*Enviado-especial ao Euro 2016

A FIGURA

Cristiano Ronaldo
É fácil. Já foi a figura por outras razões menos boas, hoje só há aplausos para Cristiano Ronaldo. Depois de uma semana em que foi muito elogiado por Fernando Santos pelo seu papel como capitão, o avançado subiu ao primeiro andar, com mais um dos seus saltos impressionantes, e marcou um golo fantástico. De seguida, rematou e a bola chegou a Nani, que desviou para o 2-0. Conta como assistência. Até ao fim ainda ameaçou o bis, que o colocaria como melhor marcador de todos os tempos em fases finais de Europeus, mas não voltou a ser feliz. Portugal já tinha um bom capitão, mas faltava-lhe o melhor do mundo em momentos decisivos deste Euro 2016.

Fonte
A segurança defensiva começou por si. Sempre muito atento à entrada dos médios ofensivos, foi o líder do setor, assentando esse estatuto em alguma instabilidade inicial de Bruno Alves, e na ausência de Pepe e Ricardo Carvalho do onze. Anulou jogadas muito perigosas no primeiro tempo, e ainda esteve perto do golo, num pontapé de canto, mas Hennessey susteve o cabeceamento.

Gareth Bale
Foi o melhor da sua equipa, tentando empurrar a equipa de Gales para a frente e conseguiu uma ou duas arrancadas no primeiro tempo e o melhor momento dos britânicos no segundo, num remate de muito longe, defendido em voo por Rui Patrício. Faltou-lhe a ajuda de Ramsey para que os britânicos chegassem mais perto da baliza portuguesa.

Robson-Kanu
Vê-se a qualidade. Com um toque subtil deixou Bruno Alves para trás, e o seu cruzamento levou o veneno suficiente para valer um golo, mas perdeu-se depois com o tempo, anulado pelos centrais portugueses. Não conseguiu o espaço que precisava para visar a baliza.

Joe Allen
O responsável pela primeira fase de construção da seleção de Gales. Deve ter sido o jogador com mais passes certos em todo o encontro. O médio do Liverpool é uma das fundações da sua equipa, e foi fundamental na forma como o conjunto de Chris Coleman impediu que Portugal assaltasse a sua baliza na primeira parte. Depois, quando foi preciso ir atrás do resultado, já não chegou, mas esse também não é o seu papel.

Danilo
Substituiu bem o castigado William Carvalho, ajudando a manter Bale longe da baliza de Rui Patrício. Uma noite de trabalho, em que o golo podia ter surgido, já com o resultado em 2-0, numa transição falhada do adversário. Valeu Hennessey, e alguma felicidade.

Nani
Voltou a marcar, e de novo um golo importante. Um desvio inteligente, perante um remate de Ronaldo que ameaçava perder-se pela linha final. Ia provocando o 3-0, com um tiro de longe, que o guarda-redes galês defendeu para a frente e João Mário não aproveitou.

João Mário
Uma exibição em crescendo. Melhorou obviamente quando Gales foi obrigado a chegar-se à frente e lhe deu o espaço que precisava para sair em progressão. Teve o primeiro momento realmente relevante do ataque português num remate cruzado, aos 16 minutos, que saiu ligeiramente ao lado, conduziu depois vários contra-ataques no segundo tempo e ameaçou novamente golo numa recarga a um remate de Nani, ainda desviado por Chester.