*Enviado-especial ao Euro 2016
É hoje! A meia-final por que todos esperam em Portugal. A Seleção Nacional defronta a sua congénere do País de Gales no Parc Olympic Lyonnais, em Lyon, a partir das 20 horas portuguesas. É o último obstáculo que separa os homens de Fernando Santos da final de 10 de julho, frente à anfitriã França ou à campeã do mundo Alemanha.
Do lado dos portugueses haverá a dúvida, por mais umas horas: será que Pepe, grande figura dos últimos dois encontros da equipa das quinas frente a Croácia e Polónia, respetivamente nos oitavos e quartos de final do torneio, recupera para a partida? Há ainda o castigo de William, que deverá dar lugar a Danilo, e outras possíveis alterações poderão estar eventualmente relacionadas com a recuperação física de André Gomes, Raphäel Guerreiro e João Moutinho. A boa entrada do médio do Monaco frente à Polónia poderá tê-lo colocado à beira da titularidade, mas isso também só se saberá mais logo.
Seja qual for o resultado da partida de logo à noite, há duas más certezas do lado do conjunto britânico. O defesa Ben Davies e o médio ofensivo Aaron Ramsey estarão a sofrer por fora devido a castigo. A influência do jogador do Arsenal na seleção orientada por Chris Coleman é grande, tendo participado diretamente, a marcar (3) ou a assistir (5) em oito dos 21 golos marcados nos últimos dois anos em jogos competitivos, ou seja qualificação e fase final do Campeonato Europeu em curso.
Gareth Bale é a óbvia grande figura do conjunto, ainda mais com a ausência de Ramsey. O avançado do Real Madrid marcou dez desses mesmos 21 golos, quatro de livre direto. Joe Allen, como primeiro organizador, Robson-Kanu, ponta de lança revelação, e o capitão Ashley Williams são as restantes referências da equipa de Gales, que em França se apresentou num sistema menos tradicional: o 3x4x2x1, com dois números 10, Bale e o tal Ramsey, que hoje não joga.
Forte nas bolas paradas ofensivas, muito intensa e veloz a sair no contra-ataque, os galeses prometem dificultar ao máximo o apuramento dos portugueses para a segunda final de uma grande competição, depois da deceção na Luz, no Euro 2004. Pode saber mais sobre os aspetos táticos de Gales aqui.
Coleman tem duas soluções mais ou menos naturais para o meio-campo. Tanto Jonathan Williams, do Crystal Palace, como Andy King, do campeão Leicester, poderão substituir Ramsey, embora o primeiro tenha características mais ofensivas, ou seja mais parecidas com o jogador do Arsenal. Atrás, o técnico poderá fazer recuar Gunter para a defesa, no lugar de Davies, entrando Richards para o meio-campo, ou, se decidir mexer apenas num setor, trocar o jogador suspenso por Collins.
EQUIPAS PROVÁVEIS:
PORTUGAL – Rui Patrício; Cédric, Fonte, Pepe (Ricardo Carvalho) e Raphäel Guerreiro; Renato Sanches, João Moutinho, Danilo e João Mário; Nani e Cristiano Ronaldo
GALES – Hennessey; Chester, Williams e Collins; Gunter, Joe Allen, Ledley e Neil Taylor; Jonathan Williams e Bale; Robson-Kanu
Cristiano Ronaldo tornar-se-á hoje o primeiro jogador a estar em três meias-finais de um Europeu. O capitão marcou curiosamente da única vez que a Seleção chegou à final (2-1 à Holanda, o outro golo foi de Maniche).
Portugal pode garantir a presença na Taça das Confederações do próximo ano na Rússia, se garantir a qualificar e defrontar a Alemanha – já apurada como campeã do mundo – na final.
A Seleção Nacional chega a esta partida sem ter vencido um único encontro nos 90 minutos durante o torneio. Somou três empates na fase de grupos (1-1, Islândia; 0-0, Áustria; 3-3, Hungria), bateu a Croácia no prolongamento (1-0) e ultrapassou a Polónia nos penáltis (5-3) depois uma igualdade a uma bola ao fim de 120 minutos.
Pela frente, tem o estreante País de Gales, que conseguiu um registo bem melhor. Maior número de golos marcados (10) na competição e também o maior número de triunfos (4): 2-1 à Eslováquia, 1-2 com a Inglaterra e 3-0 à Rússia, 1-0 à Irlanda do Norte e 3-1 à Bélgica.
HISTÓRICO
É o primeiro jogo competitivo entre as duas seleções, que já se defrontaram por três vezes em particulares. Portugal venceu duas: em 1949 em Lisboa por 3-2, e em 2000 em Chaves, por 3-0. Perdeu o embate de Cardiff em 1951 por 2-1.
Há 16 anos, marcaram Figo (20), Sá Pinto (44) e Capucho (64).
