Iker Casillas é, desde o último domingo, o jogador europeu mais internacional de sempre. O guarda-redes do FC Porto atingiu os 166 jogos ao serviço da seleção espanhola no amigável com a Roménia, ultrapassando o letão Vitalijs Astafjevs. Se, como se espera, for convocado para estar presente no Euro 2016 será, naturalmente, o mais internacional dos 552 jogadores que serão inscritos na competição, o maior número de sempre.

Mas isso não significa que o Campeonato da Europa não tenha espaço para outras lendas, embora nenhuma se compare a Casillas no número de jogos. Do alto das suas 166 internacionalizações, o guardião pode, inclusive, aproveitar o torneio para subir mais uns degraus na tabela dos jogadores mais internacionais de sempre.

Uma coisa é certa: nem uma prestação fantástica da Espanha com Casillas na baliza levaria o guara-redes ao topo. No máximo, fará 7 jogos na prova (no caso de uma chegada à final) a que ainda se podem juntar os particulares de preparação. Portanto, fazendo as contas, é perfeitamente possível saltar do sexto lugar que ocupa atualmente nos jogadores mais internacionais de sempre e chegar ao quarto. Mais, para já, é impossível.

Os dez jogadores mais internacionais de sempre:

1. Ahmed Hassan (Egito), 184

2. Mohamed Al-Deaya (Arábia Saudita), 178

3. Claudio Suárez (México), 177

4. Hossam Hassan (Egito), 169

5. Iván Hurtado (Equador), 168

6. Iker Casillas (Espanha), 166

7. Vitalijs Astafjevs (Letónia), 165

8. Cobi Jones (EUA), 164

9. Mohammed Al-Khilaiwi (Arábia Sautita), 163

10. Adnan Al-Talyani (EAU), 161

Esta foi a primeira internacionalização de Casillas em 2016, que, até ao momento, é o ano mais pobre desde o primeiro jogo de sempre ao serviço da seleção A espanhola, a 3 de junho de 2000, contra a Suécia. Neste aspeto, o ano mais produtivo foi o de 2012, com 16 chamadas, entre as quais toda a caminhada que terminou com a conquista do Europeu da Polónia e da Ucrânia.

Portanto, Casillas será sempre o jogador mais internacional presente no Europeu, mas a verdade é que há, contando com o espanhol, 24 jogadores acima das 100 internacionalizações com reais hipóteses de marcarem presença no torneio francês.

De facto, treze das 24 seleções que garantiram o apuramento (mais de metade) têm entre as possíveis escolhas jogadores «centenários», contabilizando, naturalmente, apenas os elementos no ativo e, destes, os que não anunciaram publicamente a renúncia aos jogos internacionais.

Portugal é uma delas, com Cristiano Ronaldo. O capitão é, também, o jogador mais internacional do grupo e certamente marcará presença no Europeu, salvo qualquer lesão de última hora. Ao todo são 124 internacionalizações, o segundo melhor registo de sempre. Se jogar contra a Bélgica e também nos restantes particulares de preparação, mais perto do arranque do torneio (foram anunciados três), Ronaldo chegará mesmo ao primeiro jogo do Europeu como o mais internacional de sempre, superando Luís Figo, que tem 127 jogos pela seleção das quinas.

Nani (93) está, também, muito perto de passar Rui Costa (94) e chegar ao quarto posto da tabela dos mais internacionais de sempre, sendo, naturalmente, o candidato mais forte a próximo jogador a atingir a marca das 100 internacionalizações, algo que, além de Ronaldo e Figo, apenas mais Fernando Couto (que por acaso até foi o primeiro) conseguiu.

Os dez jogadores mais internacionais de sempre por Portugal:

1. Luís Figo, 127 internacionalizações

2. Cristiano Ronaldo, 124

3. Fernando Couto, 110

4. Rui Costa, 94

5. Nani, 93

6. Pauleta, 88

7. Simão Sabrosa, 85

8. Bruno Alves, 84

9. Ricardo Carvalho, 83

10. João Moutinho, 81

Alargando a análise, vejamos então, grupo a grupo, os jogadores mais internacionais que poderão estar presentes no próximo Europeu.

Grupo A: França, Roménia, Suíça e Albânia

A seleção francesa é uma das duas (a outra é Gales) que não poderá levar ao Europeu um jogador do seu top-10 com mais internacionalizações. Aliás, os franceses são mesmo os que precisam descer mais na tabela para chegar ao primeiro selecionável: Karim Benzema tem 81 jogos na seleção e é o 15º mais internacional do país. Curiosamente, devido a processos extra futebol a sua chamada não é ainda um dado adquirido. Se o caso não se resolver, é preciso descer até ao 19º posto para encontrar Hugo Lloris (73 internacionalizações).

Benzema será o francês mais experiente...se for convocado

No mesmo grupo, a Roménia é a seleção que poderá apresentar o jogador com mais experiência: Razvan Rat, do Rayo Vallecano, tem 108 internacionalizações.

Na Albânia, Lorik Cana é o jogador mais internacional de sempre, com 90 jogos e opção muito provável para o Europeu, tal como Gokham Inler, do Leicester, na seleção suíça, ele que tem 89 jogos e é o quinto da geral helvética.

