Fernando Gomes, presidente da Federação, promete exercer «um controlo mais efetivo sobre os jogadores estrangeiros« que representam clubes nacionais, mas recusa transformar a FPF numa «polícia de fronteira».
 
«Não nos vamos imiscuir nas funções que competem ao Estado. (...) Em nenhuma circunstância seremos uma polícia de fronteira. Essa é uma competência do SEF [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras]», disse Fernando Gomes durante a audição na Comissão de Educação, Ciência e Cultura, na Assembleia da República.
 
Em análise esteve a ação de fiscalização do SEF a perto de 60 associações e clubes desportivos na zona centro do país, que anunciou a 05 e fevereiro ter identificado 250 cidadãos estrangeiros, dos quais 157 estavam em situação irregular.
 
Das inspeções do SEF resultaram três detenções de cidadãos estrangeiros e a notificação de 105 para deixarem o país no prazo de 20 dias. «Não temos conhecimento formal dos clubes envolvidos porque o SEF não os comunicou à FPF. O conhecimento informal que temos é que grande parte daqueles atletas não está sequer inscrita na federação, porque disputam competições organizadas fora da esfera da FPF», explicou Fernando Gomes.
 
A credibilização dos agentes de futebol também foi analisada na Assembleia da República, com Fernando Gomes a lembrar que entrou em vigor a 1 de abril um novo regulamento, que «reforça o controlo sobre os intermediários», os quais passam a estar de uma forma mais direta sob a alçada da FPF.
 
O presidente da Associação Nacional de Agentes de Futebol, Artur Fernandes, também ouvido na Comissão de Educação, Ciência e Cultura, assinalou que «um bom agente desportivo evitaria muitas destas situações de miséria e degradação» como as que foram detetadas pela fiscalização do SEF.