Os oitavos de final começam a jogar-se no sábado com três partidas para acompanhar e estando o Croácia-Portugal logo no primeiro dia da fase a eliminar do Euro 2016. Até segunda-feira há outros seis jogos a eliminar para que, no final dos próximos três dias de competição, fiquem oito seleções em campo.

Sábado, 25 de junho

Suíça-Polónia, 14:00

Estádio Geoffroy Guichard, em Saint-Étienne

Árbitro: Mark Clattenburg (Inglaterra)

Ambas as seleções estão em estreia na fase a eliminar de um Campeonato da Europa. Entre elas, o registo de confrontos é largamente favorável aos polacos com quatro vitórias havendo apenas um triunfo dos suíços. O desfecho mais comum foi o empate: cinco vezes

A única vitória suíça frente aos polacos foi num particular. Quando as seleções se defrontaram em jogos oficiais – na fase de qualificação para o Euro 1980 – a Polónia venceu ambos os embates por 2-0.

Suíça e Polónia chegam ambos aos «oitavos» como segundos classificados da fase de grupos deste Euro 2016 e nenhuma delas perdeu ainda, sendo que a Polónia nem sequer concedeu qualquer golo (numa série que inclui o último jogo antes de começar o Euro).

Por outro lado, foi apenas neste Europeu que a Polónia conseguiu ganhar um jogo pela primeira vez em todas as participações no torneio. É também na Polónia – entre todas as seleções dos oitavos de final – que está o único jogador suspenso para esta fase da prova: Bartosz Kapustka.

Qualquer destas seleções ainda não viu o melhor das respetivas estrelas da companhia. A Polónia não sofre golos, mas também marca o indispensável – ganhou dois jogos 1-0 (e empatou 0-0 o terceiro) – com Robert Lewandowski ainda em branco neste Europeu.

Na Suíça foi Xherdan Shaqiri quem deixou a desejar pela responsabilidade que lhe é atribuída numa seleção que contou pouco com a sua inspiração.

País de Gales-Irlanda do Norte, 17:00

Parque dos Príncipes, em Paris

Árbitro: Mart Atkinson (Inglaterra)

País de Gales e Irlanda do Norte são duas seleções integrantes do Reino Unido e, por isso, já se defrontaram muitas vezes. A vantagem é claramente dos galeses, que têm 44 triunfos contra 27 dos norte-irlandeses – havendo ainda 24 empates.

A supremacia do País de Gales está em consonância com a excelente participação da seleção de Gareth Bale – o único que marcou em todos os jogos – neste Europeu, pois, nos últimos oito embates com os norte-irlandeses os galeses ganharam quatro e empataram outros quatro.

A última vez que a Irlanda do Norte ganhou ao País de Gales já foi há 36 anos.

Equipa que surpreendeu na fase de grupos, o País de Gales já perdeu (com a Inglaterra), mas acabou por ficar em primeiro no agrupamento fruto de vitórias nos outros dois encontros. Em novo embate com uma seleção falante de inglês, os jogadores de Chris Coleman são claramente favoritos frente aos de Michael O’Neill.

A Irlanda do Norte cumpriu o seu papel de menos cotado que não surpreendeu ao perder com Polónia e Alemanha, mas deu o ar da sua graça frente à Ucrânia com uma vitória por 2-0 que lhe permitiu ser um dos melhores terceiros classificados da fase de grupos.

Croácia-Portugal, 20:00

Estádio Bollaert-Delelis, em Lens

Árbitro: Carlos Velasco Carballo (Espanha)

Raphaël Guerreiro já incluiu o treino de grupo nesta quinta-feira, mesmo que não tenha participado na peladinha e Fernando Santos já deverá contar com todos os jogadores frente à Croácia.

A única preocupação que o selecionador nacional terá quanto ao elenco à sua disposição é o facto de Pepe e Ricardo Quaresma ficarem de forma do eventual jogo dos quartos de final se virem algum cartão amarelo no sábado.

Os cartões amarelos limpam após o jogo dos quartos, ou seja, não passam para as meias-finais.

Portugal tem tido uma prestação abaixo dos seus pergaminhos e acabou por passar à fase a eliminar como um dos terceiros classificados após ser a primeira seleção num Europeu a passar a fase de grupos sem ganhar um jogo: a equipa nacional registou três empates.

