A Grécia está fora do Euro. Um título que podia aterrorizar o mundo financeiro, mas que no futebol foi apenas o confirmar de uma evidência, com a chanceler Angela Merkel a aplaudir nas bancadas de Gdansk e o recém-eleito primeiro-ministro grego Antonis Samaras a trabalhar em Atenas. A Alemanha, neste capítulo, também é muito mais forte e, com paciência e perseverança, demoliu o muro que Fernando Santos construiu com um golo na primeira parte e mais três na segunda depois dos gregos terem chegado ao empate. Uma grande penalidade no final, cortou a diferença para 2-4, um resultado «mentiroso» que não traduz a superioridade germânica.

Confira a FICHA DO JOGO

Joachim Löw tinha previsto dificuldades e, por isso, montou uma equipa mais talhada para «comer pedra», abdicando de Müller, Podolsky e Mário Gomez para renovar o ataque com Reus, Klose e Schurrle, mantendo apenas o imprescindível Mezut Özil na estrutura da «mannschaft». No lado grego, alívio para Fernando Santos quando o lateral Tzavellas passou no teste do aquecimento, uma vez que Holebas estavas castigado, tal como o capitão Karagounis, que foi rendido por Makos. Fernando Santos, com menos espaço para surpresas, apostou ainda na titularidade de Ninis, deixando Gekas a descansar no banco.

Logo depois do primeiro apito, desenhou-se no relvado o quadro mais previsível, com os gregos de braço dado a tentar suster as investidas germânicas que, com Boateng e Lahm bem adiantados nas alas, investiam por todos os lados. A Grécia tremeu nos primeiros minutos, sem conseguir sair a jogar, submetendo-se à constante pressão alemã, com Reus, Klose e Schurrle a entrarem na área com facilidade sob a batuta de Özil. Mas a verdade é que os gregos foram resistindo, com Safikis sempre em plano de destaque. Resistiram 39 minutos, momento em que o capitão Philipp Lahm, num lance individual, abriu o marcador com um remate indefensável. Um resultado lisonjeiro para os gregos que se limitaram a defender e a resistir à constante pressão alemã.

Samaras ainda esticou o sonho

Fernando Santos não esperou e fez duas alterações de uma assentada a abrir a segunda parte, lançando Fotakis e Gekas, procurando agitar a sua equipa. A Alemanha mantinha a posse de bola e continuava a fustigar junto à área de Safikis, mas um passe longo de Fotakis [dedinho de Fernando Santos] lançou Salpingidis pela direita e este cruzou para Samaras que, depois de puxar Boateng, atirou a contar.

O empate estava feito, mas pouca mossa fez aos alemães que precisaram apenas de seis minutos para recuperar a vantagem com um potente remate de Khedira na passada. A Alemanha voltava a pressionar e em poucos minutos afastou a Grécia do jogo e do Euro com mais dois golos. Primeiro por Klose, com um golo de cabeça, depois por Reus, com mais uma bomba, numa recarga a um primeiro remate de Klose.

A Grécia estava de joelhos e resignada, mas ainda reduziu a diferença, no último minuto, depois de um corte de Boateng com o braço ter permitido a Salpingidis atirar desde a marca de castigo máximo. Um golo que tornou o resultado ainda mais «mentiroso». A verdade é que a Alemanha podia ter conseguido um resultado bem mais volumoso nesta que foi a sua 15ª vitória consecutiva em jogos oficiais, um recorde a nível mundial.

Depois de Portugal, a Alemanha também está nas meias-finais, o que demonstra bem as potencialidades do chamado «grupo da morte».