*Enviado-especial ao Euro 2016

Falar do País de Gales é falar de Gary Speed, um dos seus icónicos jogadores, antigo capitão e selecionador, que se suicidou em novembro de 2011. Chris Coleman reconheceu que se lembra várias vezes do amigo, e que não precisa do futebol para fazê-lo. 

«Fez dez jogos como selecionador, mas somou 85 internalizações por Gales e cerca de 50 como capitão. Ganhou cinco, mostrou que prometia enquanto treinador, mas o que aconteceu aconteceu. É um ícone do desporto, e deixa-nos sempre bons sentimentos, mas não preciso de um jogo de futebol para lembrar-me dele. Não preciso para lembrar-me de um amigo, que até podia estar aqui sentado como selecionador. Todos nos lembramos dele, mas não nos lembramos por causa do futebol», afirmou o treinador.

Coleman acabou, ele próprio, por fazer uma viagem ao passado. Lembrou que teve de começar do zero para estar hoje na posição em que está. «Se estivermos mal em dois empregos seguidos é muito mau para nós. Podia dizer muita coisa, mas, sendo honesto, podia e devia ter feito melhor no Coventry. Estive um ano desempregado e fui para a II divisão grega. Fui a conselho de Alex Ferguson. Ele não sabia para onde eu ia, mas disse-me para aceitar a primeira coisa que me aparecesse. Foi a melhor coisa que me podia ter acontecido. Pensei muito sobre mim, sobre o que aconteceu. Tive de ir para II divisão grega para trabalhar. Fora do nosso país perguntam-se questões diferentes e temos de ter respostas. O que não sabia antes é que nunca seríamos pagos [risos]. São muito boas pessoas no Larissa. Jogadores de uma classe e de uma mentalidade diferente. Faz-nos olhar para coisas diferentes. Depois chegou este trabalho. Quando trabalhamos no nosso país, conhecemos toda a gente, todas as caras. Quando saímos para o estrangeiro é um jogo completamente novo. É algo que farei de novo. Tornou-me melhor», reconheceu.