Já a Croácia surpreendeu pela positiva ao vencer o grupo onde estava a Espanha impondo aos campeões europeus em título a primeira derrota em 14 jogos no Campeonato da Europa – a última derrota dos espanhóis tinha sido em 2004 frente a Portugal.

A seleção orientada por Ante Cacic está também ela numa série fantástica, pois não perde desde setembro de 2015, na fase de qualificação para o torneio. Os croatas têm oito vitórias e dois empates nos últimos dez jogos disputados.

A maior dúvida da seleção croata e que interessa e muito a Portugal – para saber o grau de riqueza do meio-campo adversário – está na condição física de Luka Modric, que acabou por ficar de fora do jogo com a Espanha.

Os croatas apresentam uma seleção na linha da que em 1996 fez sensação no Europeu de Inglaterra – com jogadores como Suker, Boban ou Prosinecki – e serão um adversário dos mais difíceis nesta altura.

A favor de Portugal está, entretanto, que nesse Euro 96, a seleção nacional ganhou 3-0 no único jogo oficial entre os dois países. Portugal e Croácia jogaram mais duas vezes em particulares e a equipa nacional também não só venceu esses encontros como nunca sofreu um golo croata: vitórias por 2-0 e 1-0.

Se Fernando Santos utilizar Nani frente à Croácia, o jogador português cumprirá a 100ª internacionalização juntando-se a Cristiano Ronaldo, Figo e Fernando Couto no lote de portugueses com 100 ou mais jogos pela equipa nacional.

Domingo, 26 de junho

França-Irlanda, 14:00

Estádio de Lion

Árbitro: por definir

Sete vitórias para a França, quatro triunfos para República da Irlanda e cinco empates não traduzem a diferença de estatuto presente entre os dois protagonistas deste embate, pois a seleção da casa é claramente favorita a seguir em frente neste Europeu.

Uma imagem desta diferença é que a França não perde com a Irlanda desde outubro de 1981. Outra imagem é a invencibilidade dos franceses neste Europeu – duas vitórias e um empate – contrastando com a qualificação dos irlandeses para os «oitavos» conseguida a cinco minutos do fim numa sensacional vitória sobre a Itália que lhes permitiu um terceiro lugar com direito a apuramento.

Para os irlandeses esta é mesmo a primeira vez que passam a fase de grupos jogando, por isso, com o mínimo de pressão possível. Já a França tem toda a responsabilidade de vencer para que uma eliminação precoce da seleção da casa candidata a vencer o torneio não cause um desilusão nacional.

Algumas das dúvidas que se colocam na equipa orientada por Didier Deschamps é qual o papel que o selecionador francês terá reservado para estrelas como Pogba e Griezmann – que alternaram entre a titularidade e o banco de suplentes.

A apimentar este duelo está a vingança pretendida pelos irlandeses pela eliminação no play-off de acesso ao Mundial 2010 com um golo marcado por Thierry Henry com a mão, em 2009.

Alemanha-Eslováquia, 17:00

Estádio Pierre Mauroy, em Lille

Árbitro: por definir

A Alemanha é a outra seleção que ainda não concedeu qualquer golo neste Europeu e o seu estatuto de campeã do mundo em título são mais do que cartões de visita suficientes para apostar em favoritismos para este duelo.

O histórico de confrontos entre alemães e eslovacos é também claramente favorável aos germânicos – por sete vitórias contra três derrotas (sem empates) – mas o último dos embates – em maio – foi ganho pelos eslovacos.

Se a Alemanha passou em primeiro lugar do seu grupo (fruto de um desempate por mais golos marcados do que a Polónia), os eslovacos estão nos «oitavos» como um dos melhores terceiros, mas a seleção de Ján Kozák já mostrou que não está em prova apenas para fazer número.

A Eslováquia tem bons executantes que podem (e estarão à espera) de surpreender uma equipa alemã que quererá ter a posse de bola e dominar o jogo para não ter sobressaltos – à imagem de outros jogos desta fase que colocarão frente a frente a posse e o contra-ataque.

