O presidente da SAD do Estoril Tiago Ribeiro tem sido um dos maiores contestatários à direção da Liga presidida por Mário Figueiredo e espera que a recente decisão do Conselho de Justiça, de repetir o ato eleitoral, possa colocar a Liga de Clubes no caminho certo. Para o representantes dos canarinhos, mais do que uma questão legal, trata-se, acima de tudo, de uma questão financeira.

«Agora estamos num compasso de espera. Houve uma vitória parcial, com a decisão do Conselho de Justiça. Ainda falta a decisão de um recurso e há uma iniciativa dos três grandes. Estamos à espera, houve uma reunião, não sei se vai haver outra em breve. Nós fizemos a nossa parte, defendemos aquilo que achámos que era legítimo», começou por destacar aos jornalistas no dia em que o clube fez uma visita guiada à remodelação que está a ser promovida no Estádio António Coimbra da Mota.

Mas a verdade é que o campeonato começa na próxima semana e Mário Figueiredo continua a ser o presidente da Liga. «O problema principal ainda não foi resolvido, a situação da Liga não é apenas uma questão eleitoral ou legal, é também uma questão de financiamento e de receitas. A Liga hoje não apresenta nenhuma solução, pelo contrário, continua com um orçamento cada vez maior, em função do alargamento, e com receitas cada vez menores. É um problema que vamos ter de encarar, mais tarde ou mais cedo», comentou.

Para Tiago Ribeiro, é urgente uma mudança na direção e uma mudança de modelo. «O Estoril já vem há algum tempo a lutar por uma mudança estrutural da Liga ou pelo menos das pessoas que ali estavam porque da maneira como está nos últimos anos, não funciona, não trás benefícios e a maneira como está a ser gerida não é adequada, pelo contrário, os associados são sempre colocados à parte. A liderança da Liga tem que ser devolvida aos clubes, para que possa haver dialogo e para que os clubes possam voltar a falar com o mercado e a mostrar que o futebol é credível», prosseguiu.

O presidente do Estoril defende que a Liga tem de ser gerida como uma empresa e tem de saber atuar no mercado. «Não é uma questão de homem certo, mas sim de um modelo certo que passa pela devolução da governação aos clubes. Pode haver a contratação de pessoas competentes para gerir a Liga como uma empresa comercial, é assim que a Liga tem de ser encarada, para trazer receitas para os associados. O líder tem que ter competência para atuar no mercado, não basta saber falar ou estar ligado à política, tem de ser alguém que saiba tratar o mercado», destacou.

Um projeto que, na opinião de Tiago Ribeiro, não pode ser liderado por Mário Figueiredo. «Ele já provou que não é a pessoa indicada, pelo contrário. Além de não ser, acabou criando cismas e litígios com parceiros históricos do futebol», referiu ainda o líder do Estoril.