Ricardo Soares, treinador do Estoril, em conferência de imprensa, depois da derrota, em casa, diante do Desp. Chaves (0-2), em jogo da 25.ª jornada da Liga:

Sexta derrota consecutiva, o que falta para o Estoril voltar a pontuar?

- Temos de fazer muito mais. Vínhamos de um jogo no Porto com bastante qualidade, vimos a equipa a crescer, mas a verdade é que hoje não correu bem para nós. A responsabilidade é minha. Os jogadores tentaram ir ao encontro das minhas ideias, não vi falta de empenho dos jogadores, mas, logo na primeira jogada, perdemos uma bola que resultou numa oportunidade para o Chaves e a equipa acusou falta de confiança. Temos de alterar esta situação.

A equipa continua a sofrer golos, consegue tirar algum aspeto positivo deste jogo?

- A segunda parte não foi assim tão má, ainda longe do que pretendemos, mas não foi assim tão má. Perdemos uma ou duas bolas que em condições normais não perdíamos e isso gerou alguma desconfiança na equipa e o Chaves aproveitou bem essa situação. Demorámos a reagir, mas na segunda parte entrámos mais pressionantes, conseguimos várias situações para reentrar no jogo. Recordo o lance com Carlos Eduardo. Estávamos ligeiramente por cima, o Chaves estava com dificuldades em sair em transição. Mesmo depois da expulsão [do Joãozinho], só com dez, conseguimos estar em jogo, tivemos duas oportunidades para fazer golo e o Chaves só teve uma. O aspeto positivo é que a equipa não perdeu o norte.

Falou na necessidade de alterar comportamentos, notou alguma diferença esta noite?

Não. Entrámos no jogo e sabíamos ao que vínhamos. Senti que os jogadores tentaram aplicar a ideia de jogo e é um duro golpe para mim como treinador, como líder da equipa. Estivemos sempre em jogo, esperava uma resposta diferente dos meus jogadores, mas a culpa não é deles. A má entrada no jogo poderá justificar a perda de confiança. Durante a semana, tivemos uma excelente semana de qualidade, os jogadores estiveram muito empenhados, mas no jogo não tivemos essa qualidade. Não vamos vender uma ideia que não corresponde à realidade. A segunda parte foi mais perto daquilo que queremos. Esta semana foi boa, mas esta exibição acaba por ser um duro golpe para o treinador.

A pausa para as seleções vai ser importante para o Estoril?

A experiência diz-me que sim, tem de haver uma determinada metodologia de treinos para se alcançar resultados. Esses treinos requerem uma determinada intensidade. O futebol é feito de avanços e recuos. Tivemos um avanço enorme no jogo no Dragão e agora um recuo frente ao Desportivo. Durante a semana senti a equipa a crescer, até acima do que perspetivava. Os jogadores têm trabalhado muito, não posso apontar nada aos jogadores. Se há alguma responsabilidade é minha, é porque não os consegui motivar para estarem a um nível da exigência para o desta noite.

- Não vamos fugir ao que estamos a fazer, acredito que a equipa vai ser altamente competente. Estes quinze dias podem ser importantes para fortalecermos o nosso processo de jogo.