São mais de 4 mil quilómetros entre os pontos mais distantes do longo mapa de candidaturas à organização do Euro 2020, o Campeonato da Europa que não terá um, mas 13 países anfitriões. A UEFA divulgou nesta quarta-feira o relatório de avaliação às 19 cidades candidatas, a lista de onde sairão as 13 sedes do Europeu, anunciadas a 19 de setembro. Com preocupações políticas pelo meio que poderão pesar bem na decisão.

Dizem respeito aos pontos quentes do momento. A Rússia, Israel e agora também a Escócia, que vai a referendo a 18 de setembro, um dia antes da decisão da UEFA, para decidir se quer a independência do Reino Unido.

Baku (Azerbaijão), Minsk (Bielorrússia), Bruxelas (Bélgica), Sófia (Bulgária), Copenhaga (Dinamarca), Londres (Inglaterra), Skopje (Macedónia), Munique (Alemanha), Budapeste (Hungria), Jerusalém (Israel), Roma (Itália), Amesterdão (Holanda), Dublin (Irlanda), Bucareste (Roménia), São Petersburgo (Rússia), Glasgow (Escócia), Bilbau (Espanha), Estocolmo (Suécia) e Cardiff (Gales) são as candidatas.

Ao todo foram 32 os países que começaram por manifestar intenção de se candidatar, incluindo Portugal, mas muitos desistiram. Lisboa e Porto abandonaram o processo depois de lerem o caderno de encargos. A autarquia portista disse «não ver garantido retorno mínimo para a cidade», por se tratar «de um modelo de campeonato em tudo diferente dos anteriores e não estarem definidas as seleções que disputariam um número muito limitado de jogos no Estádio do Dragão». Quanto a Lisboa, não adiantou razões, mas na base da decisão, admitiu a Federação, estiveram também as dúvidas sobre o retorno para a cidade.

A UEFA decidiu-se por este formato para 2020 com o argumento de que pretende assinalar assim, com um evento on the road por toda a Europa, o seu 60º aniversário. Embora os críticos apontem o facto de o organismo se ter visto confrontado com apenas uma candidatura sólida, da Turquia, para organizar o evento nos moldes tradicionais.

A grande maioria das cidades candidata-se ao que a UEFA chama «pacote standard», a organização de três jogos de grupo e um das fases a eliminar, oitavos ou quartos de final. Só há duas candidaturas para o pacote «premium», que inclui as duas meias-finais e a final. São Wembley e a Arena de Munique, a Inglaterra contra a Alemanha na corrida àquela que é uma espécie de final four.

O relatório de avaliação da UEFA às candidaturas analisa uma série de parâmetros e expressa algumas preocupações extra-futebol. Descreve a situação na Rússia, que se candidata com São Petersburgo, como crescentemente complexa», com o conflito na Ucrânia em pano de fundo, e quanto a Israel, que candidata Jerusalém, fala numa «situação política complexa, confirmada por várias instituições independentes». Quanto à Escócia, o relatório defende que a situação pode ter de ser reavaliada se ganhar mesmo no referendo o sim à independência.