A sua revista digitalA outra nota tem a ver com o claro ascendente dos visitantes: dos oito jogos efetuados, só dois foram ganhos pelas equipas da casa: a Alemanha diante da Escócia e a Dinamarca perante a Arménia. Ambos pela mesma margem estreita (2-1), a sublinhar dificuldades mais ou menos esperadas, e a confirmarem a ideia várias vezes demonstrada nesta altura: a de que nos inícios de temporada, quando os melhores jogadores ainda trabalham rumo à forma, o desnível entre seleções é menos evidente do que a partir de outubro-novembro.
Além da vitória albanesa (apenas a quinta fora de casa em 50 anos de jogos oficiais, depois das conseguidas na Moldávia, Cazaquistão, Luxemburgo e Noruega), os triunfos da Irlanda do Norte (95º no ranking FIFA) na Hungria (34ª) e da Roménia (27ª) na Grécia (13ª) também puseram em causa as hierarquias estabelecidas. Resultados que, em princípio, terão menos consequências práticas do que nas anteriores qualificações, porque com duas vagas diretas por cada grupo e mais cinco terceiros apurados a fasquia está mesmo muito mais baixa do que até aqui.
Ao contrário de Portugal, a Dinamarca conseguiu puxar dos galões a tempo de evitar a repetição do desaire de há um ano, quando Mkhitaryan e companhia gelaram Copenhaga com uma goleada sem precedentes. É verdade que o criativo do Dortmund começou por fazer das suas, marcando um grande golo a Schmeichel júnior, mas o seu eclipse, a 20 minutos do fim, permitiu à equipa de Morten Olsen uma reviravolta sofrida que a deixa para já na liderança do grupo I, antes de receber Portugal, em outubro. E o primeiro golo da reviravolta fez incidir mais holofotes em Hojbjerg, jovem prodígio do Bayern Munique, que Guardiola tem vindo a moldar rumo à fama.
No grupo D, a ultrafavorita Alemanha, campeã do Mundo, também se meteu em apuros com a Escócia, mas conseguiu sair deles em tempo útil, graças ao instinto goleador de Müller, que marcou sete golos nos últimos nove jogos com a camisola da seleção. E por falar em goleadores, referência obrigatória para o polaco Lewandowski, que no estádio Algarve contribuiu com quatro golos para o batismo oficial da seleção de Gibraltar, forte candidata a elo mais fraco das 54 seleção filiadas na UEFA.
Para a pequena história deste arranque de qualificação, referência ainda para Aiden McGeady: o médio do Everton, talvez o jogador irlandês de maior cotação na atualidade, que não só marcou o primeiro golo desta longa caminhada, como, com o seu bis ao cair do pano, garantiu a vitória da sua seleção sobre a Geórgia.
Os jogos deste domingo:
Grupo D
Geórgia-Rep. Irlanda, 1-2
Alemanha-Escócia, 2-1
Gibraltar-Polónia, 0-7
Grupo F
Hungria-Irlanda do Norte, 1-2
Ilhas Feroé-Finlândia, 1-3
Grécia-Roménia, 0-1
Grupo I
Dinamarca-Arménia, 2-1
Portugal-Albânia, 0-1
Que Inglaterra em Basileia?
Dos nove jogos agendados para esta segunda-feira, os dois maiores pólos de interesse passam por Valencia - onde uma campeã da Europa com processo de renovação mais adiantado do que por cá começa, sem vários dos nomes que a fizeram grande nos últimos seis anos, a defesa do título diante da Macedónia – e, principalmente, em Basileia, onde a Suíça vai ser um sério teste à consistência de uma «baby England» com 13 convocados abaixo dos 25 anos e já sem referências como Gerrard, Lampard e Cole.
Dos restantes jogos, expetativa natural para ver se a Ucrânia é ou não afetada pela delicada situação política, na receção difícil à Eslováquia. E há atenções voltadas para Viena, onde Áustria e Suécia jogam uma partida importante para definir hierarquias, num grupo G em que a Rússia faz figura de clara favorita, estatuto que dificilmente será posto em causa pelo Liechtenstein.
Jogos de segunda-feira:
Grupo C
Luxemburgo-Bielorrússia
Espanha-Macedónia
Ucrânia-Eslováquia
Grupo E
Estónia-Eslovénia
São Marino-Lituânia
Suíça-Inglaterra
Grupo G:
Rússia-Liechtenstein
Áustria-Suécia
Montenegro-Moldávia
