Surpresa em São Petersburgo com a Eslováquia a festejar uma vitória sobre a Polónia de Paulo Sousa por 2-1. Os eslovacos entraram bem no jogo, ganharam vantagem, os polacos ainda reagiram a abrir a segunda parte, mas acabaram por consentir um segundo golo quando já estavam reduzidos a dez. Um golpe duro para a equipa de Lewandowski que vai ainda ter de defrontar a Suécia e a Espanha no Grupo E.

Como se esperava, a Polónia entrou no jogo a procurar impor a sua lei, com uma elevada posse de bola, com Zielinski solto no apoio a Lewandowski e Józwiak e Rybus a subirem pelas alas. Mas não foi preciso esperar muito para se perceber que a equipa de Paulo Sousa ia ter problemas em superar a bem organizada defesa eslovaca. Um problema que se foi tornando cada vez mais evidente com a passagem dos minutos, com os polacos a chocarem persistentemente contra o muro azul que depois se desdobrava numa verdadeira autoestrada para a baliza de Szczesny.

A Eslováquia tinha menos bola, mas sempre que a tinha, era bem mais eficaz, explorando muito bem os corredores e evitando chegar perto dos três centrais polacos que fechavam bem a zona central, graças à versatibilidade de Duda e Mak que exploravam muito bem os espaços mortos desguarnecidos pelos polacos. Os eslovacos encontravam muitos espaços nos corredores e iam experimentando a meia distância. A verdade é que as primeiras três verdadeiras oportunidades foram da Eslováquia, as duas primeiras em lances de bola parada e a terceira num lance individual de Duda que atirou a rasar o poste.

O aviso estava dado e logo a seguir chegou o golo, aos 18 minutos, numa altura em que já não havia dúvidas quanto à superioridade da Eslováquia em campo, não só a controlar o adversário mas, sobretudo, a explorar os espaços que conduziam à baliza do guarda-redes da Juventus. Um golo que surge num lance individual de Mak que, sobre a esquerda, deixou Bereszynski e Jozwiak nas covasm invadiu a área e rematou junto ao primeiro poste, com  a bola a ir a ferro e a bater nas costas de Szczensny. Com o primeiro autogolo do Europeu, a Eslováquia estava em vantagem.

A Polónia procurou reagir de pronto, mas até ao intervalo, as melhores oportunidades continuaram a ser da Eslováquia, com destaque para um remate de Kucka. Lewandowski, desamparado na frente, sem o habitual apoio de Milik e Piatek, teve de recuar muitas vezes para procurar a bola e a única verdadeira oportunidade dos polacos resultou de um pontapé de raiva de Krychomiak.

Reação e nova deceção a dois tempos

A Polónia precisava urgentemente de uma mudança e esta chegou logo a abrir o segundo tempo, na sequência do primeiro lance com princípio, meio e fim, desenhado pela equipa de Paulo Sousa, com Rybus sobre a esquerda, a cruzar com peso e medida para o remate enrolado de Linetty. Num ápice, a Polónia transfigurou-se, ganhou confiança e cresceu para cima de um adversário que parecia não ter argumentos para contrariar a reviravolta.

De repente, tudo parecia encaixar na equipa de Paulo Sousa, com a equipa a conseguir profundidade pelas alas e criar, em poucos minutos, mais oportunidades do que em toda a primeira parte.

No entanto, tudo voltou a desmoronar-se em dois tempos. Primeiro, Krychowiak, determinante no meio-campo polaco, viu um segundo amarelo e deixou a Polónia reduzida a dez. Logo a seguir a Eslováquia recuperou a vantagem num lance de bola parada. Canto da direita, a defesa polaca ainda afastou, mas Skriniar, o homem do jogo [terceiro golo nos últimos quatro jogos], recuperou e atirou a contar, fazendo a bola passar por um mar de pernas.

Ainda faltavam mais de vinte minutos para o final, Paulo Sousa ainda abdicou de um central, refrescou o meio-campo e juntou Świderski  a Lewandowski, mas a Eslováquia estava agora ainda mais determinada em não voltar a perder a vantagem no jogo e acabou a festejar o primeiro triunfo numa fase final. Depois da República Checa também ter vencido a Escócia esta terça-feira, toda a antiga Checoslováquia está em festa nesta primeira ronda do Euro2020.