O Estoril está a uma vitória de garantir a subida à Liga e não receia o futuro, seja financeiro ou competitivo. O presidente do clube não assume a promoção como um dado adquirido e diz estar preparado para os dois cenários. Tiago Ribeiro também não acredita que possa ser surpreendido com os problemas por que passam várias equipas do principal escalão. E explica porquê.

«Mesmo perante as dificuldades que o país enfrenta, sabendo também das dificuldades por que passam alguns clubes e da falta de receitas no futebol, o nosso projeto é estruturado para muitos anos. Já esperávamos que isto fosse acontecer, de certa forma não tão grave para alguns clubes, mas já era uma coisa visível e só não via quem não queria. Mas o nosso projeto está pronto e está pronto para seguir em frente na primeira liga. Mesmo com as dificuldades que possam surgir, temos estrutura por trás para sustentar», garante Tiago Ribeiro, por ocasião da visita ao Estoril Open, nesta terça-feira.

A próxima época ainda não está em preparação, mas entrar nas chamadas loucuras de contratações não faz parte dos planos do Estoril.

«Estamos esperando a nossa definição para saber em que cenário vamos competir. Em termos de estrutura não temos muito o que mudar, felizmente já estamos num estrutura operacional que é condizente com a primeira liga, com pequenos ajustes. O que vai mudar mesmo é em termos de plantel. O grosso do plantel fica, eventualmente se não subirmos pode haver algumas mudanças, alguns jogadores que saiam porque já estão num patamar mais elevado, mas em termos de primeira liga, se subirmos, vamos ver adequadamente com o Marco [Silva]. Há contratos que vencem, vamos ter de repor algumas peças, mas isso só vai ser feito com a situação definida», adianta.

Marco Silva é o treinador do Estoril para a Liga

O Estoril é líder desde a 12ª jornada (Vinicius Eutrópio saiu na quinta, entrando Marco Silva para o seu lugar), mas, a duas rondas do fim, a subida ainda não está confirmada. Tiago Ribeiro considera «natural» este abrandamento final.

«Ainda nem comprámos champanhe. Queremos estar muito focados nos encontros, mas penso que é normal em final de campeonato. O nosso calendário nas últimas jornadas não foi muito fácil, enfrentámos concorrentes diretos, tivemos em casa um jogo muito complicado com uma equipa que está a lutar para não descer, portanto, acho que é natural. O momento do campeonato é decisivo para muitas equipas, tanto em cima quanto em baixo, portanto é uma questão de continuar a trabalhar, diariamente, concentrados, fazer o nosso trabalho de casa, que é jogar bem e tentar ganhar os pontos», explica.

A indecisão pode conhecer o seu fim já neste fim de semana, com a deslocação a Matosinhos. «Espero que o Estoril faça um grande jogo, que possa trazer os três pontos, esse é o nosso principal objetivo [frente ao Leixões], pelo menos que possa pontuar, que a caminhada ainda não terminou. A festa é consequência, não é objetivo. O objetivo é ganhar os jogos e terminar na melhor classificação possível e se com festa melhor», projeta.

Questionado sobre o alargamento, o presidente do Estoril não encontra benefícios. «Ninguém nunca me provou que seja. Não sou contra o alargamento por ser contra, só acho que não há nenhum estudo de viabilidade para que o alargamento aconteça agora, de uma hora para a outra, só porque alguns querem. Quando houve a redução de 18 para 16, houve um estudo de viabilidade que demonstrou que era melhor para o futebol português que se reduzisse o número de clubes. Então por que, neste movimento contrário, não se faz o mesmo? É isso que questiono. É uma questão de viabilidade, mas tudo indica que não há viabilidade para 18. Se 16 estão sofrendo como estão, o que dizer de 18», argumenta Tiago Ribeiro.