, muitos títulos, muitos adeptos, leva muita a gente ao estádio.

Tem uma boa estrutura para trabalhar?

- Tem, nos últimos três anos tem crescido bastante. Temos um campo de treino, temos alojamento para os jogadores. A qualidade dos jogadores também tem vindo a melhorar, há mais dinheiro para se trazerem jogadores com mais qualidade, com salários mais altos. Jogamos no Estádio Nacional, em Daca, que é um dos melhores do país. O problema é que agora temos aqui uma espécie de Manchester City que veio baralhar isto tudo.

Como assim?

- O Bashundhara Kings, que é o atual campeão, tem um presidente cheio de dinheiro e elevou muito aqui a fasquia. Foram buscar jogadores que estão muito acima da média neste campeonato. Foram buscar o Hernán Barcos, que jogou no Sporting e na seleção da Argentina, contrataram vários jogadores com salários bem mais altos. Além disso, contruíram agora um novo complexo desportivo. A fasquia está muito elevada e o resto da malta para acompanhar tem de melhorar muito. Eles acabaram por ser campeões o ano passado.

Já este ano, o campeonato começou em fevereiro, o Mário Lemos ia em primeiro, mas foi interrompido em junho. O que aconteceu? Covid-19?

- Sim, foi o corona. Estávamos em primeiro, o campeonato estava a correr muito bem, mas depois com a pandemia foi adiado um mês, depois foi adiado por mais um mês e acabou por ser mesmo cancelado. Não houve campeão.

E agora? Quais são as expetativas para a nova época?

- As expetativas para este ano é tentarmos ser campeões, vencer o campeonato. Vamos começar agora no dia 20 de dezembro a disputar a Taça do Bangladesh que se chama Federation Cup. Na AFC Cup vamos ter de disputar um play-off, vai ser difícil, mas vamos tentar chegar à fase de grupos.

O Abahni tem alguns estrangeiros no plantel, um sul-coreano, um nigeriano, um haitiano, é fácil atrair estrangeiros para jogarem no Bangladesh?

- Não é nada fácil, quando falamos com eles, têm sempre medo do Bangladesh. “Mister onde é que fica? Onde vamos viver?” Mas a verdade é que salários, comparando com outros países aqui à volta, estão a subir. Mas o Abahni também é atrativo porque luta por títulos, joga na AFC Cup. Além disso, estando eu aqui, um treinador português, também ajuda a trazer jogadores para cá.

Seria possível levar um jogador português para aí ou é impensável?

- Seria possível, mas os jogadores portugueses não estão muito interessados em vir para aqui. O ano passado trouxe o Maílson que jogou no Portimonense. Este ano também já contratámos dois brasileiros. Antigamente as equipas daqui só iam buscar jogadores africanos. Adaptam-se bem ao campeonato, são fortes fisicamente. Mas agora a qualidade está a subir e este ano já contratámos dois brasileiros, um que estava na Indonésia e outro que chegou da Índia. Gostava de trazer um português, mas os portugueses não estão muito virados para vir para aqui [risos]. Mas já tentei. Este ano tentei ir buscar o Amido Baldé [avançado formado no Sporting que já jogou no V. Guimarães, Marítimo e Tondela]. Ele esteve a jogar aqui por estes lados na Ásia, esteve na Indonésia, no Vietnam, tentei puxá-lo para aqui, mas não consegui.

O mercado n Bangladesh vai abrir agora em dezembro, o seu clube vai investir?

- Vai, até estou surpreendido. Mas para podermos competir com o Bashundhara Kings disse à direção que temos de contratar melhores jogadores e investir um pouco mais. Disseram-me que, com esta situação da covid-19, que ia ser difícil. Mas não me posso queixar, porque abriram os cordões à bolsa, estamos a pagar salários mais elevados e os jogadores que pedi eles contrataram. Agora tenho mesmo de ganhar, não tenho hipótese. Mas este ano vamos ter uma equipa boa. Temos um avançado novo que é o Francisco Torres, um médio centro que se chama Rafael Augusto que já jogou no Fluminense. Temos um extremo que é o Belfort que já foi internacional do Haiti e jogou em França. Agora só nos falta contratar um central que tem de ser asiático. Será a última peça do plantel.

