História viking. A Islândia suportou a pressão da Áustria, segurou o empate e qualificou-se para os oitavos de final do Euro2016, na estreia em grandes competições. O segundo golo apareceu em jeito de estocada final, na derradeira jogada.

É justo escrever, porém, que neste jogo a seleção de Marcel Koller merecia mais. Entrou muito mal na partida, é certo, levou com uma bola no ferro (Gudmundsson) e um golo (Bodvarsson, pontapé de pé direito dentro da área), mas teve a capacidade de equilibrar-se emocionalmente e andou sempre mais perto da baliza de Halldórsson.

Antes de empatar, a Áustria ainda desperdiçou uma grande penalidade, por Dragovic - mais uma bola no ferro. Os centro europeus tiveram mais remates, mais posse de bola, mais jogadas de perigo e arriscaram até ao limite do possível.



Foi, de resto, a jogar no risco - com Marc Janko e Alessandro Schopf lançados ao intervalo - que a Áustria conseguiu bater pela primeira e única vez o guarda-redes/realizador islandês. Lance rápido, iniciativa individual de Schopf e pontapé de pé esquerdo, sem hipóteses para Halldórsson.

A Islândia, naturalmente, não se limitou a defender, teve as suas oportunidades, mas assumiu o bloco baixo e a solidez do setor defensivo, hiper povoado. Resultou e deixou o país banhado pelo Ártico e o Atlântico Norte em compreensível euforia.

Para a história se completar, falta a última jogada do encontro: a Áustria completamente balanceada na frente, no desespero, e a Islândia a sair numa transição perfeita e a matar o jogo por Traustason. Perfeito.

A Áustria despede-se do Europeu no último lugar, um registo dececionante para a atual décima classificada do ranking FIFA. A Islândia terá pela frente mais um desafio gigante: a Inglaterra.