Grupo B: Inglaterra, País de Gales, Rússia e Eslováquia

Inglaterra e Rússia apresentam jogadores com mais de 100 internacionalizações. No caso inglês falamos de Wayne Rooney que já tem 109 jogos na seleção A, um número aquém daquele que é apresentado pelo russo Sergei Ignashevich que, aos 36 anos, já disputou 115 jogos pela sua seleção.

Ignashevich pode estar no Europeu aos 36 anos

Nos outros países que integram o grupo, os mais internacionais são Chris Gunter, por Gales, que tem 65 jogos e é 12º do ranking do país, e Marek Hamsik, pela Eslováquia, que já esteve em 84 compromissos internacionais e é o segundo jogador mais internacional de sempre.

Grupo C: Alemanha, Polónia, Ucrânia e Irlanda do Norte

A campeã do mundo Alemanha tem dois jogadores selecionáveis acima das 100 internacionalizações. Falamos de Lukas Podolski, do Galatasaray, com 127, e Bastian Schweinsteiger, do Manchester United, com 113. O médio, sublinhe-se, sofreu recentemente uma lesão grave que o pode afastar do torneio.

Miroslav Klose é o jogador alemão no ativo com mais internacionalizações, mas já abdicou da seleção.

A Ucrânia tem em Anatoliy Tymoschuk outro possível convocado com mais de 100 internacionalizações. O jogador do Kairat não é chamado desde o playoff que valeu o apuramento mas conta com 142 jogos pela seleção ucraniana e, aos 36 anos, poderá encerrar a carreira internacional numa grande competição.

Polónia e Irlanda do Norte não têm disponíveis com 100 ou mais jogos. Jakub Błaszczykowski, da Fiorentina, com 77 internacionalizações é o mais experiente dos polacos, ao passo que Aaron Hughes, dos australianos, do Melbourne City, poderá muito bem ser o mais batido na Irlanda do Norte, com 97 chamadas. Aliás, pode até engrossar a lista de «centenários» dependendo dos particulares de preparação.

Grupo D: Espanha, Croácia, República Checa e Turquia

A Espanha será das seleções mais experientes do torneio. São cinco os disponíveis com mais de 100 internacionalizações, mais do que qualquer outro país: Casillas (166), Sergio Ramos (131), Fernando Torres (110), Andrés Iniesta (107) e Cesc Fabregas (103).

A Croácia poderá integrar Darijo Srna (127) e Ivica Olic (102), ao passo que a Republica Checa tem em Petr Cech (118) um líder nato havendo ainda a remota possibilidade de Tomas Rosicky (100) estar no Europeu: o médio do Arsenal apenas fez um jogo este ano, devido a uma sucessão de lesões.

Petr Cech é o checo mais experiente

Deste grupo, a Turquia é a única seleção que não tem um jogador disponível com mais de 100 internacionalizações. O mais experiente é Emre Belozoglu, o quinto mais internacional do país, com 94 jogos, mas que só fez um jogo no apuramento, seguido de Halil Altintop, com 82 jogos, mas que também não é opção desde outubro do ano passado, embora jogue regularmente no Augsburgo.

Grupo E: Bélgica, Itália, Suécia e Irlanda

A Bélgica, líder do ranking mundial, é a única seleção do grupo sem qualquer jogador acima das 100 internacionalizações. O mais experiente é Jan Vertonghen, com 76, o décimo do top do país.

Por seu turno, a Itália conta com três: Gianluigi Buffon é o mais experiente atrás de Casillas, com 155 internacionalizações; Andrea Pirlo tem 116 e Daniele De Rossi 101.

Na Suécia, o guarda-redes do Kasimpasa Andreas Isaksson é o mais internacional dos disponíveis, com 127 jogos. Zlatan Ibrahimovic também já passou a barreira dos 100 e conta com 111.

Por fim, a Irlanda tem em Robbie Keane o seu homem mais experiente, com 143 jogos pela seleção. O avançado foi chamado pela última vez em novembro do ano passado. Shay Given, do Stoke City, tem 131 jogos mas também não é chamado desde outubro. Há ainda o caso de John Oshea com 106 internacionalizações.

Robbie Keane poderá ser o terceiro jogador mais experiente no Europeu

Grupo F: Portugal, Islândia, Hungria e Áustria

Do caso de Portugal já falamos e neste agrupamento apenas há mais um jogador com mais de 100 jogos pela sua seleção: o mítico Gabor Kiraly, guarda-redes da Hungria, chegou já aos 101 jogos.

Na Islândia a expectativa passa pela possível chamada do veterano Eidur Gudjohnsen, que tem 84 internacionalizações, enquanto na Áustria o mais internacional no ativo é Christian Fuchs, do Leicester, que, aos 29 anos, já fez 73 jogos pelo país.

Os dez mais internacionais do Europeu (se forem convocados):

1. Iker Casillas (Espanha), 166

2. Gianluigi Buffon (Itália), 155

3. Robbie Keane (Irlanda), 143

4. Anatoliy Tymoschuk (Ucrania), 142

5. Shay Given (Irlanda), 131

6. Sergio Ramos (Espanha), 131

7. Andreas Isaksson (Suécia), 127

8. Darijo Srna (Croacia), 127

9. Lukas Podolski (Alemanha), 127

10. Cristiano Ronaldo (Portugal), 124