Albert Montanes é o primeiro finalista da 21ª edição do Estoril Open, mas a final de domingo pode aguardar mais umas horas. O momento agora é de deleite, afinal não é todos os dias que se elimina o número um mundial.

«Estive sempre muito tranquilo, tentei desfrutar ao máximo. Foi a primeira vitória sobre Federer e, sim, foi a melhor vitória, pois foi contra o número um. Era um encontro para jogar sem preocupações e divertir-me», defendeu o tenista espanhol, na conferência de imprensa que se seguiu às meias-finais.

«Joguei bastante bem, sem cometer muitos erros, estive muito sólido no fundo da pista, Federer cometeu mais erros que o normal, mas foi um bom jogo e estou muito contente com o resultado», analisou ainda.

Sobre o adversário que se segue, o português Frederico Gil ou o compatriota Guillermo Garcia-Lopez, Montanes disse não ter preferências e que as preocupações ficam para mais tarde: «Conheço bem os dois e tanto me faz. Mas hoje [sábado] quero desfrutar do dia e amanhã [domingo] logo penso na final.»

Já Roger Federer, tal como sucedeu na véspera, não se desculpou com o tempo para a exibição aquém das expectativas, reconhecendo ter ainda um longo caminho pela frente.

«Cresci na Suíça, onde chove muito e é algo a que estou habituado. Voltei a não entrar bem. Não foi tão mau no segundo set, mas os meus movimentos foram um bocado lentos, estavam lá, mas podia ter feito melhor, já que tenho trabalhado muito. Tive três jogos em terra batida [dois no Estoril Open], gostava de ter jogado mais, mas Montanes conhece bem o terreno e senti dificuldades desde o início», admitiu o líder mundial.

Roland Garros continua a não ser uma preocupação imediata para Roger Federer, que vai esta derrota para se apresentar a outro nível no Grand Slam parisiense. «É bom para mim jogar torneios mais pequenos, porque preciso de jogos e destes ambientes, que me podem ajudar nos torneios maiores. Essencialmente, faltam-me jogos, penso que isso é o principal. Em Paris, é uma terra mais rápida e tenho de tirar ilações positivas deste torneio e trabalhar melhor o que não fiz bem. Foram pequenas coisas que fazem grandes diferenças, mas também quero ver se recupero a sorte, apesar de o ténis não ser um jogo de sorte. É uma questão de confiança e de entrar de cabeça limpa, mas acredito que vou recuperá-la», perspectivou.

O regresso ao Estoril Open não está excluído. «Gostei de voltar aqui, dos fãs, das crianças, depende sempre do calendário, mas é sempre bom voltar. Quero agradecer à organização por me ter recebido e lamento não ter conseguido chegar à final», despediu-se Federer.