Eduardo Coelho tem 36 anos, é natural de Oliveira de Azeméis e exerce a profissão de bancário. Árbitro internacional desde 2008, vai participar já no seu terceiro Europeu de futsal, depois de ter estado também num Mundial e numa final da UEFA Futsal cup. Faz esta quarta-feira a sua estreia no Euro-2016 como primeiro árbitro no Rússia-Cazaquistão.

A Futsal+ falou com melhor árbitro português a poucas horas de entrar pela primeira vez na quadra na Arena de Belgrado:

F+ - Eduardo Coelho, como tem estado a preparar mais uma participação num Europeu?

E.C. - A preparação para o Europeu, bem como todas as provas específicas que têm carácter próprio, carecem de uma atenção especial, para além dos treinos normais e correntes da época desportiva. Acresce que efectuo trabalho específico com exercícios elaborados e devidamente acompanhado por um técnico.

F+ - Para um árbitro, ir o mais longe possível na competição, depende sempre do sucesso da seleção do seu país. Não é um pouco frustrante?

E.C - Será sempre uma das condicionantes de qualquer árbitro que se encontre na mesma competição que a sua Seleção Nacional, por isso o sucesso desta pode ser sinónimo de uma passagem minha mais curta por esta competição. Eu sou português e, como tal, gostaria que a nossa Seleção chegasse o mais longe possível na prova, até conquistar um título que o futsal português persegue há já muito tempo.

F+: Este já é o seu terceiro Europeu, mas será que continua a encará-lo como se fosse o primeiro?

E.C. - Sim, mas como sempre, cada Europeu ou prova para a qual sou chamado deve ser encarado como se fosse a primeira. Devemos agir sempre com o propósito de fazer mais e melhor, mas é certo que a experiência transitada das outras provas é uma mais-valia.

F+: A sua nomeação prova que a arbitragem portuguesa tem qualidade?

E.C. - A arbitragem portuguesa é de qualidade, é uma prova também de temos bons campeonatos nacionais, que nos permitem adquirir uma grande experiência e ritmo competitivo.

F+: É mais fácil dirigir um jogo num Europeu do que na final do play-off em Portugal?

E.C. - Quanto ao paralelismo que possa ser feito entre um Europeu e uma final do play-off em Portugal são competições distintas e vividas de forma diferente quanto às dificuldades. Cada jogo é um jogo, por isso...

F+: O Eduardo não sendo profissional da arbitragem tem dificuldades para marcar presença numa prova destas?

E.C. - A presença numa prova como esta só é possível através da compreensão dos colegas de trabalho e da própria família, já que esta ausência é feita por utilização e ajustamento das minhas férias… em detrimento da família.

F+: Há mais valores de qualidade na arbitragem portuguesa que no futuro também podem marcar presença em Europeus e Mundiais?

E.C. - A nossa arbitragem tem excelentes valores que despontam para os desafios que se avizinham, graças ao trabalho que tem vindo a ser feito internamente pelo Conselho de Arbitragem da FPF. Consequentemente, o futuro deve ser encarado de forma positiva e sem receios.