Vai ter mesmo de ser campeão…

- Não tenho outra hipótese. Todos os jogadores que pedi ao presidente foram contratados. Eram todos jogadores que normalmente estariam acima do nosso teto orçamental, demasiado caros. Não sei como fizeram, espero que agora lhes paguem, mas eles lá conseguiram chegar a acordo com todos. Em princípio para a semana já cá estarão todos no Bangladesh. Alguns jogadores locais já estão a treinar com o preparador físico. Depois ainda há oito ou nove jogadores que estão no Qatar, com a seleção que vai jogar um amigável a 4 de dezembro. Vamos ter 16/17 dias todos juntos antes de começar a época. Temos mesmo de ser campeões, se não for campeão tenho de ir embora.

O Mário já está há dois anos no Bangladesh, já se sente confortável no país?

- Já, já estou bem adaptado. No início é muita confusão, até tinha medo de andar na rua, mas agora, já com dois anos, já conheço bem. Agora quando voltei já foi mais fácil. Uma pessoa começa a criar uma rotina e as coisas ficam mais fáceis.

Está aí com a família ou está sozinho?

- É a primeira vez que venho com a minha família. Tenho andado sempre sozinho, mas desta vez a minha esposa e a minha filha estão comigo, chegaram há dois dias. Eu antes vivia no hotel, era tudo muito fácil, comida feita, roupa lavada, não tinha de me chatear. Agora ainda estamos no hotel, mas estamos à procura de uma casa. Para elas é tudo muito diferente, mas estão a gostar, estão a adaptar-se.

Como é o seu dia-a-dia aí em Daca? Treinos de manhã?

- Quando estava sozinho passava a manhã no hotel, depois almoçava e ia para o clube a partir das duas. Os treinos começavam às quatro da tarde. Ficava lá entre as duas e as seis depois voltava ao hotel. Ao pé do clube há muitos restaurantes e cafés, costumava parar lá para beber café ou almoçava por lá, mas os treinos aqui são sempre de tarde.

Um país com uma cultura bem diferente da Europa, já se deparou com alguma com alguma situação mais surpreendente para um europeu?

- Há tantas histórias. Posso contar uma que aconteceu o ano passado. Normalmente todos os jogos são feitos em Daca, na capital, mas a federação quer levar o futebol ao resto do país. A maior parte dos clubes são de Daca, mas a federação mete-os a jogar em várias regiões do país. Nós tínhamos acabado de chegar de um jogo da AFC Cup e, nessa competição, os campos são sempre espetaculares, são top, top, top, então mandaram-nos ir jogar lá para o meio do mato. Chegámos a um campo em que só tinha metade da relva cortada. Tinha chovido e só tinham cortado metade do campo, no outro lado estava muito crescida. Disseram-me, “mister, não se preocupe que no dia do jogo a relva vai estar cortada”. Chegamos lá no dia do jogo e a relva estava na mesma. O que aconteceu foi que não pagaram ao homem que cortava a relva e o homem levou peças da máquina. Ninguém conseguia cortar a relva, tivemos de jogar assim. Uma parte dava para jogar, mas na outra era muito complicado. Há muitas histórias destas aqui no Bangladesh.

Há dois anos contava-nos que o futebol estava numa luta contra o críquete que continua na ser o desporto mais popular por aí, como está essa guerra?

- O futebol está a crescer porque agora há mais dinheiro, mas no críquete eles são muito bons, estão no top-ten do mundo e um dos jogadores do Bangladesh é um dos melhores do mundo. No desporto as pessoas gostam de ver as equipas ganhar, gostam de sucesso, por isso é mais fácil darem atenção ao críquete, mas o futebol está a crescer. O que aconteceu agora com o Bashundhara Kings, com mais jogadores estrangeiros, a qualidade está melhor. O que tem de mudar aqui é a qualidade dos estádios, dos campos. Isso tenho sentido muito. Quando fomos jogar a AFC Cup à Índia, os campos eram top, top, top, e a malta consegue jogar. Eles têm qualidade, mas nos campos em que jogamos aqui no Bangladesh é muito complicado, em vez de dar um toque na bola, têm de dar três ou quatro.

E como são os jogadores locais, os bengalis?