Hungria-Bélgica, 20:00

Estádio de Toulouse

Árbitro: por definir

Este é outro embate em que a Bélgica tentará impor o seu futebol mais apoiado em jogadores como Hazard e De Bruyne frente à Hungria que acabou por ser extremamente aproveitadora das oportunidades que tem e terminou em primeiro lugar no grupo de Portugal.

A Hungria não andava nesta ribalta europeia há mais de 40 anos, mas esta seleção orientada por Bernd Storck já mostrou que as surpresas podem não acabar por aqui. A equipa de Marc Wilmots ainda não conseguiu confirmar de forma convincente o primeiro lugar do ranking FIFA que ocupou até há bem pouco tempo e este Europeu é mais uma prova.

Os belgas perderam com a Itália, ganharam de forma clara à República da Irlanda e suaram para bater a Suécia espelhando alguma inconsistência em campo em relação ao favoritismo teórico que detêm.

A ilustrar a diferença de patamares do presente está o último resultado entre as duas seleções datando de 2009: a Bélgica ganhou 3-0. Mas, neste Europeu, por outro lado, a Hungria está entre as seleções que ainda não perderam tendo conseguido dois empates (um com Portugal) e um triunfo.

Segunda-feira, 27 de junho

Itália-Espanha, 17:00

Stade de Fance, Saint-Denis (Paris)

Árbitro: por definir

Este é sem dúvida o grande jogos dos oitavos de final do Euro 2016 colocando frente a frente dois países que já ganharam o título europeu – sendo que a Espanha é a detentora do troféu; e que surpreendeu ao perder o primeiro lugar do seu grupo para a Croácia.

A Itália perdeu o seu último jogo, com a República da Irlanda, mas não a liderança do agrupamento. O resultado foi que uma de duas candidatas à final vai ficar já pelo caminho. E esta tem sido uma sina entre italianos e espanhóis nos últimos europeus.

Este será o terceiro Campeonato da Europa consecutivo em que Itália e Espanha se cruzam – com quatro jogos. E têm sido sempre os espanhóis a sorrir. Em 2008, as duas seleções defrontaram-se nos quartos de final e a Espanha ultrapassou a Itália no desempate por penáltis.

Em 2012, houve um empate na fase de grupos que antecedeu a final ganha de forma clara pelos espanhóis, por 4-0. É a tradição recente que dá sede de vingança aos italianos num confronto de total equilíbrio histórico quanto a números: dez vitórias para cada e 14 empates.

Há cinco jogos (desde 2011) que a Itália não consegue bater a Espanha. E nenhuma altura será melhor do que esta para a seleção de Antonio Conte, pois a equipa comandada por Vicente del Bosque acabou de perder o primeiro jogo num Europeu depois de 14 jogos seguidos sem perder.

Inglaterra-Islândia, 20:00

Estádio de Nice

Árbitro: por definir

A Islândia está em maré de estreias. Na primeira vez que está numa fase de final e numa prova de seleções já conseguiu o primeiro triunfo. Será que poderá conseguir a primeira passagem à fase a eliminar frente à Inglaterra?

Poucos pensarão que sim – e com razão; mesmo que no futebol a razão seja bastas vezes contrariada. Os factos mostram que entre ingleses e islandeses apenas houve na história um empate em 1982 e uma vitória inglesa por 6-1 em 2004.

Mas isso já foi há algum tempo e esta Islândia só pode surpreender, agora que é a contar. A Inglaterra de Roy Hodgson fez a fase de apuramento só com vitórias, mas ainda não mostrou poder estar entre as principais favoritas (como Espanha, Itália, Alemanha e Espanha) a vencer a prova.

Enquanto a Inglaterra não dá provas de temível, este jogo tanto pode ser ganho de forma convincente, como ver o que os lutadores islandeses de Lars Lagerbäck podem conseguir – Portugal que o diga que ficou atrás dos nórdicos no seu grupo.

Mas enquanto a bola não rola, só quem gosta de muito risco é que apostará na Islândia; num fundo, uma seleção em que muitos jogam em Inglaterra, mas onde as figuras desses campeonatos são precisamente os que estão na seleção dos leões – uma seleção que, feitas as contas, em jogos para europeus (de fases finais e qualificações) não perde há 25 jogos.