Fernando Santos, selecionador de Portugal, analisa a goleada à Lituânia (6-0), em jogo da fase de apuramento para o Euro2020:

[Fez sete alterações em relação ao jogo com a Ucrânia. Que mudanças é que viu e o que há a melhor no próximo jogo, com o Luxemburgo?]

«Há sempre coisas a melhorar. Além disso o adversário também é diferente e o jogo é daqui a menos de 72 horas. Ainda há muita coisa para pensar. É uma final importantíssima para nós porque queremos estar - e vamos estar! - no Euro 2020, com uma vitória no Luxemburgo, perante um adversário que tem muito valor. Mas isso falaremos depois. Agora importa realçar a exibição da equipa portuguesa, a qualidade de jogo que apresentou, cumprindo à risca aquilo o plano de jogo em termos ofensivos e defensivos, principalmente na transição ataque/defesa em que não deu azo a que a Lituânia pudesse ter bola e causar problemas. Fomos muito fortes nos vários momentos do jogo. Foi pena não termos acabado a primeira parte com mais golos, penso que o poderíamos ter feito. Os jogadores estão de parabéns, foram eles que tornaram o jogo mais fácil. Esta equipa da Lituânia fora tem causado problemas a nível defensivo aos adversários e convém realçar a boa exibição da equipa portuguesa.»

[Comparando com o jogo lá, a grande diferença foi que Portugal manteve o ritmo?]

«Na Lituânia em termos ofensivos estivemos bem, o nosso problema a partir dos 10/15 minutos da primeira parte termos perdido a organização do jogo e permitido que eles contra-atacassem e quase levou o jogo a parecer equilibrado e eles a marcarem um golo de bola parada - o que pode acontecer porque têm jogadores muito altos - e chamei a atenção para esse pormenor. Já lá tínhamos retificado isso ao intervalo. Desta vez eliminámos esses momentos em que não estivemos tão bem, tornámo-lo mais fácil e depois a qualidade natural dos jogadores impõe a sua lei.»

[Esta mobilidade do ataque foi uma das boas ilações boas que tirou? Portugal pode jogar assim contra seleções de outra valia?]

«Claro, ganhou 1-0 à Itália a jogar assim e se recordarem só jogou o William e o Pepe, de resto foram estes jogadores, menos o (Gonçalo) Paciência. Mas foi muito perto da equipa que jogou agora. Jogámos também assim com a Polónia. Cada jogo é um jogo, há ainda as condições do campo, o tempo de recuperação dos jogadores. Pretendemos sempre que esta mobilidade e a dinâmica individual e coletiva da equipa se manifeste. E que se manifeste melhor quando em ação defensiva, e defender não é fazê-lo cá atrás, é não deixar que o adversário jogue, quando essa ação defensiva é mais forte torna-se tudo mais fácil.»

[Gonçalo Paciência fez o segundo jogo pela seleção e estreou-se a marcar. Gostou da exibição deste jovem?]

«Sim, gostei muito da exibição da equipa portuguesa, dos movimentos. O Gonçalo faz parte da equipa portuguesa, seguramente esteve bem também.»

[O Cristiano Ronaldo marcou três golos com uma pseudo-lesão. Se não a tivesse, quantos golos é que marcaria?]

«Não acho nada estranho, já o tinha dito na conferência de imprensa. Globalmente havia um ruído em volta do Cristiano, até li que parece que fiquei zangado com o senhor que me fez a pergunta. Disseram que era incontornável, eu disse que era contornável, porque o Cristiano estava bom. Não me surpreendeu nada. Aliás, do Cristiano, a mim e a vocês, pouca coisa deve surpreender.»