- É tudo malta porreira. São bons tecnicamente, mas fisicamente têm de melhorar muito. Geneticamente eles são muito magrinhos, por isso é que os estrangeiros que vêm são fortes fisicamente, para fazerem a diferença. Têm qualidade técnica, o problema é que começam a treinar muito tarde. Os jogadores chegam aos clubes com 16/17 anos sem nunca terem treinado, vêm do futebol de rua, mas com algumas dificuldades em entender o jogo, os momentos do jogo. O que sentia mesmo é que eles tentavam jogar com a mesma intensidade o jogo todo. Foi uma coisa que tentámos mudar. Explicar-lhes essas coisas mais básicas, quando é preciso parar o jogo, quando é preciso acelerar, como é que temos de defender taticamente. Com tempo chega-se lá, mas não é fácil porque eles nunca foram treinados. A federação está agora a começar a apostar em academias de futebol, mas estes que estou a treinar não tiveram essa base. Mas são todos muito humildes e querem aprender. Se eu lhes disser corre aí contra essa parede, eles correm. Sendo português também é mais fácil, falam logo no Cristiano Ronaldo ou no José Mourinho.

Falam muito nessas referências do futebol português?

- O Cristiano Ronaldo para eles é uma loucura. A qualquer sitio que vá perguntam-me de onde sou, digo Portugal e eles respondem logo Ronaldo!

O Bangladesh, apesar de ser um país relativamente pequeno, tem quase 170 milhões de habitantes. Daca é uma das capitais mais populosas do mundo com 9 milhões. Com tanta gente já lhe passou algum diamante em bruto pelas mãos?

- Diamante não, mas havia um jogador na seleção que tinha um nível acima dos outros, não para jogar na Europa, mas noutros países aqui na Ásia. O problema é que aqui na Ásia, em todos os países, os clubes contratam sempre avançados estrangeiros, mesmo em Portugal é igual. Então, os jogadores locais nunca têm oportunidade de jogar. Este jogador que estava a falar era diferente dos outros, entendia o jogo, sabia jogar, era muito inteligente mesmo a jogar sem bola. Quando cheguei à seleção perguntei porque é que o Jibon não jogava. Disseram-me, o Jibon é só para jogar 10/20 minutos. Mas tinha de jogar. Ele era um número nove, meti-o a jogar com numero dez e foi o melhor marcador o ano passado com 21 golos. Passou de um jogador que não jogava, a ser o melhor marcador da equipa e um dos melhores jogadores da AFC Cup. Este ano já é o capitão da equipa e na seleção é ele e mais dez. Para mim é o melhor jogador do Bangladesh.

O Mário saiu de Portugal ainda muito jovem, com pouco mais de vinte anos…

- Trabalhei só na formação do Ferreiras. Na altura em que estava a estudar, estive lá 4/5 anos, mas nunca treinei seniores. O único clube em Portugal foi mesmo o Ferreiras, foi onde comecei.

E o objetivo a longo prazo passa por um dia regressar ou vai continuar a carreira por aí na Ásia?

- O meu objetivo sempre foi voltar, mas para voltar tenho de chegar a um nível alto aqui na Ásia. Já estou numa primeira divisão como treinador principal, mas penso que ainda consigo dar mais uns passos aqui na Ásia e chegar uns patamares ainda mais acima. Depois quero voltar a Portugal. O objetivo é voltar à Europa, tenho 34 anos e quero voltar, mas, entretanto, quero chegar a um nível mais alto aqui.

O próximo passo passaria por deixar o Bangladesh e ir para um país com um futebol mais forte?

- Sim, passaria por exemplo por uma Índia que tem um campeonato muito competitivo, o Jorge Costa estava lá o ano passado. A Tailândia também tem muita qualidade, ou mesmo voltar à Malásia. Penso que seriam essas as opções. Também acho que ninguém me conhece em Portugal, primeiro têm de conhecer o meu trabalho. Não tenho feito muito por isso, mas tenciono voltar.

Se for campeão, em agosto voltamos a falar…

- Não sei bem se acaba em agosto. Aqui no Bangladesh não é bem possível prever essas coisas, eu neste momento ainda não sei bem quando começa o campeonato e quando vai acabar. Os contratos que estamos a fazer com os novos jogadores são até final de junho, mas com uma cláusula para serem prolongados se o campeonato não acabar antes disso [risos]. Será por volta de junho, julho ou agosto. O que sei é que os jogos da Taça começam a 20 de dezembro.