A Associação de Ligas Europeias de futebol (European Leagues) reiterou as suas preocupações quanto ao sistema de acesso à Liga dos Campeões e a sobrecarga do calendário a partir de 2024, procurando evitar uma desvalorização dos campeonatos nacionais.

«O mérito desportivo nas ligas domésticas devem ser o único acesso. Este é um princípio fundamental do modelo desportivo europeu que não pode ser posto em causa», frisou à Lusa Alberto Colombo, secretário-geral adjunto das Ligas Europeias.

Este ponto de honra vai contra a pretensão da UEFA de privilegiar o sistema de coeficiente de desempenho europeu para distribuir as quatro vagas adicionais na competição, que passará dos atuais 32 para os 36 clubes.

As Ligas Europeias, reunidas esta sexta-feira em assembleia geral em Istambul, entendem que isso «representaria uma segunda oportunidade injustificada para alguns grandes clubes ingressarem na Liga dos Campeões, apesar de perderem a qualificação direta por meio do desempenho na sua liga doméstica».

«Essas vagas devem ser alocadas única e exclusivamente através da qualificação direta das últimas temporadas das ligas nacionais», reforçou Colombo, revelando-se «firmemente contra» o sistema de Coeficiente de Desempenho Europeu.

A UEFA pretende que cada equipa dispute dez jogos – uma liga única de 36 equipas, em que cada uma joga contra 10 adversários, cinco jogos em casa e cinco jogos fora -, ao invés dos seis atuais da fase de grupos, contudo as Ligas Europeias desejam que esse incremento seja limitado a oito desafios.

«Esta mudança substancial no calendário da Liga dos Campeões já resultará num aumento de mais de 50 por cento do número total de partidas a serem disputadas. Um aumento maior prejudicará ainda mais as competições domésticas e a grande maioria dos clubes da Europa em benefício de apenas alguns», sustenta o dirigente de origem italiana.

De acordo com a UEFA, os oito melhores classificados vão ser apurados para os «melhores 16», enquanto os classificados entre o 9.º e o 24.º lugar vão disputar um play-off para apurar outras oito equipas.

Do 25.º para a frente, os competidores vão ser eliminados e nenhuma vai passar para a Liga Europa.

Na sua estratégia, as Ligas Europeias querem evitar uma desvalorização das ligas nacionais no mercado e uma sobrecarga de datas no calendário.

Durante a assembleia geral do organismo, que contou com representantes de trinta ligas, foi recordado que as alterações que forem promovidas vão ter um impacto durante muitos anos.