Pedro Dias foi praticante de basquetebol, andebol, futebol e futsal. Já foi comentador de futsal da RTP e é membro da FADU desde a fundação, integrando também o comité executivo da Federação Internacional de Desporto Universitário. É o diretor para o futsal e futebol de praia na Federação Portuguesa de Futebol desde 2011 e, a poucas horas da estreia de Portugal no Campeonato Europeu, esteve à conversa com a Futsal+ e revelou a vontade e o desejo para que se conquiste um título de seleções para o Futsal nacional.

F+ - Antes de mais, como foi a adaptação à cidade de Belgrado e ao pavilhão onde está a decorrer este europeu?

P.D. - A adaptação a Belgrado foi ótima, os pormenores foram planeados com rigor e não tivemos contratempos. A Arena de Belgrado é magnífica, é a maior instalação desportiva indoor da Europa, tem um excelente piso desportivo instalado e a organização tem feito um esforço para que nada falte às delegações.

F+ - No jogo de abertura, estiveram 11 mil pessoas na arena de Belgrado. Quer isso dizer que os sérvios estão a viver com muita intensidade este europeu de futsal?

P.D. - O Desporto ocupa um lugar de grande estaque na cultura deste país. A Sérvia é uma potência desportiva em várias modalidades, e os sérvios são um povo com uma elevada cultura desportiva. O Europeu de Futsal não poderia passar despercebido neste país.

F+ - E em termos organizativos nota-se uma evolução por parte da UEFA?

P.D. - Sim, neste evento participam as 12 melhores seleções europeias de futsal, e o nível desportivo e organizativo tem crescido desde a 1ª edição da prova em 1996. Acho normal que o crescimento e desenvolvimento que a modalidade tem registado a nível global seja acompanhado por uma melhoria contínua das condições proporcionadas aos diversos stakeholders que participam no evento. A UEFA tem uma cultura de excelência forte, e o Campeonato da Europa é um evento top para a UEFA.

F+ - A poucas horas do jogo de estreia, como está o ambiente no seio da Seleção Nacional? Há já muita ansiedade?

P.D. - O ambiente é muito saudável, de elevada confiança. É normal a presença de alguma ansiedade, está sempre presente nos grandes momentos. A participação na fase final de um Campeonato da Europa é um momento muito relevante na carreira desportiva dos atletas e dos treinadores.

F+ - Um eventual sucesso da Seleção podia ajudar ao crescimento ainda maior do futsal português?

P.D. - O crescimento do futsal português é um facto. O crescente reconhecimento social que a modalidade tem conseguido é incontestável, os resultados desportivos a nível internacional alcançados pelos nossos clubes, e pelas seleções nacionais, masculina e feminina, têm sido muito positivos. Estamos pela sétima vez consecutiva a participar na fase final do campeonato da Europa, devemos considerar estes aspetos um sucesso do nosso futsal. Contudo, somos ambiciosos, queremos muito conquistar um título para o Futsal nacional, temos consciência de que os resultados desportivos nas grandes competições internacionais são um estímulo muito importante para motivar os jovens para a prática desportiva. Não temos dúvida quanto aos efeitos positivos que um título internacional pode representar no crescimento da modalidade.

F+ - Para terminar, e como já disse o selecionador nacional, 2016 pode mesmo vir a ser o ano do futsal português?

P.D. – É um ano muito importante. tTemos as fases finais do Europeu, temos o play-off e a fase final do mundial, a final-4 da UEFA Futsal Cup e o torneio mundial feminino. Vamos bater o recorde do número de atletas federados na FPF. Iniciámos a preparação das seleções jovens masculina e feminina que vão participar na qualificação para os Jogos Olímpicos da juventude em 2018 na Argentina. É um ano muito intenso de atividade, de crescimento sustentado e de muito trabalho.