Filho de uma pátria dividida do seu parente mais rico, Marian Zeman é o símbolo da Eslováquia em Portugal. Longe dos tempos em que pertencia à magnífica Checoslováquia, o país procura afirmar as suas potencialidades, voltando a juntar-se à República Checa, mas numa nova realidade, a União Europeia. Emigrante há vários anos, o defesa-central já se sentiu prejudicado pelo facto de ser extra-comunitário e só tem pena de não ser mais novo para viver a nova realidade.
Aos 30 anos, passa pelo Beira Mar e vive uma experiência diferente da que teve durante seis anos na Holanda, onde representou o Vitesse. A entrada na Europa dos 25 é encarada como algo que «só é bom», pois «se até agora algumas transferências não se concretizavam devido às restrições existentes em alguns países, tudo irá mudar», destacando o facto de Inglaterra surgir, agora, como um mercado muito aliciante.
No futuro, portanto, prevê a «emigração de mais jogadores eslovacos», embora a nível político não esconda alguma apreensão. «No início não sei se irá ser muito bom, pois vai haver muitas comparações, mas dentro de dez ou quinze anos tenho a certeza que o país estará bem melhor», abordou.
Voltando um pouco à sua própria experiência, Zeman conta como as leis do passado o prejudicaram: «Na época passada, quando terminei o contrato com o Vitesse, foi impossível ficar porque na Holanda existe uma exigência no que diz respeito aos estrangeiros, sendo obrigatório pagar um salário elevado. Eu queria muito ficar, porque sentia-me bem lá, mas o que me ofereceram estava abaixo dessa exigência, por isso vim para cá. Se a Eslováquia tivesse entrado um ano antes na União Europeia com certeza que nem teria jogador no Beira Mar».