A Suécia aguentou a pressão inicial de Portugal, conseguiu soltar-se na segunda parte e foi mais eficaz na marcação das grandes penalidades, sagrando-se, pela primeira vez, campeã da Europa de sub-21.

William Carvalho, depois de um europeu de altíssimo nível, fica ligado ao momento de desgosto português ao não conseguir ultrapassar a oposição de Carlgren no pontapé decisivo.

O triste fado português contrasta com o início assertivo da equipa de Rui Jorge, que, não abdicando do ADN, construiu os primeiros lances de verdadeiro perigo do jogo.

As duas equipas tiveram, de resto, prestações antagónicas: Portugal entrou a mandar, construiu boas oportunidades, mas, com o passar dos minutos, foi sendo estancado pela organização defensiva dos nórdicos.

Ao invés, os suecos conseguiram sair vivos daquele primeiro laivo português e, lentamente, foram criando condições ideais para imporem a sua estratégia de jogo.

Os primeiros grandes momentos tiveram a assinatura de Ricardo Pereira, com um remate às malhas laterais, e Sérgio Oliveira, num tiro no travessão da baliza sueca.

Estas imagens traduzem, de resto, aquilo que Portugal foi durante todo o campeonato da Europa: qualidade na posse de bola e pressão alta à procura de explorar as capacidades dos seus homens mais virtuosos.

A verdade é que Bernardo Silva (acima de todos os outros) e João Mário não tiveram a influência habitual e Portugal ressentiu-se disso. Pertenceu, mesmo, ao médio do Sporting a outra grande oportunidade de Portugal durante os primeiros 45 minutos, mas a mira não estava bem calibrada.

A partir daqui houve muita lateralização, com os dois laterais a responderem afirmativamente às solicitações dos colegas, mas estava difícil furar o muro amarelo construído à frente da baliza de Carlgren.
 
José Sá aguentou no final

As bases de jogo mantiveram-se para a segunda parte e a solução encontrada foi, muitas vezes, o remate de longe com Iuri Medeiros e Tozé, que entrou para o lugar do capitão Sérgio Oliveira, a serem responsáveis pelos melhores projetos.

Do outro lado, Guidetti avisou que a tendência de jogo iria mudar e isso verificou-se na parte final onde José Sá foi determinante.

O guarda-redes do Marítimo foi, então, responsável por o jogo ter seguido para prolongamento com duas defesas de grandíssimo nível perante investidas do avançado que tem sido associado ao Sporting.
 
Nesta fase já era percetível que o desgaste tirara discernimento à equipa portuguesa, que ficou mais exposta perante os sucessivos lançamentos longos para a área à procura de Guidetti ou Thelin.

Ainda assim, houve força para um último suspiro da autoria de Gonçalo Paciência, no último minuto do prolongamento, mas sem o desfecho desejado.

O resto é fado: Ricardo Esgaio e William Carvalho não conseguiram ultrapassar Carlgren e, nem mesmo uma intervenção de José Sá no penálti de Khalili, valeu a Portugal.

A Suécia foi mais feliz e levantou o troféu. Portugal repetiu o feito de 1994 e termina no segundo lugar.

Não ganhou o torneio, mas tem, seguramente, uma geração que garante qualidade para os próximos anos.