* enviado-especial ao Euro2016

Heimir Hallgrímsson, selecionador da Islândia, a par de Lars Lagerback, analisa o empate a uma bola com o Portugal, na ronda inaugural do Euro2016:

«O sentimento é bom, claro. Sabíamos o poder da equipa portuguesa, e antes de falarmos de nós temos de mostrar o respeito que o adversários nos merece. É muito difícil jogar contra Portugal, que tem uma das melhores equipas do torneio e provavelmente vai chegar longe. Têm muitas soluções na forma de jogar. Têm bons jogadores, que desequilibram, são muito rápidos no contra-ataque e também têm bom remate de longe. Defendemos de forma fantástica. Fomos muito organizados. Tirando uma ou outra situação, estivemos muito concentrados e foi uma vitória do coletivo. É muito difícil destacar um ou outro jogador, pois foi um esforço de equipa.»

[sobre a estratégia] «Sabíamos a qualidade de Portugal, e sabíamos que queríamos fazer um futebol mais direto. Sabíamos que íamos ganhar muitas vezes a primeira bola. Ganhámos sempre a primeira bola, mas ao intervalo falámos que não estavámos a ganhar muitas vezes a segunda bola, e também estávamos a perder rapidamente a bola quando a recuperávamos. Tínhamos de ser mais inteligentes a fazer subir a equipa.»

[sobre a exibição do guarda-redes] «Como já disse, não posso destacar apenas um jogador. Fez um jogo fantástico, tal como outros elementos.»

[qual o peso deste resultado, na estreia em grandes competições, comparativamente com a vitória sobre a Holanda, na qualificação] «Está ao mesmo nível. Estão a acontecer muitas coisas novas em pouco tempo. É a primeira vez que estamos num palco destes. Foi fantástico jogar aqui, sentimo-nos em casa. Os adeptos foram fantásticos. Isso fez-nos sentir melhor. E quando os jogadores sentiram-se cansados, os adeptos animaram-nos. Ambos os resultados são grandes feitos.»

[sobre a vitória da Hungria sobre a Áustria] «Não penso que o outro jogo tenha muita influência na nossa postura, mas é sempre bom ter um ponto. As grandes seleções dizem sempre que é importante não perder o primeiro jogo, e para nós é igual. Mas com uma vitória frente à Hungria estamos quase lá. Essa sensação é fantastica. Pontuar frente aos favoritos no grupo é uma grande injeção de confiança.»

[sobre a estratégia para parar Ronaldo e Nani, uma dupla de avançados móvel] «Resume-se a esforço de equipa. Não podemos ter um jogador a parar alguém como o Ronaldo. Não é justo para ele. Tem de ser trabalho de equipa, fechar os espaços. Não marcamos ninguém individualmente. Havia vários jogadores responsáveis pelo Ronaldo, e felizmente ele não teve muitas oportunidades. O nosso comportamento defensivo foi muito bom.»

[sobre o alegado desrespeito de Ronaldo no final do jogo, ao não cumprimentar os jogadores islandeses] «Ele pode escolher o que faz no final do jogo. Não nos preocupamos com isso. Estamos contentes com o ponto conquistado.»