O Benfica segue em velocidade cruzeiro para o clássico depois de ter ultrapassado o obstáculo Estoril de forma categórica (3-1), num jogo que fica marcado pelo regresso de Pablo Aimar, que já não jogava desde o início de outubro.

A equipa de Jorge Jesus entrou no jogo a todo o gás, mas teve de levantar o pé para ter aderência e chegar aos golos. Gaitan abriu o marcador, com um toque artístico, Lima e Salvio garantiram o essencial na segunda parte.

Jorge Jesus voltou a mudar muitas peças, mas o Benfica entrou em campo como sempre, de tração à frente, com Melgarejo, Gaitán, Salvio e Rodrigo a impor rotações elevadas. Um jogo muito focalizado na baliza de Vagner, mas que cedo encontrou obstáculos e levou os encarnados a patinar.

O Estoril ocupou muito bem os espaços, com uma linha defensiva bem sincronizada e três homens no meio-campo a tapar todos os buracos. A velocidade do Benfica, com poucos espaços, cedo se revelou perigosa. Sucederam-se os despistes, choques frontais e poucas oportunidades para visar a baliza de Vagner.

Confira a FICHA DO JOGO

Ao primeiro apito de Duarte Gomes, o Benfica subiu as suas linhas até ao meio-campo, procurando asfixiar o adversário e obrigá-lo a cometer erros, mas o problema é que o Estoril não aceitou vestir o colete de forças e ia conseguindo sair a jogar, sempre que conseguia recuperar a bola. O Benfica carregava por todos os lados, mas não conseguia subjugar o atrevido adversário. Cardozo teve uma oportunidade soberana, servida de bandeja por Rodrigo, Melgarejo também, mas o golo chegou de bola parada. Canto de Cardozo e toque de calcanhar de Gaitan, com a parte externa do pé, a levar a bola para as redes de Vagner. Genial.

Aposta ganha com Lima e palmas para Aimar

O jogo tornou-se ainda mais frenético, com o Estoril a tentar responder e o Benfica a encontrar mais espaços. Jorge Jesus não esperou e, logo depois do intervalo, trocou Rodrigo [problemas físicos?] por Lima. Era preciso mais aderência do que velocidade. A primeira oportunidade até foi para o Estoril, com Carlitos, surpreendido, a tropeçar diante de Artur, mas logo a seguir, Gaitan abriu o jogo, com um passe de morte para Lima que fez o 2-0. Outra vez genial. A aposta estava ganha. Um golo que bateu forte ao Estoril que demorou levantar-se.

Não foi preciso esperar muito pelo terceiro, com Melgarejo a cruzar para Salvio marcar de forma acrobática. A bola foi à barra e voltou ao solo, mas não ficaram dúvidas, esteve mesmo lá dentro.

Logo depois, o grande momento da noite, com Pablo Aimar a entrar em campo e a receber a braçadeira de Cardozo que foi descansar para o clássico. Grande ovação para o argentino que não jogava desde o jogo com o Barça, na Luz, e que esteve perto de marcar pouco depois de entrar em campo.

O jogo parecia decidido quando aconteceu um momento surrealista na bancada onde estavam os adeptos do Estoril. Sem possibilidades de festejar, com a bola a meio-campo, os adeptos gritaram «golo» em uníssono, surpreendendo toda a gente. A verdade é que logo a seguir foi mesmo golo do Estoril, num remate de Gonçalo que deixou Artur mal na fotografia.

Um golo merecido pela luta que o Estoril ofereceu, mas a verdade é que este Benfica está balanceado para o clássico.