Hugo Leal é a cara mais reconhecida do plantel do Estoril. É também a mais velha, conforme o próprio deu conta, nesta terça-feira, na apresentação da equipa. Com 32 anos, Hugo Leal conhece mais uma aventura, agora bem perto do local em que nasceu. Aliás, antes das camadas jovens no Benfica, o médio passou pelo Estoril e crê que tem mais responsabilidade por isso. Na equipa, tem um admirador. «Cresci a vê-lo jogar», diz o capitão João Coimbra.
«Parecemos estreantes, mas não somos»
Durante a tarde, foram quatro os jogadores que falaram à imprensa. O guarda-redes Vagner, eleito o melhor da II Liga, o goleador Licá, o capitão João Coimbra e o reforço Hugo Leal. Tudo bem organizado no António Coimbra da Mota para quem volta ao principal escalão. Outro regresso é de Hugo Leal após uma carreira inteira longe do emblema que sempre seguiu.
«O Estoril é o clube da minha região», disse o médio, natural de Cascais. «Tenho mais amigos nas bancadas agora, e eles vão exigir-me mais», sorriu Hugo Leal, cujo percurso levou-o do Benfica para o Atl. Madrid, da capital espanhola para a francesa (PSG), depois FC Porto, Académica, Sp. Braga, Belenenses, Trofense, Salamanca e Setúbal.
O currículo é extenso e apesar de admitir que a experiência é algo que pode acrescentar no plantel, Hugo Leal prefere valer-se do que poderá fazer em campo. «O meu objetivo é desfrutar junto desta malta nova. Quero desfrutar como uma criança. Quis vir para aqui, treinei sozinho e sinto-me bem fisicamente, porque as oportunidades vão acabando. Quero dar uma resposta jovem.»
Licá: «Não sou cabeça de cartaz»
Dava Hugo Leal os primeiros passos na equipa principal do Benfica, dava João Coimbra os primeiros pontapés na formação dos encarnados. Ambos têm essa ligação à Luz. O capitão de equipa lembra-se bem do novo jogador do Estoril com a camisola encarnada. «Cresci a ver o Hugo jogar no Benfica, sou um admirador dele, todos o conhecem», declarou João Coimbra.
No Estoril, há ainda Tiago Gomes com passado benfiquista. Aliás, Coimbra e o lateral-esquerdo fazem parte da geração e da equipa que conquistou o último troféu de seleções para Portugal, em 2003, pelos sub-17. Foram companheiros de João Moutinho, Miguel Veloso ou Vieirinha, entre outros.
Passado nos grandes é coisa que, aliás, não falta no Estoril: Steven Vitória e João Pedro, centrais, formaram-se no FC Porto; Diogo Tavares no Sporting.
Licá formou-se em emblemas mais modestos: foi júnior em Castro Daire e estreou-se como sénior no Social de Lamas, clube de uma pequena aldeia daquele concelho, e que na altura disputava a III Divisão. Seguiram-se Académica e Trofense, mas foi no António Coimbra da Mota que, por fim, singrou.
Licá apontou 14 golos na temporada anterior, 12 deles no campeonato. Foi o goleador do Estoril, mas não se assume como a estrela da companhia: «Não sou cabeça de cartaz. Tenho a mesma responsabilidade do ano passado que é fazer o meu melhor para ajudar o clube.»
Sem meta de golos traçada, o avançado, de 23 anos, lá admitiu que igualar a época 2011/12 «já seria bom».
No entanto, no Estoril, há quem pense mais longe. Vagner foi o melhor guardião da II Liga e agora, na primeira, espera «fazer um pouco mais» que em 2011/12. «Sei que jogar na I Liga é totalmente diferente, mas á algo que estava à espera há muito tempo e vou agarrar isto com unhas e dentes. Quero aproveitar ao máximo, porque na nossa carreira, cada jogo que passa, é um a menos que podemos fazer», concluiu.
Ao fim que quatro intervenções de jogadores, mais a de presidente e treinador, no Estoril assumiu-se um único objetivo: permanecer na I Liga. O caminho, esperam, é aquele que os leve a essa segurança «o mais rápido possível». A bola da Liga rola de novo na Amoreira.